Capítulo X - Encontro

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Depois de pegar meu colar de morangos guardado em um pequeno porta-joias dentro de outro porta-joias maior eu saí do quarto deixando a Lilly sozinha, ainda com receio de ter que deixar ela lá, nunca fui de trocar garotos pela minha melhor amiga, e não era hoje que eu faria, já estava dando a volta para subir para meu quarto e ficar com ela, mas então alguém entra no meu campo de visão. O Scott. — Boa noite Melanie. Diz ele com uma voz meio nervosa demais. — Boas noites Scott, como andam as coisas com você e Lilly? Eu tenho notado que estão bem próximos ultimamente. Falei abrindo um sorriso. — Não responda. Não quero me intrometer em nada. Mas acho que você deveria ir lá em cima falar com ela, sabe... ela está sozinha agora. Tento parecer séria, mas falhei. — Ah tudo bem, eu já estava indo falar com ela mesmo. Fala Scott ainda com o mesmo tom de nervosismo na voz. — Te vejo depois então. Falo já saindo com um largo sorriso no rosto. —Então até depois. Grita ele. Viro-me de costas e pego ele subindo as longas escadas que dão para os quartos pulando de dois em dois degraus.

Saio da grande mansão que é o CTJ e sigo um caminho de pedras o barulho é calmante. Continuo andando até chegar a um jardim com alguns bancos e uns postes iluminando o local, mas o que na verdade prende minha atenção é uma pequena fonte que estava brilhando. Uma forte e intensa cor azul, olho dentro dela, mas não tem nenhuma luz acesa no fundo só água, a água era a própria luz. —Linda não é? Alguém fala e rompe a atenção que eu estava dando a fonte. Era o Ethan. — Sim, é muito linda. — Sabia que acontece todas as noites? Sempre ao escurecer a água começa a brilhar, mas de dia não tem brilho algum à água é até potável sabia? — Não, não sabia. Você já bebeu dela alguma vez? — Não, nunca conheci alguém que bebeu, dizem que é apenas potável para almas que são livres de maldades, pessoas que só pensam no bem do próximo e se uma pessoa beber sem ter a alma limpa, bem eu não sei o que acontece, a lenda acaba aí. Abro um sorriso. — Linda história. Falei já me afastando da fonte e indo para um dos bancos. —Eu trouxe um lençol do dormitório, vamos sentar em baixo de uma das arvores e fazer um piquenique, o que acha? Só então percebo que ele segura uma caixa em sua mão, e na outra esta com duas taças.

Depois de nos instalarmos debaixo de uma grande árvore que eu não sabia qual era. Ethan trouxe vinho, um vinho suave com algumas uvas, tinha também pão, queijo e bolo de morango. Era o meu preferido! —Eu não sabia que você ainda tinha dezessete. Falou Ethan quando tirou o vinho da cesta. — Não tem problema eu já bebi antes, e falta pouco tempo para meu aniversário de dezoito. — Então está bem. Ele nos serviu o vinho e começamos a comer uvas. Ele se aproximou ainda mais de mim, pegou uma uva e começou apontar ela em minha direção, vendo que eu estava congelada ele pediu para eu abrir a boca, eu fiz o que pediu. Abri a boca lentamente então ele colocou a uva dentro. O canto do seu dedo tocou a parte inferior do meu lábio, meu corpo todo estremeceu, mas não de frio, era calor um calor que tomou conta do meu corpo, mas rapidamente sumiu, quando o dedo dele voltou para dentro da cesta. — Então... Comecei. — Ouvi você falando com alguém no telefone hoje antes de você me convidar para esse piquenique, você parecia chateado e triste, com quem estava falando? Ele olhou para o chão por um momento. —Com ninguém. —Ele falou tão baixo que foi quase impossível ouvir. — Você tem namorada Ethan? É isso? Perguntei já com medo da resposta. —O que? Nã...Não! Eu estava falando com meus pais! Ele olhou para mim, pude ver que seus olhos estavam brilhando, parecia que havia duas estrelas presas lá dentro. —Ah, isso explica, mas por quê? Por que estava triste no telefone? Ele continua a olhar para mim. —E...Eu... Seguro em sua mão. —Ethan, pode falar. A mão dele figa rígida debaixo da minha. —Eu fui rebaixado para o nível dois Melanie, e meus pais não aceitaram isso muito bem, minha família sempre procurou a perfeição sabe? — Sim, eu sei. Sussurrei ainda segurando sua mão. — Por que você foi rebaixado para o nível dois? Tentei dar um tom melhor para "rebaixado", mas não funcionou. — Por causa da briga que aconteceu no refeitório. Lembrei da briga, mas ainda não sabia o real motivo daquela briga. —E por que você brigou com aquele garoto Ethan? Não deveria ter feito isso aqui! Se ele estava te aborrecendo você deveria ter se afastado. Falei. Eu estava com uma tristeza muito grande naquele momento, nunca tinha sido rebaixada em nada, mas imaginava o quanto deveria ser ruim, ainda mais quando se tem uma família perfeita que não aceita erros. Ethan olhou para o chão tentando esconder o rosto. Esse não era o real motivo da briga. — Ethan, qual foi o motivo de você ter brigado no refeitório? Falei tirando minha mão de perto da dele e me ajeitando no meu lugar. —Ethan, qual foi o motivo? Falei com a voz séria. —Foi você! Ele gritou. — Foi você! Ele sussurrou. — E..Eu? Como assim Eu? Falei gaguejando. — Sim, você Malanie. O outro cara, o Tommy ele estava falando coisas ruins sobre você. — Quais coisas eram essas? Falei e voltei a me aproximar dele. — Ele falava coisas nojentas, coisas que faria com você entre quatro paredes, falou de como deveria... de como você deveria ser bonita... — Oh Ethan, e por minha causa você brigou com ele, e isso fez você ser rebaixado, foi tudo culpa minha! Minhas lágrimas já estavam ameaçando sair. — Não, não foi eu fui um idiota em ter feito aquilo, eu poderia ter avisado a você, mas só consegui agir como um... Um namorado ciumento. —Não, agiu como um belo cavalheiro, mas não deveria ter feito o que fez. — Mas aí está o problema, eu não sou cavalheiro! Eu nunca fui, mas de algum jeito não consegui o deixar falar mal de você como estava falando! Eu estava a um passo de chorar feito uma garotinha. — Oh Ethan. Falei colocando minha mão em sua bochecha e comecei a levantar seu rosto, ele estava com o rosto rígido. —Desculpa por ter sido o motivo do seu rebaixamento, mas eu não me arrependo de ter visto a pisa que deu naquele porco. Ele estava me encarando, seus olhos estavam congelados como se estivesse pensando em alguma coisa, em alguma decisão que mudaria a sua vida, sua mão continuava por cima da minha que ainda pousava em seu rosto, ele tirou minha mão de lá e começou a se aproximar de mim, sua mão veio direto á minha nuca, ele não me beijou, apenas me encarou, eu estava preparada estava preparada para o beijo dele. E eu queria muito. Então ele se aproximou um pouco mais e seus lábios tocaram os meus um leve toque que fez minha barriga dar cambalhotas, ele intensificou o beijo, estava invadindo minha boca, sua outra mão foi para o outro lado da minha nuca, nesse momento as lágrimas que a tempo ameaçavam cair finalmente caíram. E o beijo ficou com um gosto salgado, mas também doce, com muita delicadeza ele começou a me deitar na toalha sem tirar sua língua de dentro da minha boca. Não sabia quanto tempo estávamos nos beijando poderiam ter sido horas, minutos ou segundos, mas eu não sentia necessidade de respirar, eu só sentia necessidade dele. Ele abruptamente parou de me beijar e olhou para o meu rosto. — Você é linda até chorando sabia? Perguntou ainda em cima. — Sim, eu sabia. Falei sorrindo.

Ele se deitou do meu lado e ficamos olhando as estrelas, pareciam que estavam olhando de volta, parecia que elas estavam torcendo por nós. Ethan segurou minhas mãos e sem falar mais nada continuamos assim. Só nos dois, nós dois e as estrelas.


Descoberta - Saga Os Selecionados - Livro #1 ( EM REVISÃO )Onde histórias criam vida. Descubra agora