Capítulo 2

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                  Aurora

Estava tudo calmo. Eu estava fazendo algumas pesquisas no notebook sem muita importância, contudo eu me encontrava focada na tela do mini computador. Mas, de repente a porta da sala se abre me causando um baita susto, fazendo-me elevar a mão direita ao peito e por pouco o notebook não cai das minhas pernas onde estava apoiado.

- Boa noite, Aura. - Gabriela me cumprimenta sorridente e com um ar exaustivo.

- Boa noite... Gabi. - tentei disfarçar para que ela não percebesse o acontecido, ajeitando o notebook nas minhas pernas de um modo rápido.

- Como foi a entrevista? - ela questionou e depois arfou profundamente debruçando-se no sofá com a bolsa que acabará de bater em seu peito.

- Foi muito boa, amanhã começo. - respondo em um tom animado.

- Quem fez a entrevista?

- O presidente da empresa.
- fecho a tela do notebook.

- Como ele é? - o tom da sua voz demostrou um certo interesse juntamente com o seu olhar fixo nos meus olhos.

- Bem... Ele parece jovem, bonito, inteligente, elegante, independente e... por ai vai. - suspirei ao lembrar dele. Ah meu Deus, por quê falei isso? O que está acontecendo? Por quê não consigo esquecer o olhar dele?

- Hummm...

- Por quê fez hummm? - fiz uma cara feia fazendo-a arregalar o olhos.

- Você gosta dele? - cantarolou em tom meio contagiante.

- Não, claro que não, tá maluca, acabei de conhecê-lo.

- Ele é casado? - ela se levanta indo em direção a cozinha.

- Não sei, não vi aliança... E olha, você tá bem apresentadinha para o meu gosto. Vamos mudar de assunto, tá?! Agora, me conte como foi o trabalho?

- Foi bom, tinha uma garotinha, e qual é o nome mesmo?... Alexa, levada e bonitinha até... Ah e o principal, ela é bem rebelde, pelo menos o que parece. Ela é a primeira criança que fará  acompanhamento comigo... Por enquanto. - Gabriela eleva o tom de voz por causa da distância existente entre nós.

Enquanto ela não me observa dou uma olhada na lateral de seu notebook para ter certeza de que o mesmo não sofreu uma raladura, Gabriela ama demasiadamente este notebook.

- O quê você está fazendo? - ergo a cabeça em sua direção em uma ação involuntária.

- Nada. - respondi rápido demais a ponto de atrair sua desconfiança.

- Tem certeza? Ou aconteceu algo com o meu bebé? - referiu-se ao notebook.

- Não aconteceu nada só... Estou alongando o pescoço, você vive dizendo que é bom?! - girei um pouco o pescoço fingindo alongá-lo, forçando um sorriso amarelado.

- Já jantou ou ficou a tarde inteira nesse notebook?

- Não jantei e fiquei a tarde inteira no notebook. - levanto-me deixando o notebook com cuidado no sofá e caminho até o seu encontro.

Preparo minha janta, como e passamos o restante da noite conversando no sofá.

- Sobre o que vocês conversaram depois de você ter conhecido a empresa? - sussurrou como se fosse algo secreto que ficasse somente entre nós.

- Victor me contou que todos na empresa tem que ser fluentes em português, inglês e espanhol no mínimo, e acredita? Ele é brasileiro, como nós e... Outras coisas que não estou com a mínima vontade de contar. - dou um tapinha de leve em seu nariz, levanto-me do sofá e vou para o meu quarto no intuito de refletir sobre as mudanças estruturais que sofri hoje, mas acabo dormindo ao me deitar na cama.

Aurora I Onde histórias criam vida. Descubra agora