Quando ele tirou os óculos e cravou seus olhos verdes nos meus minhas pernas tremeram. Eu sabia que tinha feito uma cagada, das grandes, e agora todos os meus argumentos e justificativas pareciam vazios e sem sentido.
- Por que você foi embora sem falar comigo Hannah? - ele usava agora o mesmo tom que meu pai, quando brigou comigo no dia anterior. Decepcionado e irritado.
- Harry. - eu não sabia como não dizer algo que não parecesse idiota. - Me desculpe.
- É só isso que você tem a dizer?
- Eu...
- Toma. Aqui está sua bolsa e seu telefone também. Se não tem mais nada a me dizer, acho que é melhor eu ir embora. - peguei a bolsa de suas mãos e juro que parei de respirar por quase um minuto inteiro agora. - Acho que agora é um adeus então.
- Espera! - chamei, segurando seu braço, quando ele fez menção de se virar. - Eu... Fiquei com medo, tá bom? Fui covarde e não quis... Ver você ir embora... Como agora.
Ele me lançou um olhar triste, mas segurou minha mão e depois limpou uma lágrima que insistiu em aparecer no meu rosto.
- Medo do que Gen?
- Sei lá, Harry. Da gente, disso - apontei para nós dois. - De não saber o que estamos fazendo ou para onde indo. De não ser a única pessoa na sua vida...
- Gen...
- E de nunca mais te ver. - quase engasguei nessa última parte, mas se ele queria a verdade, ele a teria.
- É por isso que você estava tão relutante comigo? - confirmei com a cabeça, olhando para o lado. - Eu sei que é tudo muito confuso...
- Muito? Imagina... - tinha que fazer piada agora não é Gen? - Desculpe. Continua.
- Viu? Você é uma pessoa tão... Real, sabe? Às vezes é bom sentir que eu não posso controlar tudo e todos. Assim como as suas reações. - ele segurou meu rosto entre as mãos e me fez olhar para ele. - Eu adoro quando beijo você e me sinto leve. Leve e forte ao mesmo tempo, é uma coisa intensa e que me faz querer mais e mais.
Apenas sorri, imaginando que também me sentia assim.
- E quando toco em você, sinto sua pele se arrepiar com meu toque, como se fosse algo especial e que ninguém pode te fazer sentir assim no mundo. Também tem esse sorriso, ou melhor, esse quase sorriso que você dá quando quer sorrir, mas não admite e só depois que eu insisto você dá uma gargalhada de verdade.
- Não faço isso!
- Tá fazendo agora... - ele acariciou meu lábio inferior com o polegar e continuou a falar. - Eu adoro isso. E sentir que eu posso proteger e cuidar e fazer você feliz. Eu sinto que... Quando você me deixa fazer parte da sua vida e se entrega de verdade, é... É tudo que eu quero.
- Harry... - eu estava sem palavras, de novo.
- E eu não sei bem o que é isso. Posso dizer que eu tô apaixonado por você, mas eu acho que é mais. Caramba! Eu vim até aqui trazer sua bolsa! - falou ele, rindo, me fazendo rir junto.
- Você é louco, isso que você é!
- Eu sou louco por você Gen. - ai, meu, Deus. - Por esses olhos azuis brilhantes, essa boca convidativa e meio suja às vezes, esse cabelo lindamente bagunçado e esse corpo que se encaixa perfeitamente no meu.
Pelo amor de todos os deuses! É agora que eu posso dizer que aceito ser mãe de todos os filhos dele? Mesmo com dezessete anos? Por que... Não tem como resistir a isso. Impossível. Ele acabou de derrubar toda e qualquer barreira que eu tinha. Já tinha admitido estar apaixonada por ele, mas daí a saber que ele me quer é outra coisa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
I Swear I'll Behave
FanfictionEnquanto meu pai conta os minutos para eu passar no vestibular e ser alguém na vida, eu conto os segundos para poder ir ao último show do One Direction antes do fim da banda. Não era só a vida dos meninos que mudaria depois daquele show, mas eu não...