Não.
Elas não conseguiam acreditar. Não acreditavam que estavam ali.Que estavam tão perto da provável resposta para tudo que estava acontecendo. E, principalmente, não acreditavam no que seus olhos, brilhantes de angústia, enxergavam.
Era um tanto chocante estar ali, inertes e sem utilidade, na podendo fazer absolutamente nada contra aquilo. E se tentassem, talvez só piorassem tudo.
Naquele momento, elas se perguntaram se elas realmente deveriam estar ali, ou se não seria melhor ter deixado Viktor Krum seguir seu caminho. Pelo menos, desta forma, não seriam obrigadas a ver tal cena.
Dumbledore se encontrava na sala. Karkaroff também. Viktor, instalado na frente da capa invisível, tampava parcialmente a visão delas.
A Sala Precisa assumia uma forma particularmente peculiar. Parecia-se ao extremo com a sala de Dumbledore, que se localizava a alguns andares abaixo. Suas paredes eram revestidas de estantes repletas dos mais diversos objetos. De livros a frascos e potes adornados. No centro havia uma mesa, atrás dela uma cadeira encorpada de madeira legítima.
Nesta cadeira, Dumbledore estava preso. Preso por cobras que envolviam seu corpo e o encaravam e que o prendiam firma à estrutura de madeira.
Não era uma coisa bonita de se ver. Não mesmo. Ele tinha feições abaladas e aparência fraca, parecia estar ali já há algum tempo. Porém, ele transmitia calma. Uma coisa tão contrária a o que o diretor de Durmstrang passava. Ódio, puro e simples ódio.
-Igor... -A voz de Albus ecoou pela sala. Astoria fechou os olhos, não conseguindo olhar mais.
-Calado! -Gritou Igor o mais alto que conseguiu, arregalando os olhos escuros. O ódio que ele sentia era quase palpável. -Já é a quinta vez que o mando ficar com a boa fechada, da próxima não hesitarei em sufoca-lo. -Ameaçou e levantou um dos braços fazendo um sinal com a mão. Krum, que até então apenas assistia, moveu os lábios silenciosamente, empunhando a varinha e fazendo pequenos movimentos com ela. Segundos depois as cobras que envolviam Dumbledore começaram a se mover, sibilando, dando um silencioso aviso do que aconteceria se ele falasse. Hermione reconheceu a magia. Inofensiva quando usada por uns, letal quando por outros. Magia negra. Proibida e condenada a uso dos bruxos mais sórdidos. Imperius.
-Viktor, pare! Igor, não é necessário tanto... -Dumbledore nunca chegou a completar a frase.
-Crucio. -Murmurou, sorrindo de lado. Satisfeito. Afinal, era aquilo por aquilo que ele estava esperando tanto tempo. Albus agonizou, com seus movimentos impedidos pelas cobras enroladas em seu corpo. No segundo após isso acontecer, Hermione tinha sua varinha apontada para o pescoço de Karkaroff, e seu corpo desprotegido da capa.
-Pare. Agora. -Sibilou com as mãos tremendo. Igor se virou com um leve sorriso na boca e Albus parou de agonizar. Porém, Karkaroff não soltou a varinha, que estava apontada pra o peito da morena. -Expelliarmus. -Reagiu Hermione antes que fosse tarde demais, desarmando o diretor, que sorriu ainda mais.
-Hermione, não é? Corajosa e enxerida. Hermione... Viktor, cuide dela para mim enquanto estou ocupado. -Falou calmamente, com um certo divertimento na voz, mesmo estando em certa desvantagem. -Viktor, agora! -Falou percebendo que o garoto não o obedecia. Hermione sabia que se o garoto o fizesse ela teria poucas chances de sair viva dali, mas preferiu arriscar.
-Como você ousa maltratar o seu anfitrião? Ele os recebeu dentro do castelo, confiou em vocês. -A morena disse com a voz alterada. A tensão era tanta que ela sentia vontade de chorar.
-Tenho meus motivos, menina. -Igor abriu um dos maiores sorrisos que Hermione já havia visto, ela estranhou o motivo até que sentiu algo em seu pescoço. Krum havia o obedecido e agora tinha sua varinha apoiada na clavícula da morena.
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As Garotas de Hogwarts - Harry Potter FanFiction
FanfictionHermione Granger. Ginevra Weasley. Luna Lovegood. Astoria Greengrass. Com os corações despedaçados e mentes perturbadas, as quatro um dia se reúnem por acaso, e desse encontro nasce uma amizade sólida que se torna necessária para que elas continuem...