Segunda-feira. Dez horas e dois minutos. Escola.
Diz-vos alguma coisa? Porque a mim diz: tédio.
Nem sei qual a razão para vir à escola. Estar em casa ou estar aqui é a mesma cena, não estou atenta às aulas e não, por isso...talvez a razão seja o Dylan, o meu irmão. É chato, certinho e não faz mais nada que cantar, chatear e estudar. Vida de universitário. Pff.
Mordisco algumas bolachas integrais enquanto estou sentada num banco verde, onde a tinta já está lascada. Olho para todos os estudantes. Vejo uma rapariga loira e de olhos azuis a tirar fotos a tudo que vê. Parece ser tal como eu, anti-social. Mas até dá para entender que é boa pessoa.
-Olá.- ouço alguém me cumprimentar do meu lado direito. Olho instantaneamente para a pessoa e deparo-me com uma rapariga. Tem um sorriso no rosto e parece estar bem com este mundo cruel e cínico.-Sou a Sophie Rivera...sabes, somos da mesma aula de Biologia!?
Ah! Pois! Sophie Rivera, um ano mais velha que eu. Acho que o problema é eu fazer só anos em dezembro, tal como a Tris.
A rapariga de olhos azuis, californianas loiras e cabelos longos e castanhos torna-se silenciosa por um momento. Céus, ela é tão perfeita. Sei que em tempos fui um exemplo de rapariga como ela, mas não sou mais. Nunca mais.
-Olá.- acabo por dizer. Quase me esquecia de a cumprimentar. Posso ser antipática, mas ao menos sou educada e tenho respeito pelos outros.-Sim, estás na fila da frente, eu sei.
-Bem, estive a pensar, porque não nos tentamos conhecer melhor?-ela pergunta e eu fico perplexa a olhar para a rapariga. A Sophie entende e continua a falar.-Estou a dizer que sempre te achei uma rapariga interessante, iríamos dar boas amigas, e a verdade é que ver-te sozinha todos os intervalos deixa-me triste.
-Ahm...eu não sei.- respondi de forma dificultada. Começo a levantar-me e levo a minha mala preta ao meu ombro direito.-Ainda quero ir à casa de banho antes de voltar para a minha última aula de hoje, por isso...até logo, ou assim...
-Claro, vai lá.-ela declara com um sorriso nos lábios enquanto se levanta também e junta as suas mãos atrás das costas ao mesmo tempo que balança com os pés.
Depois de lhe acenar uma despedida informal, dirijo-me ao sítio onde disse que queria ir: à casa de banho. Com passos curtos e lentos chego lá em cinco minutos.
É estranho o lugar onde quero ir estar tão silencioso quando normalmente está a abarrotar de gente, de multidões conversadoras e da claque da escola.
Vou em frente devagar e calada, tentando perceber o que se passa aqui. Passo pela casa de banho dos rapazes e, mesmo por baixo da porta branca vejo uma poça com um líquido vermelho. O cheiro a que estou habituada invade as minhas narinas, mas neste preciso momento posso dizer que estou...assustada.
Só pode ser...sangue.
Abro a porta lentamente mentalizando-me para o pior. Sou sempre assim. Penso negativamente, penso no pior que pode acontecer, não consigo mudar apenas.
Assim que a porta deixa de impedir a minha visão para a casa de banho, vejo um rapaz virado de barriga para baixo. Está quieto e a sua respiração...ele não está a respirar. Vejo mais uma poça de sangue, mas desta vez esta está em baixo do corpo.
Grito desalmadamente quando percebo o que aconteceu. O miúdo foi assassinado. Tento atrair a atenção de alguém e consigo fazer isso com sucesso. A correr e de repente, aparece o professor Harris, o meu professor de educação física e mais umas quantas pessoas apenas curiosas, que, ou tiram fotos ao corpo, ou mostram-se escandalizadas com o que vêem.
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Memories |Ross Lynch
FanficLindsay Holt tinha tudo aquilo que uma típica adolescente desejava. Amigos. Um namorado. Uma bela vida pela frente. Mas quando menos esperava, Li recebe uma notícia trágica que lhe retira toda a sua felicidade. Chorar todas as noites faz parte da ro...