Capítulo XIII - Humilhação

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Eu não estava acreditando no que meus olhos estavam vendo, aquele era o meu pai, mais velho, um pouco diferente, mais forte, eu o reconheceria em qualquer lugar e de qualquer jeito. Mas ele não estava morto? O que ele estava fazendo naquela sala? Eu não consegui mais evitar as lágrimas elas começaram a sair sem minha permissão. Eu estava chorando. — Eu passei a minha vida toda achando que você estava morto. —Me desculpa filha, foi necessário. Ele disse se levantando. — Necessário para quem? Eu passei todos esses anos sofrendo por não ter uma família. Sabe como eu me senti no dia dos pais? Quando todos os meus amigos tinham seus pais lá e eu era a única diferente. Isso que era necessário? Eu estava gritando e chorava sem parar. — Não queria que você descobrisse assim, não chore querida. Ele se aproximou de mim. — Você ia me enganar para sempre? —Não Lilly, eu estive do seu lado o tempo todo, quando você perdeu o primeiro dente, quando aprendeu a ler e escrever, no seu primeiro dia no fundamental, quando aprendeu a andar de bicicleta, eu estava com você no dia em que você tomou o seu primeiro fora do Roben Arnold e eu quis quebrar a cara daquele idiota. Eu estava com você o tempo todo, mas eu não podia te contar toda a verdade era tudo muito perigoso. Sempre alterei a sua realidade, para que nunca se lembrasse de mim ou da sua mãe. Eu mudei muitas vezes a sua realidade para te proteger. Ele me abraçou e continuou falando. — Eu te mantive segura o tempo todo querida. Sentir o abraço do meu pai me acalmava, mas estava tudo confuso na minha mente, eu soluçava de tanta que chorava. — Por que você esta aqui? — Eu sou o diretor do desse CTJ. Eu não queria que você fosse selecionada mas eu não tinha autoridade suficiente para livrar um selecionado, me desculpa. — Eu fiquei tão assustada quando fui selecionada. — Eu sei querida, eu vi. Mas eu não deixaria ninguém machucar você. Ser um selecionado é muito perigoso ainda mais com o Joseph Morgan a solta. —Quem é ele? — Um herdeiro muito poderoso, ele era um dos melhores agentes da Companhia Alpha, mas ele queria a diretoria da CA e não conseguiu, desde então ele tenta destruir a CA, ele recruta jovens com habilidades especiais que não foram selecionados e comete crimes em todo o mundo. — Qual o objetivo dele em tudo isso? Perguntei assustada. — Ele quer revelar a CA, mas isso é quase impossível. Não se preocupe com isso tudo bem? — E a minha mãe? — Ela está morta. Ele respondeu friamente. — Como? — Esquece esses assuntos tudo bem? Eu estou aqui agora. —Mas pai... — Sem mais Lilly, volta para o seu treinamento. Sempre que quiser me ver venha aqui. Eu o abracei de novo. — Ok. Eu apenas disse o que ele queria ouvir, era tão bom saber que o meu pai estava vivo. Depois de conversar bastante com o meu pai, ele me explicou muita coisa da minha origem, ele não sabia por que eu tinha sido selecionada ao certo, foi incrível ter um pai finalmente. Ele me deixou na porta do meu quarto horas mais tarde, assim que entrei Mel e Amanda me encheram de perguntas eu contei tudo para elas que ouviram tudo atentamente sem falar uma palavra. Quando eu acabei de contar tudo ela ficaram me olhando boquiabertas. —Eu não acredito. Amanda finalmente falou. — Sua vida parece uma novela Lilly. Eu sorri. — O importante é que eu sei que meu pai está vivo, mas acho que nessa historia tem muito mais coisas do que ele me contou. — E o que você vai fazer? Perguntou a Mel. — Ainda não sei. Olhei para o relógio e já se passavam das 8:00h da noite. Ai meu Deus o Scott. — Tenho que ir meninas. — Encontro? Amanda disse rindo. Eu apenas pisquei e saí.

Fechei a porta do quarto joguei meus cabelos um pouco para trás, estava caminhando em passos rápidos em direção as escadas quando alguém passa na minha frente. —Está com pressa Lilly? Esse é seu nome né? A garota ruiva que tinha chegado no momento em que Scott planejava me beijar, ela tinha chamado ele de alguma coisa. A Cott. —O que você quer? Perguntei. —Para falar a verdade, quero que você se afaste do Scott. —E por que eu faria isso? — Por que ele não é para o seu bico. Falou ela se aproximando ainda mais de mim. —Na verdade acho que ele é sim. —Você acha é? Acha que o Roben Arnold também era para o seu bico? Mas parece que ele não te quis né? Espera aí, como ela sabia sobre o Roben? —E o que falar do seu primeiro e único beija até uns dias atrás com seu melhor amigo. Que nojo garota. — O que você quer de mim Everly? —Eu já falei o que quero de você Lilly, apenas deixe o Scott em paz. O que sua amiga acharia se descobrisse que você morria de inveja dela? Tinha inveja porque ela tinha admiradores e você não. — Isso não é verdade! Mas na verdade teve um tempo em que eu cheguei a morrer de inveja da Mel, ela tinha tantos garotos correndo atrás dela. Mas essa inveja tinha passado. —Ah não é? Você teve uma festa quando menor, nossa não foi ninguém. Coitadinha!Meus olhos já estavam pesados de lágrimas. Por quê? Porque em todo lugar que eu fosse tinha sempre alguma garota para me atormentar? Já estava virando para voltar ao meu quarto. —Creio que isso seja um sim? Você vai parar de correr atrás do meu Cott? —Não ela não vai, na verdade quem deveria parar de correr atrás de mim é você e também gostaria que parasse de me chamar de Cott. Ai meu deus, era o Scott, ele estava ali atrás da Everly. Ela se virou olhando para ele e voltou a olhar para mim. — Adeus Everly. Scott falou abrindo um sorriso de vitória. Mas eu não tinha visto vitória nenhuma, apenas humilhação, as lágrimas que estavam ameaçando cair finalmente caíram. Era incrível como em poucos minutos toda felicidade que eu sentia poderia acabar. Everly voltou a olhar para mim, quando viu que eu estava chorando ela sorriu, ela sorriu e rapidamente se dirigiu as escadas. O Scott veio em minha direção, seu rosto estava sério, ele estava preocupado comigo. Sem pensar duas vezes corri para os braços dele, ele ficou surpreso ao receber meu abraço, mas logo a surpresa sumiu dando lugar ao carinho. Enterrei meu rosto em seu peito e comecei a chorar. As lágrimas caiam em cascas, aproveitando que tinha onde chorar coloquei tudo para fora, a saudade que sentia da minha tia Sabrina, a felicidade de reencontrar meu pai e o principal, a humilhação que tinha passado com Everly. Algumas garotas já mexeram comigo antes, mas nada foi comparado á isso. Scott apenas acariciou minhas costas por um tempo. Um tempo que eu não sabia se foram horas ou minutos. —Desculpa. Ele sussurrou. —Desculpa por quê? — Por não ter chegado a tempo de evitar isso tudo. —A culpa não foi sua Scott. Desde quando cheguei aqui a Everly já começou a me encarar de longe. —Ela Fez isso porque viu que assim que você chegou aqui eu passei a te admirar e ela meio que sempre gostou de mim. — Você já ficou com ela Scott? — Sim, uma vez quando fui escolhido para ser um recruta fui comemorar com uns amigos e ela também foi, passei um pouco da conta com a bebida e aconteceu. Mas só foi uma vez, desde então eu nunca mais voltei a ficar com ela, e nem quero. Eu sorri, sabia que ele falava a verdade então apenas sorri. — Entendo. — Lilly, por favor, não fique com raiva de mim por causa disso. — Eu não estou. Falei erguendo a cabeça para olhar nos olhos dele. —Não nos conhecíamos antes, e também tenho certeza que ela se aproveitou de você quando estava bêbado. —Eu tenho uma notícia para contar para você. Falei abrindo um sorriso. —Ah é? Então vamos lá pro jardim pode me contar lá. Formos caminhando de mãos dadas até o jardim sentamos em um dos bancos Scott passou os braços ao redor do meu pescoço e ficou acariciando meus ombros. —Então qual a notícia? — Eu encontrei meu pai. —Ah. —Eu achava que meu pai tinha morrido em um acidente quando eu era criança, mas na verdade ele não morreu, ele esta vivo o tempo todo e é diretor desse CTJ. Falei apontando para o grande prédio na nossa frente. —Ual! Isso é ótimo Lilly. Voltando a Everly, eu só peguei a conversa de vocês no final o que ela tinha falado com você antes? Ele disse mudando de assunto. —Ela tinha pedido que eu me afastasse de você, ah! E ela meio que ficou falando algumas coisas sobre meu passado, foi isso que me fez ficar tão mal. Como ela faz aquilo? — Ela tem o dom der ver o passado das pessoas, apenas olhando para elas. —Ah. Foi tudo o que consegui dizer. —Eu realmente sinto muito por não ter chegado antes de ela usá-lo contra você. —Não tem problema, você está aqui agora, está aqui comigo. Falei me aconchegando mais nele, encostei minha cabeça em seu ombro. Ele deu um leve beijo na minha cabeça. —Você tem o cabelo muito cheiroso. Eu sorri levantando a cabeça. —Olha que não o lavo há alguns dias. Ele riu. — Tem o cheiro de laranja. Sorri para ele pela milésima vez. Ele inclinou a cabeça em minha direção e me beijou dessa vez o beijo não foi desesperado igual antes, foi um beijo calmo, um beijo que parecia com um pedido de desculpas. A mão que ele acariciava meu ombro foi parar atrás da minha cabeça, ele acariciou meus cabelos. Continuamos nos beijando por alguns minutos, parávamos algumas vezes para respirar, então voltávamos a nos beijar. Ele olhou para o relógio que estava em seu pulso. —Acho que está na hora de ir. Ele falou. Já são 10h00minh e você tem aula amanhã cedo. Balancei a cabeça concordando. Ele ficou de pé e segurou na minha mão caminhamos em passos curtos até a porta do meu dormitório. — Eu sei que é obvio, ma ninguém pode saber desses nossos encontros, é proibido o envolvimento com os selecionados. Mas eu quero ficar com você Lilly. Ele se inclinou e colou sua testa na minha. — Eu também quero ficar com você Scott. Ele me deu um beijo rápido e foi embora. Entrei no quarto devagar Amanda e Mel já estavam dormindo. Estava muito cansada para tomar banho. Deitei na cama não demorei muito para pegar no sono.

Descoberta - Saga Os Selecionados - Livro #1 ( EM REVISÃO )Onde histórias criam vida. Descubra agora