Capítulo IV - Real ou Não?

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 Estava sentada no sofá com o notebook no colo assistindo um filme que escolhi sem nem prestar atenção, desde o dia em que eu e meus amigos fomos selecionados eu tinha mudado, não estava mais conseguindo dormir até tarde, meus atrasos na escola tinham cessado. Eu agora acordava horas antes e ficava assistindo filme ou série, não conseguia nem me concentrar mais para ler um livro.

— Bom dia querida. Falou tia Sabrina saindo pela porta da cozinha. —Bom dia tia. Falei sorrindo tentando parecer o mais calma possível. — Ah querida, estou tão feliz que você agora está acordando cedo, sem atrasos para escola nas últimas semanas. — Eu também estou. Menti. — Você quer panquecas querida? Perguntou ela com uma voz doce. —Hmm, não tia obrigada, mas eu já comi. Menti mais uma vez. Tinha perdido 50% do meu apetite nas últimas semanas. Já estou indo para escola, quero caminhar um pouco devagar hoje. Falei. — Claro meu anjo, vá com Deus. Saí pela porta não com a mesma pressa que eu estava acostumada a sair. Então parei. Tinha sentido alguma coisa estranha uma sensação diferente sensação de que tinha alguma coisa errada. Ignorei e comecei a caminhar.

 Já estava na última aula, era a aula de português. Eu já falei que odeio português? Eu ainda não acreditava que finalmente ia entrar de férias eu mais que ninguém estava precisando de férias como eu ainda mais depois de tudo o que aconteceu. Eu, Josh e Melanie tínhamos tentado descobrir alguma coisa sobre os selecionados, ou seja, lá o que era isso, mas não achamos nada como se isso nem existisse, então resolvemos parar de nos procurar não valia a pena, iríamos entrar em um beco sem saída. Não tínhamos como encontrar os caras que nos levaram para aquela cabana, então a solução era ignorar o acontecido. Pelo menos no momento essa era a melhor solução.

— Bom dia gente, como hoje é o último dia de aula antes das férias vou passar bastante atividade para vocês, não queremos que fiquem relaxados demais e quando voltarem de férias e voltem preguiçosos. Disse a bruxa da professora me tirando dos meus pensamentos. Ela pegou o piloto e começou a rabiscar algumas coisas no quadro, eu não estava prestando muita atenção, estava distraída olhando pela janela, o tempo lá fora estava calmo demais do jeito que eu gostava.

— Está esperando alguém senhorita Lilly? Perguntou a professora. Olhei para toda classe e sabia que todos estariam me encarando. Eu odiava ser o centro das atenções, mais um motivo pelo qual odiar aquela professora. — Hmm, não professora. Falei. Meu rosto estava sério. —Então vamos prosseguir turma. Ela falou toda prepotente.

Fiquei encarando a professora por algum tempo, imaginando um jeito de fazê-la pagar por ter me chamado atenção na frente de toda turma. Mas eu não iria poder fazer nada, afinal, ela era a professora eu só era a aluna. Continuei encarando ela tentando me lembrar de algum tipo de sofrimento que já li em algum livro de aventura. Eu poderia colocar ela em uma sala de aula com vários leões né? Ou seria melhor colocar ela dentro de um aquário fechado? Mas claro que não iria a deixar morrer, eu não era tão má assim. Eu tava tão concentrada em meus pensamentos que não vi o tumulto que se formou ao redor da professora. Ela estava gritando: — Leões! Fujam crianças a sala esta cheia de leões!

 Como ninguém estava vendo leão algum ninguém saiu do lugar. Espera. Ela disse leões? Era exatamente o que eu estav... ah meu Deus, que estranho. Eu não poderia ter... ou poderia ? mas como? Nada ta fazendo sentido. — Lilly, vamos. Mel estava me chamando. —Não vai ter mais aula à professora não se sente bem. — Ok, vamos.

Nós estávamos a caminho de casa sozinhas, o Josh teve que ir na frente ele tinha alguma coisa pra resolver, não prestei atenção quando ele falou o motivo. Tinha um carro vindo em nossa direção eu por impulso me aproximei da Mel, ela também notou o carro se aproximando.

— E ae loirinha, afim de dar um role?  Novidade, e era só mais algum babaca caído pela Mel. —Não, mas obrigada pelo convite, tenho coisas mais importantes para fazer. Jogou ela. — Coisas mais importantes é tipo o que? Perguntou o cara. — Tipo alimentar meu gato. Mel falou com um sorriso na cara, ela estava calma. Já eu não. O cara saiu do carro e foi pegando a Mel pelo braço. — Ei babaca, solta ela. Eu disparei. —Desculpa fofinha, mas to falando com a loirinha aqui quem sabe com você não converso depois.

  A Melanie continuava calma, incrível como ela não ficava nervosa com quase nada. — Tira suas mãos nojentas de mim seu idiota. Falou a ela com mais calma, impossível. — Ah, você gosta de umas palavras sujas né? Que bom! Porque eu também gosto. Nesse momento a Mel abriu um sorriso. O que? Ela estava rindo? Agora? Sério isso?

— Eu acho que a única coisa suja aqui vai é sua cara e suas bolas quando eu der um chute bem no meio das suas pernas, então pega a porcaria do seu carro velho e sai daqui agora!

 Eu estava boquiaberta, já tinha visto a Mel falar assim antes, mas falar assim com um cara com quase um metro a mais que ela, era diferente. E o mais incrível foi que o cara tirou as mãos que estavam na Mel no mesmo momento e saiu calmamente como se não tivesse ouvido nada do que a Mel falou. Mas que inferno! Hoje o dia estava muito estranho. 

— Babaca. Mel falou. Ela começou a andar como se nada tivesse acontecido. Finalmente cheguei em casa, depois do acontecido a Mel e eu não conversamos muito, fizemos planos de viajar no final de semana, a família da Mel tinha uma casa de campo, sempre íamos para lá. Tia Sabrina estava dormindo quando cheguei,  subi para meu quarto e fui dormir um pouco, sabendo que quando eu acordasse tia Sabrina já iria ter saído para o hospital.

 Faltava pouco para ás 19h00min quando acordei, saí e fui para o banheiro depois de alguns minutos debaixo da água minha barriga roncou eu estava faminta, tinha me esquecido de almoçar, desci para a cozinha, não tinha nada de gostoso na geladeira como sempre, resolvi que iria pedir pizza. Quando fui até a sala para pegar o telefone fiquei congelada. Eles estavam ali, os mesmos caras que levaram a mim, e meus melhores amigos para aquela cabana. Já estava pronta pra correr quando o moreno abriu a boca pra falar. Era sempre ele quem falava? – Acho melhor você não correr Lilly, sua amiga já está a caminho você vai deixar ela ir sozinha? – Sozi... sozinhas para onde? Gaguejei. —Querida, vocês vão para o CTJ.

 CTJ ? O que diabos era isso? E por que ele falou ''sua amiga'' e o Josh? Não iria ir? O moreno olhou o relógio no pulso e falou: — Você tem exatamente cinco minutos para arrumar suas coisas em uma mala, ou pretende não levar nada? Rapidamente subi a escadas, não sabia por que estava fazendo o que ele mandava, deveria ser o medo, mas eu não estava com medo, ou estava? Já estava com a bolsa cheia de roupas.

 Fui para a sala quando a porta se abriu e mais dois caras apareceram e atrás deles estava a Melanie, ela agora estava assustada, pela primeira vez vi a Mel tão assustada. Eu consegui notar que ela estava querendo entender o que estava acontecendo, nem eu sabia ao o que estava acontecendo ali. Saímos da minha casa tinha dois carros pretos esperando na rua por incrível que pareça eu estava extremamente calma, os dois homens estavam se dirigindo com a Mel para um carro e eu estava indo para outro,no mesmo momento que notei eu falei: —Ei, não, não vai nos separar, se a gente for temos que ir juntas. Os homens pareciam ter alguma objeção a fazer, mas apenas me colocaram junto com a Mel no banco de trás do carro e mais um dos homens foi do nosso lado e dois no banco da frente, um dirigindo e o outro no banco do carona. Será que estávamos sendo presas? Ou novamente raptadas?

 O homem ligou o carro e deu partida eu olhei nos olhos da Melanie, estávamos de mãos dadas tentando conforta uma a outra, mas sabíamos que as coisas nunca mais seriam as mesmas para nós duas, sabíamos que agora não iríamos mais ter conforto nenhum, nada mais seria comum. As coisas iriam mudar.

Descoberta - Saga Os Selecionados - Livro #1 ( EM REVISÃO )Onde histórias criam vida. Descubra agora