Burning in your eyes

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— Você ouviu bem o que eu disse. – falou Rachel, fingindo indiferença, enquanto mexia no celular.

— Isso não tem graça Rachel! – tirei o telefone da mão dela, fazendo-a arregalar os olhos pra mim.

— Hey! Me devolve!

— Não até você me falar a verdade!

— Eu acabei de dizer! Você não me ouviu?

— Sim, mas não sei por que você está dizendo isso pra mim agora.

— Por que é a porra da verdade oras! – ela saiu da cama e ficou de pé na minha frente. – Agora eu sei por que você não comentava quando eu dizia que estava afim dele.

— Vai se ferrar! – joguei o celular dela sobre a cama e saí do quarto, batendo a porta atrás de mim com força.

Meus batimentos estavam a mil por hora. E eu sabia o que precisava fazer pra que não acontecesse como da última vez. Não podia deixar que uma fofoca idiota abalasse minha relação com Harry. Nós estávamos indo devagar, ainda sem um rumo definido, mas uma coisa era certa: nosso desejo de ficar um ao lado do outro era maior que qualquer coisa. Tinha que ser.

Passei uns quinze minutos andando de um lado pro outro no meu quarto, meio que esperando alguma coisa ruim ou boa acontecer. Como nada parecia mudar, além das horas e da minha coragem, que diminuía aos poucos, preferi mandar uma mensagem no lugar de um telefonema.

Gen: oi

Sentei na cama e balancei a perna enquanto esperava. Imaginando se o que Rachel disse era verdade, o que isso fazia de mim. Como eu teria coragem de olhar na cara do Harry de novo? O celular vibrou e eu o desbloqueei pra ter acesso à mensagem.

Ni@ll: oiii ;)

Depois do que pareceu ser um século dentro de um minuto, a tela apagou e eu ainda não tinha respondido. O telefone vibrou e acendeu novamente.

Ni@ll: td bem?

Algo que eu poderia responder. Certo?

Gen: acho q sim...

Ni@ll: aconteceu alguma coisa??! :/

Bem, isso é o que eu queria saber. Não exatamente saber, mas sim confirmar que Rachel estava errada.

Gen: vc ainda está por aqui? Na cidade?

Ni@ll: sim! No The Garden. Meu voo sai daqui às 21h

Ótimo, ainda eram 18h.03m.

Gen: ok, posso falar c vc? Pessoalmente?

Ni@ll: claro! Eu posso passar aí em alguns min

Gen: não! Eu posso te encontrar aí. Estou indo!

Dei uma olhada rápida no espelho, pra conferir se eu não estava parecendo uma maluca, mas meus jeans surrados e a blusa de alças preta estavam ok. Calcei um par de tênis, peguei minha bolsa e saí, sem avisar ao meu pai pra onde ia.

O ônibus que ia pro centro passava perto desse hotel, mas como eu não queria perder tempo acabei pedindo um carro pelo aplicativo do celular. Não era tão longe e demoraria muito menos tempo. Após pagar ao motorista pela corrida, andei depressa em direção à entrada do hotel, sem me dar a oportunidade de pensar duas vezes no que estava fazendo.

Passei à toda velocidade pelas portas duplas de vidro e mal me dei conta do funcionário que veio atrás de mim e só parou quando eu cheguei à recepção. Lancei um olhar sugestivo a ele e à recepcionista, sem entender o que ele estava fazendo ao meu lado.

I Swear I'll BehaveOnde histórias criam vida. Descubra agora