Descoberta - Saga Os Selecionados - Livro #1 ( EM REVISÃO )

Capítulo XXIV - O plano

Dias após o atentado ainda estávamos sem aulas e as coisas ainda não tinham voltado totalmente ao normal no CTJ, o lugar estava cheio de seguranças da CA e mesmo assim não me sentia segura o suficiente, mas eu precisava treinar, precisava estar preparada caso isso aconteça de novo. Eu estava sendo examinada constantemente pelos cientistas da CA e eles me disseram que sou um caso raro, um caso que acontece apenas a cada milênio. Contaram-me que eu era herdeira de dois poderes, um de alterar a realidade e a Psicocinese eu fiquei em choque com a notícia, isso era demais para mim, agora eu entendi o porquê Joseph tinha me chamado de garota prodígio, mas uma duvida não saia da minha cabeça, se eu era herdeira e meu pai também podia alterar a realidade então eu tinha herdado a Psicocinese da minha mãe? Ela também era uma selecionada? Eu tinha que descobrir isso o mais rápido possível. Quando cheguei ao quarto Mel estava dormindo. — Mel. Chamei, mas ela não se moveu. — Mel. Chamei de novo balançando ela. — Espero que tenha um bom motivo para me acordar. — Eu tenho que entrar na central CA. Mel me olhou com os olhos arregalados. — Pirou? — Melanie, eu tenho um plano, mas vou precisar de ajuda. — É impossível invadir, a gente nem sabe onde fica. — Mas o Josh pode descobrir, a gente entra procura alguma coisa e sai sem nem ser visto, é um ótimo plano. Eu sorri. — Só tem uma falha no seu plano. — Qual? — É impossível invadir Lilly, estamos falando da Central da CA, devem ter uns mil seguranças em cada porta! Fiquei sentada na ponta da cama. — Mas vamos dar um jeito, podemos conseguir, eu só não vou conseguir nada aqui. Meu pai não quer me falar nada! Falei chateada. Mel ficou sentada na cama e se aproximou de mim. — Então eu vou com você, eu sei que se eu não for você vai tentar ir sozinha do mesmo jeito, não posso deixar isso acontecer. Mel foi para trás de mim e começou a pentear meus cabelos com os dedos. Eu sorri para ela. Eu tinha a melhor amiga do mundo. — Você andou falando com Josh nos últimos dias? Perguntei e automaticamente comecei mexer nas minhas unhas. — Sim. Ele não esta chateado com você Lilly, ele só quer um tempo para pensar sabe? Concordei com a cabeça. — Vou ir falar ele agora. Falei ficando de pé, fiquei de frente para Mel e me inclinei para frente, peguei suas mãos cobrindo-as com a minha. — Obrigada. Falei e dei um beijo em sua mão e sai do quarto.

O corredor estava movimentado por causa das aulas suspensas, continuei andando pelo meio de corpos que passavam por ali até que um corpo parou na minha frente era Everly, ela estava sorrindo para mim, mas foi à única coisa que ela fez por que em seguida saiu da minha frente. Voltei a caminhar, subi as escadas de dois em dois degraus, o quarto de Josh ficava um andar a cima do meu, ele passou a dormi com Ethan para se adaptar melhor ao lugar. Bati na porta do quarto dele duas vezes e quando ia bater a terceira, Ethan abriu a porta. —Ah, e aí Lilly. Falou ele sorrindo. —Olá Ethan, o Josh está? Ethan olhou para dentro do quarto, pelo o que pude ver o quarto estava uma bagunça. —Não, acho que ele está no laboratório, ultimamente ele só vive enfiado lá dentro. —Sim, é verdade. Falei sorrindo. — Amanda e a Mel onde elas estão? Perguntou Ethan com um sorriso no rosto. —Amanda saiu, teve umas coisas para resolver com os outros bloqueadores e a Mel está lá no quarto. — Sozinha? Perguntou ele. Tentei conter um sorriso, mas saiu uma coisa pior ainda. —Sim Ethan, sozinha, mas agora tenho que ir preciso falar com Josh. —Ah, Então até depois. Falou ele já começando a fechar a porta. —Até. Apressei os passos até chegar às escadas, desci por elas quase caindo.

Chegando lá embaixo comecei a ir mais devagar porque o lugar estava cheio de professoras andando para todos os lados, tinha pessoas carregando materiais de obras. Uma parte do ginásio tinha sido danificada, o restante do caminho até o laboratório foi rápido. Eu estava de frente para a porta, o Josh estava lá dentro, do outro lado dessa porta, toquei na maçaneta que estava gelada. Dentro do laboratório tinha ar-condicionado, abri a porta lentamente e espiei pela abertura tinha barulho de risadas no fundo da sala. Entrei e fechei a porta lentamente atrás de mim tentando não fazer barulho. Caminhei pelo corredor curto até uma porta de vidro, e pela porta vi Josh com um jaleco branco. Não precisei chamar-lo porque ele tinha se virado e me visto, ele falou alguma coisa para os amigos e começou a vir em minha direção. — Oi. Falei com o rosto sério. –Oi. Ele respondeu. —Josh eu estou sem tempo... Não tive tempo de terminar a frase porque ele me cortou. —Sem tempo? O que aconteceu Lilly? Está tudo bem com você e com a Mel? Ele ainda se preocupava comigo, abri um sorriso pequeno no rosto. –Está tudo bem, me deixa terminar de falar. Ele assentiu com a cabeça. –Então, vou direto ao ponto porque estou sem tempo, eu preciso da sua ajuda, eu preciso ir até a central da CA preciso procurar algumas coisas lá e não vou conseguir sozinha. – Ta, eu vou com você. Ele falou, fiquei surpresa. – Vai? Nem quer saber o que eu quero procurar? – Não preciso saber, mas já que tocou no assunto, o que você quer procurar? – Bem quero ver se acho alguma coisa sobre a minha mãe ou sobre esse tal poder que eu herdei de alguém, esse alguém só pode ser dela né? Perguntei algumas coisas ao meu pai, mas ele se recusa a responder. – Tudo bem, quando vamos sair? Perguntou ele. — Hoje à noite. —Como vamos passar pelos seguranças? Olhei para dentro da sala, os outros alunos ali dentro estavam ocupados olhando alguma coisa. – Bem, os seguranças estão lá para não deixar ninguém entrar, mas para sair não é? Temos que sair sem sermos vistos, só assim não vão ficar esperando a gente voltar. E só vamos eu, você e Mel, não quero envolver Ethan nem Amanda nisso... Nem Scott. Quando falei o nome do Scott vi que Josh ficou tenso. Terminamos de acerta o plano para fugir. Primeiro íamos todos para os nossos quartos, iríamos dizer aos nossos companheiros que iríamos estudar um pouco poderia ser na biblioteca ou em outro lugar, então depois que todos estivessem em seus quartos iríamos nos encontrar perto de uma arvore que ficava perto dos grades portões, eu iria correr até o segurança e pedir ajuda, falar que fui atacada por algum animal, e quando o segurança saísse para me ajudar o Josh ia até o segundo segurança e falar que tinha uma garota desmaiada ali perto, a garota seria a Mel, quando ele fosse ajudar a Mel ela iria o persuadir a nos deixar passar e não falar nada sobre isso a ninguém, quando ele entendesse Josh e Mel iriam passar pelo portão e esperar por mim, eu iria despistar o primeiro segurança e correr para o portão, e o segundo segurança iria me deixar passar sem nenhuma objeção, o plano era perfeito.

As 22h00min colocamos o plano em ação. Tudo ocorreu perfeitamente bem, Josh tinha trazido com ele uma bolsa, tinha armas a laser e outras coisas que ele não falou, quando saímos do CTJ Josh pegou um telefone da bolsa e ligou para alguém. —Já estou aqui. Falou ele e então desligou alguns segundos depois uma van cortou nossa visão, ela estava vindo à nossa direção. Entramos nela. —Como conseguiu a Van? Perguntei a Josh que estava sentando ao meu lado no banco de trás. Josh se aproximou de mim para poder falar, sua boca encostou-se à ponta na minha orelha. —Conto quando sairmos daqui. O sangue parecia ser saído do meu corpo, não sei o que estava acontecendo não sei por que eu sentia coisas estranhas quando estava perto de Josh. Mel estava olhando para mim por cima do ombro, quando viu que eu tinha notado ela rapidamente voltou a olhar para frente. — Prontos para irmos? Ela falou rindo. Entre nós três Mel era a melhor motorista, o cara que trouxe a van sumiu sem que eu tivesse percebido. A van começou andar em linha reta quase sempre, algumas vezes dobrávamos em uma esquina ou outro, a avenida estava totalmente deserta. — Como você conseguiu esse endereço Josh? Mel perguntou enquanto dirigia. — Entrei na sala do diretor sem que ninguém notasse, vasculhei o seu computador e encontrei. Foi fácil. Ele sorriu. Levamos uns quarenta minutos para chegarmos, tinha um enorme prédio espelhado a nossa frente. —Vai contar agora Josh? Como conseguiu essa van? Perguntei me aproximando mais dele. —Consegui a van do mesmo jeito que consegui o Helicóptero. —Que helicóptero? Perguntou a Mel chegando ao meu lado. —O que esta lá em cima, ou acharam que íamos até Nova York de van? Perguntou Josh olhando para mim. — Lilly, você não sabia que a sede central da CA ficava em nova York? Eu olhei para Mel, mas ela estava rindo. — Eu sabia! Falei. —Não sabia não. Rebateu a Mel. Josh riu. —E como eu consegui a van e o helicóptero, foi simples, entrei no banco de dados dos milionários que moram aqui em Nebraska e procurei por um que tivesse um filho adolescente e rebelde. Não foi fácil achar, mas achei e aqui estamos nós, eu o adolescente rebelde com duas namoradas fazendo uma pequena viajem, será que meu pai vai ficar chateado? E com isso nós três começamos a rir, entramos no prédio o helicóptero que nos esperava, era bonito e muito grande também, Josh deixou eu e Mel esperando no canto enquanto foi fala com o piloto, trocaram algumas palavras então Josh voltou. —Vamos chegar Nova York em algumas horas e tem outra van nos esperando, ela vai nós deixar próximo ao CA, então ai será com a gente.

Entramos no helicóptero e não demorou muito para ele começar a subir, eu estava na janela, Josh estava do meu lado e Mel estava do outro. O piloto ficava sempre falando uns números que eu não sabia para que servia. Teve um momento em que o helicóptero balançou um pouco e subitamente eu peguei na mão de Josh que ficou tenso ao meu lado. Tentei soltar a mão dele, mas ele colocou a outra livre sobre a minha. –Tudo bem Lilly, ainda somos amigos, você está com medo e eu estou aqui para te ajudar como sempre fiz. Amigos. Pensei. Apenas amigos, eu estava com Scott agora, e Josh parecia estar se entendendo com Amanda. Continuei com as mãos dadas a dele até o helicóptero pousar. Estava fazendo muito frio em Nova York, como eu não sabia que iríamos vir para cá não trouxe nenhum casaco. – Aqui, falou Josh abrindo a bolsa e tirando de lá um casaco azul, o casado era dele, tinha o desenho de uma coruja na frente. Sem pensar duas vezes peguei o casaco e vesti. O cheiro de Josh estava nele, tinha o cheiro do sabonete verde de menta que ele usava, e o perfume doce que ele colocava quando ia sair também estava ali. Por que eu estava agindo assim? Cheirando o cheiro do meu melhor amigo no casaco dele enquanto eu estava ficando com outro. Tinha alguma coisa de errado comigo?

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