Olá!
Eu sem querer pulei esse capítulo na hora que passei a fanfic para esse site, ele deveria ter sido postado logo após o capítulo "É doce". Vou deixa-lo um tempo aqui e depois vou colocá-lo no lugar certo. Mil desculpas.
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Ela podia ouvir os sons produzidos pela natureza. Eles chegavam até ela através da janela aberta. Podia ouvir o som de algo andando sobre as folhas no chão. Folhas caídas e secas. Culpa do inverno, todos iriam pensar. Talvez realmente fosse. Mas ela sabia que aquele inverno tinha começado muito cedo. Anormalmente cedo. E ela sabia a causa disso.
Seus olhos estavam fixos na parede cor de creme tão perfeitamente pintada que era impossível encontrar alguma lasca solta, ou marcas de idade. Deveria ter marcas de idade, ela pensou. Normalmente casas envelhecem longe de seus donos, e ela esteve longe daquele quarto por muito tempo.
Sua mente logo encontrou o culpado para as paredes perfeitas. É claro que tinha sido ela a pintar. Não, é claro que tinha sido ela a mandar pintar. Perfeição era algo que Sra. Greengrass apreciava muito, e Astoria sabia muito bem disso.
A garota loira, esparramada na cama que ela achava grande demais, observava um pequeno espetáculo particular. Algo só apreciado quando a mente do observador deseja fugir de outros pensamentos, ou quando o mesmo não consegue ser levado pelo sono. No caso de Astoria as duas hipóteses se encaixavam.
Estava a tanto tempo deitada que pode presenciar a parede de seu quarto mudar de cor diversas vezes. O amarelo suave dela foi colorido por dourado luminoso, então foi se tornando mais arroxeado, agora era totalmente preto. A tinta que a coloria era nada mais do que o próprio sol, ou, então, a ausência do mesmo.
Astoria quis sorrir. Não conseguiu. Se manteve tantas horas calada que seus lábios pareciam colados. A culpada era Daphne, que chegara algumas horas após a irmã, acabando com a alegria da loira. A mãe delas percebeu, mas não interferiu. Nunca interferiu. E nem iria. A verdade era, por mais que amasse a mãe e tivesse certeza que a mesma a amava, ela era apenas uma cópia da irmã.
Com a língua, molhou os lábios secos, separando-os. Massageou-os com os dentes algumas vezes antes de aventurar-se a soltar um som. Um único, tímido e curto som. Rouco.
Soltou mais outro. E então decidiu soltar mais um. Aos poucos, foi construindo a tão animada canção que dançara com George dias ante... Dias? Ou quem sabe meses? Ela não sabia.
Ela também não sabia o porquê achara que aquela junção de notas era animada. Não era. Não quando saia de seus lábios. Sua mente a tocava vibrante e feliz, seus lábios cantavam pura melancolia.
Mais uma vez naquele dia, chorou. Deixou as lágrimas caírem pelas suas bochechas, tentando não fazer barulho. Chorou por tudo, e chorou por ela. Chorou por estar chorando. E chorou por ter prometido ali nunca mais chorar. Garotas como ela não choram. Tinha motivo para chorar?
Tivera, realmente, motivo para chorar. Uma época distante, onde ela era a caça. Um dia pode dizer que estava chorando porque tinha que chorar. Agora, não mais.
Não enxugou as lágrimas para não molhar as mãos. Deixaria que as mesmas secassem sozinhas. O tempo poderia não ajudar para que isso acontecesse, mas ela sabia que em questão de segundos ela não teria mais uma gota no rosto. Porque, mais uma vez, ela pegava fogo.
Não literalmente, é claro. Mas chegava perto.
Sua tristeza fora convertida em raiva. A canção não soava mais como um lamento, mas como uma canção de vingança. O sangue corria rápido por suas veias, carregando adrenalina. Sangue quente, que aquecia a pele e que aos poucos aquecia o ambiente ao seu redor.
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As Garotas de Hogwarts - Harry Potter FanFiction
FanfictionHermione Granger. Ginevra Weasley. Luna Lovegood. Astoria Greengrass. Com os corações despedaçados e mentes perturbadas, as quatro um dia se reúnem por acaso, e desse encontro nasce uma amizade sólida que se torna necessária para que elas continuem...