Pânico

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Olá, leitores amados

Primeiro capítulo de 2020 chegando com tudo, marcando o definitivo início o final da fanfic (eu realmente talvez termine antes dos meus 30 anos, aleluia). Desculpa a leve demora, terminei um namoro recentemente e tive que tirar um tempo pra mim.

Aproveitem e nos vemos do final do capítulo.

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Pansy estava assustada.

Era algo novo para ela, isso de sentir medo. Afinal, sua criação sonserina foi responsável pelo desenvolvimento de sua personalidade. Pansy não deveria sentir medo. Mas medo era a única forma de explicar sua boca seca e seus olhos arregalados.

As horas que passou em Hogwarts já estavam pesando em seus ombros. A tensão, uma sensação tão estranha para ela quanto o medo, parecia torcer seus músculos, gritando por atenção. O desespero da morte eminente que havia sentido algumas vezes só naquele dia ainda gritava em seus ouvidos.

Mas Pansy não conseguia esquecer aquela certeza macabra que a dominou no momento que seus pés tocaram a passagem secreta que ligava Hogwarts a casa de Aberforth. A morte espreitara as paredes de Hogwarts naquele dia, esperando por sua mais nova aquisição.

Ela esteve certa que a morte seria dela, mas, após se encontrar segura, inteira e completamente em choque no sofá de Aberforth, o pânico começou a ser levado embora a medida que sua respiração normalizava. Pensando com mais clareza, percebeu que a morte não esteve ali para levá-la.

Mas se aquela morte não era a dela, era óbvio que estava ali para outro alguém.

Não soube ao certo quanto tempo ficou em Hogwarts, nem quanto tempo gastou ficando em completo silêncio na sala do irmão do homem que acabara de encontrar. Havia visto aquele homem uma única vez, o que parecia já ter acontecido anos antes, mas não podia mentir que gostava de como ele parecia nunca querer conversar.

Ela também queria ficar em silêncio. Se pudesse, não teria nem olhado nos olhos daquele homem tão parecido com o diretor da escola que havia sido sua casa por tantos anos. Desprezava-o, como qualquer bom sonserino - afinal, Hogwarts ficaria muito melhor com um diretor como Severus Snape - mas não conseguia esquecer as últimas palavras que Albus disse a ela. Não conseguia também desviar do olhar de seu irmão, que queimava contra o dela como se ele soubesse que algo estava errado.

Ah, algo estava muito errado.

Nos olhos da sonserina, ele viu a morte. Tinha notado no momento em que a olhou pela manhã, e teve certeza quando a mesma retornou após entregar o medalhão. Lutou contra sua vontade de ir em direção a passagem secreta, sabendo que não deveria interferir. Conhecia seu irmão terrivelmente bem.

E sabia que não tornaria a vê-lo.

Pansy enxergou a aceitação nos olhos do homem idoso. Não a entendeu. E não quis entender. Havia aprendido algumas coisas nos últimos meses, e uma delas era não tentar questionar o que estava acontecendo. Nada fazia sentido.

Por Merlin, não fazia sentido ela estar ali. Viva.

Seu retorno A Toca se deu sem pressa. Sabia que teria que falar quando voltasse, então esperou ter certeza que alguma voz conseguiria sair de seus lábios. Quando se considerou pronta, fez o inverso do caminho que fizera pela manhã, e logo estava de pé na sala dos Weasley.

As cores quentes, a madeira, as estampas e os barulhos agiram quase imediatamente como um relaxante, fazendo seus ombros caírem da postura esnobe que normalmente utilizava. Passou as mãos pelos seus cabelos, percebendo que havia passado as últimas horas mexendo obcecadamente neles. Uma pequena Hermione de cabelos cheios e rebeldes surgiu em sua memória, mas Pansy não conseguia ligar muito para aparência naquele momento.

As Garotas de Hogwarts - Harry Potter FanFictionOnde histórias criam vida. Descubra agora