Steal my girl

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Na manhã seguinte, Harry estava ranzinza e de mau humor, não importava o que eu dissesse. Resolvi dar um basta naquela situação e o fiz enxergar que não tinha o que temer, ou melhor, motivo para se estressar e me estressar.

— Hazza. Até quando vai ficar emburrado? – perguntei, traçando os contornos do seu rosto com a ponta do dedo.

— Não estou. – estávamos no "quarto dele", e ele estava encarando o teto fixamente há uns dez minutos.

— É... Nota-se!

— Então.

— Você sabe que isso tudo é besteira, né?

— Do que você está falando, exatamente?

— De você ficar aí, todo... Enfezadinho só porque meu pai falou bem do neto da vizinha...

— Não tem nada a ver.

— Não mesmo? – ele finalmente olhou para mim.

— Talvez. Mas, é uma situação esquisita a minha, Gen.

— Como assim, esquisita?

— Veja, você me conhece: como o Harry da banda e como o Harry, que não é da banda agora. Certo?

— Sim...

— E seu pai, só acha que eu sou o cara que é primo da sua amiga e que deve ficar longe de você.

— Como assim longe de mim? – Opa, opa, opa!

— Não é essa a questão.

— Claro que é!

— Não, Gen. A questão é que... Eu deveria ser algo mais, entende?

— Você quer... Ser algo mais?

Ele olhou para mim por mais um segundo, acho que pesando as palavras da sua resposta e desviou o olhar de novo.

— Só acho que do jeito que estamos no momento, mentindo para ele, não chegamos nem um pouco perto dele achar qualquer coisa boa de mim.

— Desculpe.

— Não...

— Bom, isso, você tem que admitir que é culpa minha.

— Uma maluquice sua, isso sim. – ele se virou na cama e me puxou para os seus braços. – E eu amo você por isso.

Eu meio que estava sorrindo em um segundo e no outro arregalei os olhos. O que foi que ele disse?

— Então, já sabe o que vai vestir mais tarde? – ele desviou do assunto! Não acredito!

— O quê? – eu também podia me fazer de surda.

— Você, o que vai vestir?

— Ah, roupas.

— Engraçadinha.

— Igualmente.

Ele me beijou de novo e eu imediatamente esqueci toda e qualquer objeção que tinha a fazer no momento. Logo eu teria que partir para as tarefas pré-festa que meu pai me designou, e, obviamente, não consegui tirar aquela frase da cabeça: "por isso que eu amo você". Era como se o chão tivesse sumido debaixo doa meus pés e eu flutuasse levemente por aí. Eu estava quase surtando. Não tinha sensação melhor. Talvez sim, se ele dissesse de novo.

Aos sábados meu pai não abria a loja. Portanto, hoje não precisaria arrumar qualquer motivo para não ir trabalhar, mas ele tinha saído cedo e voltado só na hora do almoço, que eu precisei preparar, claro. Chegou com uma novidade não muito agradável para o meu gosto.

I Swear I'll BehaveOnde histórias criam vida. Descubra agora