### Pai da Hannah na foto acima ###
Eu não parei para pensar exatamente no que eu estava fazendo. Apenas fui lá e fiz o que parecia ser o melhor para mim e o Harry. Ele queria ficar perto de mim, contra todas as leis da física – não que eu entendesse muito de ciências exatas – e eu o queria por perto. Sem dúvidas. Só não tinha pensado em como isso pode ser mais difícil na prática.
— Vou buscar minhas coisas e pedir ao Scott para pegar meu carro. Tudo bem? Não demoro. – disse ele, me dando um beijo no rosto assim que meu pai nos deixou a sós um minuto para organizar as coisas antes de fecharmos a loja.
— Tudo bem. – sorri para ele e olhei por cima do ombro, preocupada se meu pai tinha nos visto. Cara, isso seria tenso, mas eu acho que posso dar conta.
— Hannie... – chamou meu pai, me dando um susto. – Cadê o garoto?
— Caramba pai! Não chega assim na surdina! Vai me matar do coração... – estava sendo dramática, sim, mas em minha defesa não estava nos meus dias mais tranquilos.
— Não seja dramática. E aí? Ele foi embora?
— Não, credo. Ele só foi pegar o resto das suas coisas no hostel em que estava. – olhei para ele e fiz uma careta de reprovação. Mal tinha acabado de abrigar meu menino e já o queria fora? Mas gente!
— Certo. Quanto tempo mesmo você disse que ele vai ficar conosco?
— Só uns dias pai. Dá uma chance para o menino. Ele parece ser legal. – sem mencionar aquele sorriso sexy e aquele corpo escultural.
— Vamos ver. A propósito, na sexta temos o jantar da senhora Margot. Agora que estamos de volta, ela faz questão da nossa presença.
— Ah pai... – choraminguei, lembrando da velha senhora Margot. Era nossa vizinha, duas casas depois do senhor Thomas, não era tão fofoqueira quanto ele, mas tinha o mau hábito de ficar tocando na gente enquanto falava. Além de nos dar muitos conselhos não solicitados sobre a nossa vida. E ela tinha uns netos in-su-por-tá-veis. Dom e Rebecca, dois gêmeos da minha idade. A gente nunca se falava, porque ambos se achavam gostosos e fodões demais para se misturar com meros mortais feito eu. Infelizmente tinha que conviver com eles em ocasiões como essas: o jantar anual de aniversário da senhora Margot. Acho que esse era o 72º.
— Nada de "ah pai" Hannie. Você ainda está de castigo e a senhora Margot adora você.
— Então! Se eu tô de castigo, nem devia sair de casa. – argumentei, tentando me livrar.
— Agora você não quer sair de casa? Vou me lembrar disso.
— Paaai... – estava pronta para ajoelhar e implorar se fosse preciso, mas fomos interrompidos pela volta de Harry.
— Desculpem a demora. – disse ele, trazendo uma mochila nas costas e uma mala cinza com rodinhas.
— Sem problemas. Vamos pai? – ele me olhou desconfiado, acho que pensando em como eu era louca por estar chorando em um momento e sorrindo no outro. – Pai?
— Ok, ok. Vamos.
Saímos da loja e meu pai ajudou Harry a colocar a bagagem no porta-malas. Tudo parecia tranquilo, mas mal sabia eu que era apenas o início de uma longa noite.
— Entra... – falei para Harry, que estava logo atrás de mim. – Quer dizer, seja bem vindo, Harry.
— É, bem vindo, mas temos regras nesta casa garoto. Aqui é a América, mas liberdade tem limites! – berrou meu pai, indo para a cozinha.

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I Swear I'll Behave
FanfictionEnquanto meu pai conta os minutos para eu passar no vestibular e ser alguém na vida, eu conto os segundos para poder ir ao último show do One Direction antes do fim da banda. Não era só a vida dos meninos que mudaria depois daquele show, mas eu não...