Capítulo 10

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                Aurora

- Por que ela é assim? - pergunto a Larisse que presenciou toda a cena e está ao lado da escada.

- Ela não é assim, ela só é assim com você. Embora que ela seja danada.

- Mas por quê comigo? - fito a escada.

- Talvez ela não quer que você cuide dela. Por ser uma desconhecida para ela... com todo respeito.

- Tem razão. - Concordo.

- Sem querer me intrometer, mas não vai atras dela?

- Não, vou deixa-la descansar.

- Vai comer? - questiona apoiada na escada.

- Vou, Larisse. Me chama de Aura está bem?

- Ok. - concorda piscando o olho em sinal de cumplicidade.

- Sem querer me intrometer, mas sabe por quê a senhora Del Valle irá viajar? Ou melhor Sarah. - indago um pouco distraída com a escada.

- Ela irá voltar a estudar.

Me surpreendo um pouco. Começo a pensar como uma moça tão jovem tem uma filha e volta a estudar. Será que ela trancou a faculdade? Bem melhor pensar em outra coisa, esse assunto não é meu.

Saímos da sala de estar e fomos para a cozinha, preparo meu prato, como com Larisse, Andréa, Lia e James e depois conversamos. Estranho, Alexa não saiu do quarto para comer. Será que aconteceu algo com ela.

Me levanto, Andréa, Lia e Larisse perguntam uníssonos:

- Para onde vai, Aura?

- Ver Alexa, ela não saiu do quarto para comer.

Elas me olham preocupadas.
Saio da cozinha, subo as escadas, e vou até o quarto de Alexa, fico parada na porta por um tempo, ouço um pequeno choro abafado. Bato na porta e falo em um tom meio alto:

- Alexa. Podemos conversar?

- Não, vai embora Aurora. - esbraveja.

- Eu só quero conversar, por favor me deixa entrar. - peço suplicante.

- Não. - seu choro mistura-se com sua voz.

- Por favor. - imploro.

- Tá bom. - escuto um suspiro após sua fala.

Ouço o barulho das chaves em contato com a porta de madeira pesada, a porta é aberta e as lágrimas descendendo do rosto da garota são limpas em um movimento rápido por seus polegares.

- Você está bem? - sussurro fitando seus olhos vermelhos expondo sua demasiada tristeza.

- Estou. - seu tom duro sugere na hora que está mentindo.

- Posso entrar?

- Já meteu o pé. - entro ainda receosa observendo a decoração meio gótica em tons de roxo, lilás e preto do quarto. Sento-me lentamente na cama e a garotinha me acompanha com os músculos faciais rígidos, encarando meu rosto como se fosse uma assassina.

- O quê está sentindo, agora? - soou quase inaudível.

- O que você acha? - quase gritou irónica.

- Bem, não sei o que dizer agora, mas você deve está muito triste, por que sua mãe irá viajar. E imagino que é a primeira vez que ela irá viajar sem você e imagino tambem, que já deve está com saudades dela. Ér... - engulo em seco. - Eu nunca senti o que você está sentindo, bem já senti, mas não foi por esse motivo, mas de outros motivos... - Ela me interrompe.

Aurora I Onde histórias criam vida. Descubra agora