Aurora I

Capítulo 3

                   Aurora

2 semanas voaram-se.

Adentro a empresa Del Valle feliz por não ter me atrasado, cumprimento Alice e Victor, que chega junto comigo. Sento-me na cadeira giratória atrás do balcão, inspiro e expiro uma boa porção de ar e início minha rotina.
    
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Muito tempo depois, sou avisada pelo meu relógio de pulso que já é hora do intervalo.

Quando pretendo sair do prédio para almoçar, paraliso ao avistar o pior homem que já conheci na minha vida, Pedro. Pensei que era um pesadelo, mas não, não era pesadelo, era realidade. O medo me invade estremecendo até as minhas espinhas e as lembranças vem á tona. Não podia acreditar.

Quando tinha dez anos, Pedro começou a me perseguir e me vigiar no orfanato, ele tinha catorze anos, parecia ser um psicopata ou um obcecado, até que meses depois eu não soube mais dele, parece que ele foi adotado e assim fiquei tranquila no orfanato até dois minutos atrás.

Então, eu tinha que passar por lá, mas como poderia passar, se ele era o segurança, já fazia dois minutos em que não me movia. Tinha que ter coragem, comecei a caminhar e ao atravessar a porta giratória uma pessoa passou ao meu lado, acho que Pedro não me viu, porém não tinha certeza. Atravessei a rua e entrei no restaurante, andei até o banheiro e soltei algumas lágrimas, ele pode fazer o quizer, não tem juízo algum. Limpei o rosto, fui ao balcão e pedi meu prato de comida, logo depois, procurei uma mesa e me sentei.

- Aurora. - a voz de Victor quase me fez saltar da cadeira, ergui a cabeça num ato impulsivo.

- Posso me sentar com a senhorita? - ofereceu-me um sorriso confortante.

- Claro. - murmuro o observando sentar-se na cadeira a minha frente.

- Está tudo bem? Parece que estava chorando.

- Tá...Tudo bem, eu não tava... Estava chorando.

O garçom aparece e serve os pratos. Fiquei olhando para Pedro, em seguida desviava o olhar para o prato de comida a minha frente e às vezes para Victor.

- O que a incomoda? - sua mão tocou a minha e senti um delicioso e caloroso aperto que desejei que nunca sumisse.

- Nada, Victor... Quer dizer. Senhor Del Valle. - fitei seus olhos que já estavam fitando os meus à tempos, aquele olhar me transmitia uma segurança...

- Me chame pelo meu nome Aurora. Não gosto de formalidade entre nós. - embora tenham se passado duas semanas, nossa relação era mais além de profissionalidade, havia cumplicidade e uma amizade forte instaladas.

Ao terminarmos o almoço observo Pedro notar a minha presença do outro lado da rua e dá um largo sorriso malicioso.

"Estou ferrada. Ele me descobriu."

Engulo em seco, Victor levanta-se e estende a mão, a pego, e saímos do restaurante, ao atravessar a faixa de pedestre, fico do lado de Victor e entro o mais rápido possível na porta giratória, ignorando a presença de Pedro.

Segundos depois, Victor aproxima-se, e seguimos juntos até o último andar em silêncio.

- Minha sala, agora. - Ele ordenou sério, assinto.

Acompanho-o até a sua sala, depois de entrarmos, o mesmo aponta para a cadeira atrás de sua mesa, sento-me em uma das duas cadeiras.

- Somos amigos, certo?! Amigos não escondem nada um do outro. - elevou o tom de voz ao pronuciar nada um do outro, deu uma volta e parou atrás de mim.

- O quê lhe aflige? - sussurrou assumindo uma pose intimidadora e sex ao mesmo tempo.

- Nada. Só um... Cansaço, não durmi muito noite passada. - falei a verdade.

- Hum... Não desistirei, Aurora. - estou seriamente começando a gostar desses sussurros.

- É só isso, já pode se retirar. - afastou-se, saí da sala presidencial e voltei ao meu posto.

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Victor acabou de sair de sua sala, o nosso expediente já havia acabado, meu serviço pela tarde preencheu minha mente, sei que tem algo para lembrar, no entanto não consigo lembrar.

"Não deve ser algo importante."

Seguro minha bolsa e antes que eu possa me levantar da cadeira uma sombra cobre o balcão me fazendo erguer a cabeça.

- Oi, Aurora, senti sua falta, você não vai falar nada, ao seu grande amigo Pedro? - salto da cadeira e tento controlar o pânico repentino no meu corpo. Agora sei o que esqueci.

- Não tenho nada a lhe falar, me deixe... Ir. - gaguejei.

- Ah, por quê? Podemos conversar Aura. - Ele diz empurrando meu corpo contra a parede e sacando uma arma para meu rosto.

- Calma Pedro, vamos resolver isso de maneira pacífica, o quê você quer de mim?

- Você. - ele me empurrou até a sala de Victor, ordenou que abrisse a porta, obedeci ainda relutante e me jogou no chão.

- Por favor... Me deixe em paz. - supliquei. Ele se agachou, puxou-me para perto de si e distribuiu beijos forçados em volta do meu pescoço. Lágrimas queriam rolar, mas eu estava tentando ser forte, porém uma escapou. Suas mãos passearam pelo vestido por cima das minhas costas e desceram o grande zíper que o vestido tinha.

- ME DEIXA EM PAZ. - Gritei, ele retirou metade do  uniforme quase o rasgando.

Alguém surgiu em meio a escuridão e atacou Pedro, enchendo-lhe de socos que só pararam após vários pedidos meus para que parasse.

- Você está bem? - levantei-me ainda assustada, contudo feliz ao ouvir a voz de Victor.
- Estou... - me cobri vestindo o restante uniforme, percebendo a dificuldade que tinha em subi o zíper do vestido, Victor o subiu. Eu queria muito abraçá-lo e foi o que fiz, ele retribuiu o abraço enquanto afagava meus cabelos.

- Seu nariz está sangrando. - Disse após ter me afastado dele e um bom tempo ter se passado.

Ele toca seu nariz com o dorso da mão que fica ensanguentado. Abro minha bolsa que se encontrava no chão, pego um kit de primeiros socorros e cuido dos machucados do seu rosto e de seu nariz.

Em seguida, ligo para Gabriela e em pouco tempo ela vem acompanhada da ambulância. Pedro, é internado no hospital e em alguns dias ele se recupera e é preso.

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Acho que devem ter percebido que estou fazendo algumas mudanças na história, por achar que seja preciso.

E tenho que avisar que talvez demore para postar capítulos, pois a partir desta semana até o final  de junho estarei cheia de afazeres.

(Foto de Pedro, acima).

Beijos❤❤❤ e até a próxima.