A garota de cabelos longos encaracolados e loiros foi a primeira a despertar naquela manhã. Ficou minutos seguidos debaixo das cobertas, observando os detalhes do teto obscurecido pela falta de claridade. Estava cedo. Bem cedo.
Luna pensou em voltar a dormir, mas algo em sua anatomia a proibia de voltar ao seu sono antes que escurecesse, essa característica a acompanhava desde pequena.
Chegou a conclusão que o melhor que ela podia fazer naquele momento era pensar. Talvez organizar idéias. Ou talvez não. Sua mente então a levou para longe, se arrastando pelos corredores, subindo lentamente até chegar numa certa sala que havia visitado no dia anterior. As imagens do dia de ontem passaram como um filme em sua cabeça.
Elas tinham o diadema, mas e agora?
A garota sabia que ele se encontrava em algum lugar no dormitório feminino da grifinória. Provavelmente dentro de uma das estantes utilizada por Hermione. E agora lembrava-se vagamente de alguém que dissera que deveriam destruí-lo. Uma pena, era um objeto tão lindo. Tão precioso. Ela imaginava o porque de Helena tê-lo roubado da própria mãe. Ela podia sentir o porquê. No fundo, Luna também o queria.
Examinando suas lembranças, Luna se recordou de quando descobriu que o diadema deixava quem o usasse mais inteligente. E o fato de ele estar carregado de magia negra o torna ainda mais... Tentador.
Ela não entendia o porquê de estar pensando assim. Na verdade, nem parou para pensar o porquê desses pensamentos terem a dominado, já era comum para ela ter pensamentos e idéias esquisitas. Era como se eles fossem enxertados dentro de sua mente, não feitos por ela. Mas ela concordava com os pensamentos invasores. Ela o queria.
Inquieta, ela deixou seu dormitório. Se arrumou rapidamente, sem realmente se importar com o que estava vestindo. Não levou casaco, nem algo que a pudesse cobrir em caso de tempo frio. Uma atitude imprudente, visto que o clima em Hogwarts não era dos melhores ultimamente.
De repente, uma ideia se apossou dela. Ela já sabia o que iria fazer.
Tomou o mesmo rumo que tomara dias antes, passando pelos corredores gelados e quietos. Desta vez, não se importou em olhar para trás. O sentimento de estar sendo seguida não existia agora, não da mesma forma que antes. Aos poucos, se aproximou de seu destino.
Calmamente, sentou-se ao chão e pôs-se a mexer com a meia colorida que só agora ela percebeu que colocara. Ela estranhava estar ali. Estava tudo tão parecido e tudo tão mudado ao mesmo tempo. Parecia que ela havia voltado no tempo, para o dia que veio indagar a Dama Cinzenta. O pior era que chovia tanto quanto no dia que viera ali.
Para tentar relaxar, cantarolou uma pequena parte de uma canção trouxa que ouvira nas férias. Não se lembrava de toda ela, apenas do refrão. Na verdade, nem sabia como lembrava desta pequena parte.
Helena demorara um pouco mais para aparecer desta vez, pois ficara observando a loira de longe. Tudo o que a fantasma conseguia pensar era no irritante barulho das gostas de chuva contra a fachada do castelo e o fato de ter perdido o seu próprio jogo na última visita de Luna. Ela não gostava de perder.
Certamente, a Dama Cinzenta foi mais dramática desta vez. Em um segundo, Luna encarava o vazio, completamente sozinha, e no outro ela estava a centímetros do rosto da fantasma, que a encarava com um sorriso no rosto. Ela deveria ter se assustado, mas não foi isso que aconteceu.
Luna, sem se incomodar com a proximidade da mulher morta ergueu uma das mãos, atravessando o corpo da fantasma, que agora estava dispersa como fumaça. Luna não soube o porque de ter agido assim, apenas o fez.
Um riso ecoou no corredor e a loira não precisou pensar muito para saber de quem veio. Helena estava com as feições raivosas, mas fez questão de não mostrar isso. Ela falhara outra vez, mas pelo menos havia entendido tudo. Se materializou outra vez, porém mais distante da garota.
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As Garotas de Hogwarts - Harry Potter FanFiction
FanfictionHermione Granger. Ginevra Weasley. Luna Lovegood. Astoria Greengrass. Com os corações despedaçados e mentes perturbadas, as quatro um dia se reúnem por acaso, e desse encontro nasce uma amizade sólida que se torna necessária para que elas continuem...