Another world

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Fazia tempo que eu não acordava tão bem. Nem tão cansada. Eu meio que estava com medo de abrir os olhos e descobrir que a noite passada só havia acontecido na minha cabeça, mas respirei fundo e ao sentir o cheiro dele ao meu redor, um aroma refrescante e amadeirado que me lembrava uma tarde de inverno nas montanhas, tudo fez sentido.

Pisquei devagar e mal ousei me mover, até porque seu braço em volta da minha cintura e suas pernas entrelaçadas às minhas dificultaram bastante. Mudei de posição o suficiente, apenas pra poder ver melhor seu rosto e admirar seu sono tão relaxado.

— Você não devia ficar me encarando. – disse ele, abrindo os olhos lentamente.

— Por que não? Você é lindo. – suspirei, me aconchegando mais nos braços dele.

— Isso é coisa de psicopata.

— Então acho que você deveria ficar com medo! – falei, rindo dele.

— Medo? – ele levantou o edredom e deu uma espiada por baixo, quando eu abaixei na mesma hora. – Disso tudo? Prefiro me arriscar.

— Seu pervertido!

— Um pervertido louco por você. – ele escorregou uma das mãos mais pra baixo e me puxou pra cima dele, me beijando.

Ficamos assim por algum tempo, até eu me lembrar onde estava e levantar depressa pra trancar a porta do quarto. Peguei a camiseta dele e vesti, indo até a janela em seguida.

O dia estava nublado e frio. Depois da chuva de ontem era de se esperar, mas pelo menos não estava chovendo mais. Era um dia tranquilo de domingo, exceto pelo fato de Harry estar nu na minha cama e de que em breve eu teria que conversar com meu pai sobre a noite passada e terminar de arrumar minhas malas. Era meu último dia nesse quarto, por um longo tempo.

— No que está pensando?

— Em tudo. – olhei pra ele e puxei um pouco a bainha da camisa pra baixo, indo em direção à cama. – Parece meio melodramático, mas acho que nunca passei tanto tempo longe de casa, longe do meu pai. E agora...

— Agora vai começar outra fase da sua vida. – ele levantou a coberta e fez sinal pra que eu deitasse ao seu lado, o que eu obedeci sem pestanejar. – Uma com novos desafios, descobertas, aprendizado e... Eu.

— Você? – questionei, enquanto encaixava meu corpo ao dele.

— Eu. A não ser que pretenda me trocar também por...

— Não diga besteira!

— Ai! Por que me beliscou?

— Por que mereceu, por falar bobagem.

— Você anda muito violenta.

— Você não viu nada.

— E muito sexy com essa camiseta.

— Você... – revirei os olhos e achei melhor deixar pra lá. – Eu tô animada e com medo.

— Normal, mas eu vou estar aqui pra o que você precisar. – eu o beijei e enfiei o rosto na curva do seu pescoço, inspirando profundamente.

— Mas... E depois?

— Depois... Acho que depois vou estar em L.A.

— O que disse? Acho que minha audição falhou por um minuto.

— Não seja boba. Você acha mesmo que eu ia te largar só porque você mudou de endereço?

Imediatamente eu pulei pra cima dele e o cobri de beijos, o que acabou em uma sessão de amassos quentes de tirar o fôlego, até sermos interrompidos pelas batidas de meu pai na porta.

I Swear I'll BehaveOnde histórias criam vida. Descubra agora