Eu queria morrer naquela hora. Qual era o meu problema afinal?
— Me desculpa! – foi tudo que eu disse antes de sair correndo do carro.
Não dei tempo pra ele falar nada, embora soubesse pela expressão dele que nem ele sabia o que fazer, e entrei em casa batendo a porta atrás de mim. Sentei no chão encostada na porta até recuperar o fôlego e fechei os olhos, respirando fundo. O barulho do toque de mensagem do meu celular no bolso da calça me despertou do meu transe.
Olhei em volta e reparei que a casa estava escura, exceto pelo som da TV ligada no andar de cima, parecia que não havia ninguém ali. Peguei o telefone distraída e antes de olhar a mensagem, criei coragem pra levantar e ver se ele ainda estava lá. Bom, estava. Quer dizer, seu carro estava. Provavelmente tentando entender que merda foi aquela. Se eu fosse uma pessoa mais sensata iria até lá me desculpar. Só que eu não era.
Do canto da janela onde eu estava, vi quando ele saiu do carro e olhou pra minha casa. Fez menção de voltar, mas decidiu seguir em frente. Subiu a calçada devagar e veio caminhando, até dar de cara com Rachel, que não fez tanto escândalo quanto imaginei que faria. Ela o segurou pelos ombros e depois o abraçou. Ele retribuiu, sem jeito e falou algo que não consegui escutar. Só entendi quando ela perguntou por mim. Sentei no chão frio de novo e tentei escutar a conversa dos dois, mas estavam falando baixo e distante demais pra eu distinguir todas as palavras.
Poucos minutos depois ouvi o barulho do carro partindo e levantei pra conferir. Ele tinha ido embora. Seja lá o que Rachel disse pra ele, foi o suficiente pra convencê-lo. A campainha tocou e depois meu celular. Corri pra abrir a porta, sabendo que era ela e nunca fiquei tão feliz em vê-la.
— Graças a Deus! – exclamei, quando a vi de pijama na minha porta.
— Tem que dar graças a Deus mesmo, porque só você pra fazer eu ver Niall Horan nesses trajes! – reclamou ela, me abraçando.
— Vamos subir?
— Acho que sim. Você vai precisar se sentar pra ouvir o que eu vou dizer.
— Caramba Rachel! Não me assusta! Eu já tô uma pilha aqui! – falei, subindo as escadas.
Lá em cima, me joguei na cama e olhei angustiada pra ela.
— Você não faz ideia do que aconteceu hoje. – comecei a dizer.
— Ah, pode apostar que faço! – ela sentou do meu lado na cama e começou a mexer no celular enquanto falava.
— Não faz, não! – insisti, levantando e sentando direito.
— Claro que sim! Primeiro, porque era óbvio. Como diz você: "eu tentei te avisar". – eram poucas as vezes, mas eu odiava quando ela estava certa. – Segundo, é só olhar pra sua cara agora e pra cara dele quando saiu daqui. Coitado do menino Hannah!
— Mas eu não sabia o que fazer! – protestei, triste por ela me repreender.
— Qualquer coisa que não fosse enfiar a mão na cara dele!
— Ele te disse isso? – coloquei as mãos no rosto. Acho que eu ia passar mal.
— Não de verdade, mas eu perguntei como foi o passeio de vocês e ele disse "legal". Só.
— E?
— E aí perguntei por você e ele falou que você tinha entrado. Eu perguntei por que ele não foi junto e ele colocou a mão no rosto, de um jeito estranho e olhou pra sua casa. Estava vermelho que nem um pimentão! O que foi que ele te fez afinal de contas?
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I Swear I'll Behave
FanfictionEnquanto meu pai conta os minutos para eu passar no vestibular e ser alguém na vida, eu conto os segundos para poder ir ao último show do One Direction antes do fim da banda. Não era só a vida dos meninos que mudaria depois daquele show, mas eu não...