Capítulo 30

733 55 0
                                    

                   Aurora

      - Eu não quero nada, Karen. Eu amo Victor. Será que você não entende? - digo quase gritando.

- ÓTIMO, VOCÊ NÃO VAI SAIR DAQUI NUNCA. - ela grita desesperada perdendo cada vez mais a paciência.

- O quê vai fazer comigo? - pergunto com a voz trémula me sentando na cama.

- Eu não sei, eu só não quero que fique com Victor e não vou deixá-la sair até você me dizer que irá sair da vida dele para sempre - ela passa as mãos no cabelo parecendo e fala apontando o dedo para mim depois.

- Eu... Eu vou pegar comida para você. Já é meio-dia. - diz saindo pela porta. Ouço ela trancar a porta com chave.

Eu sabia que algo ia acontecer quando sentir aquele aperto. Por quanto tempo vou ficar aqui? Me levanto, aproximo-me da janela e passo a observar. A vista não é boa pois a janela está empoeirada. Pego um pano posto em um criado-mudo e passo na janela para observar onde estou com clareza.

É definitivamente eu não sei onde estou, é tudo desconhecido para mim.

- Pronto. Trouxe sua comida, coma. - Karen aparece me assustando. Ela se aproxima para entregar o prato.

- Eu não quero. - digo rejeitando o prato com a cabeça. - Desiste disso Karen, isso não vai te levar para lugar nenhum. - contínuo.

- NÃO. - ela pausa deixando o prato em cima de uma cadeira. - Eu sei que eu humilhei, menti e abandonei Victor na igreja, mas eu voltei da viagem com o objetivo de conquistá-lo e você não vai me atrapalhar. - Karen finaliza.

- KAREN DESISTE DISSO. Se você me manter aqui você só vai piorar as coisas, de qualquer modo Victor vai saber que está me mantendo aqui. E a raiva que ele tem de você só vai aumentar... além do mais eu não escolhi amá-lo. No coração não se manda. E se você continuar assim, vai fazer mais besteiras. Pensa Karen, pensa nos seus atos e nas consequências... se você me soltar eu não conto para ninguém que você me sequestrou e vou te perdoar. - digo tentando fazê-la me libertar.

- NÃO. AGORA COMA. - ela grita me entregando o prato.
Jogo o prato em cima dela, corro em direção a porta, a abro e corro.

               ~~~~~·~~~~~
                    Karen

Não acredito que ela me jogou o prato de comida, ela não pode sair daqui, não pode. Não pode. Corro o mais rápido possível até ela.

- VOCÊ NÃO PODE SAIR. - grito, meu desespero é tão grande que pego um jarro de vidro que estava no meu lado e jogo com força na cabeça de Aurora, ela rola escada a baixo.

Passo as mãos no cabelo em situação de puro desespero.
O que eu fiz? Por quê eu fiz isso? Eu não planejei isso. Não era o que eu queria, eu só queria afastá-la de Victor. Droga!

- AURORA! - lágrimas rolam pelo meu rosto.

Corro pelas escadas, observo a jogada no chão. Eu desisto, eu exagerei, passei dos meus limites. Se ela morrer eu nunca vou perdoar. Me aproximo e pego em seu pescoço para ver se está viva, sim ela está viva. Glória a Deus!

Ela está com um machucado na cabeça e está sangrando muito. Meu celular toca e atendo:

- Srta. Valle.

- Sim. É ela. Quem é? - falo em um tom de desespero que tento controlar.

- Sou o médico Calles do Clay Hospital de Nova York. Eu sinto muito informá-la, mas seu pai faleceu.

Aurora I Onde histórias criam vida. Descubra agora