Capítulo XVIII - Defesa e Ataque

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Acordei um pouco atrasada aquela manhã, a Mel tinha me acordado antes, mas eu me queixei de estar com muito sono e ela me deixou dormir um pouco mais, o café da manhã pararia de ser servido ás 06h:40min e já eram 6h:20min, rapidamente me arrumei e desci para o refeitório, corri para pegar meu café e fui me sentar com as meninas, Ethan e Josh estavam conversando no lado oposto a mesa. Eu pedi para a Amanda ir um pouco para o lado e sentei perto das meninas. Estávamos conversando sobre a próxima aula, iríamos ter aula separada eu teria Treinamento de Ataque e Defesa e eles Treinamento de Sobrevivência em Campo. Pelo menos ainda naquele dia iríamos ter o treinamento especifico juntos. — Lá vem o Scott. Falou Amanda olhando por cima do meu ombro. O Scott estava vindo na direção da nossa mesa, rezei baixinho pedindo para ele não vir na nossa mesa. Mas ele veio. — Bom dia para todos, não se esqueçam que hoje temos o treinamento em equipe. — Achei que tínhamos o cronograma para isso, para não esquecermos. Falou Josh com uma voz calma.  

Aí não, ia começar. Mas Scott apenas sorriu e olhou para mim. — Bom dia Lilly. Ele falou se abaixando e deixando um beijo na minha testa. Todos da mesa estavam nos encarando. — Bom dia Scott, pega leve com a gente hoje no treinamento ta legal? Falei rindo. — Já peguei leve com vocês uma vez, temos que começar com o treinamento pesado ou não vamos sair do lugar. — Tá bom então. Falei sorrindo. Scott se despediu e falou que tinha coisas para resolver sobre o próximo treinamento. Não tinha percebido até aquele momento que o Ethan e a Mel não estavam se falando. — Então, como vocês estão? Falei levantando a mão com o suco e apontando com o dedo mindinho para eles dois. Eles se encararam e me encararam. — Eh... Começou Ethan. — Estamos bem. Terminou a Mel. — Temos que ir para aula Lilly, nos vemos na hora do almoço. Concordei e fiquei de pé. Estava triste por ter que ir para essa aula de ataque e defesa sozinha. Abri um sorriso para as garotas e me dirigi para o pátio que ficava ao lado do refeitório, mas para chegar até lá tinha inúmeros corredores pelo qual passar, depois de dois minutos cheguei ao grande gramado, tinha vários bancos colocados lado a lado, mais da metade da turma estava ali, sentei em um banco no canto no qual não tinha ninguém. O professor estava segurando uma planilha na mão. Outro homem chegou perto dele e falou alguma coisa em seu ouvido, o professor olhou para o relógio e voltou a olhar para a turma, olhei ao redor para ver se tinha alguma coisa errada, mas não tinha. Tinha cerca de vinte e oito alunos sentados, alguns conversavam com amigos, outros como eu apenas ficavam sentados. Senti meu banco abaixar e olhei para o lado, ah não, a Everly sentou ao meu lado. Era só o que me faltava e o pior aconteceu depois, a garota que tinha o dom de se multiplicar sentou no meu outro lado, eu estava no meio das duas. 

Olhei para frente, o professor olhou mais uma vez para a turma então assentiu para o homem ao seu lado, o homem então começou a brilhar e do seu corpo parecia sair um tipo de rajada de vento, ele parou, parou de brilhar e foi se sentar no banco que tinha atrás do professor. — Bom dia turma, meu nome é Jaques Toardor. Sou o professor de vocês de Defesa e Ataque em Campo. Vamos dar inicio as aulas, vou separar vocês por grupos, grupo de três, vocês que já estão sentados em três na cadeira se juntem em um grupo. Eu já estava preparada para ficar de pé quando Everly colocou a mão dela em minha coxa. — Fique com a gente Lilly. Eu me ajeitei no meu lugar, não tinha por que ter medo dela. O que ela fizesse eu poderia me reportar à diretoria, ou ao meu pai. — Que venha o primeiro grupo e não se preocupem que outros alunos vejam vocês treinando, vocês estão em um local com Vohst. Vohst para quem não sabe é uma barreira de ilusão, quem está do lado de fora não vai ver nada a não ser o gramado, agradeçam ao nosso amigo David ali atrás. Todos na turma começaram a cochichar. — Chega de papo e vamos treinar. O professor escolheu um grupo que estava no meio da sala. O grupo e os professores se juntaram e começaram a conversar. — Eles vão lutar entre si, os três, não vão usar os dons, apenas o corpo. Então que comece. Todos no gramado ficaram em silêncio, por um momento esqueci que Everly estava do meu lado. Então os garotos no meio da sala começaram a lutar. Um garoto moreno claro correu para cima do outro e de um socou na barriga dele. A sala toda gritou. O garoto que foi socado revidou com um chute na perna do outro, enquanto isso o terceiro garoto estava se preparando para atacar, quando o garoto que foi chutado cambaleou para trás o terceiro garoto entrou em cena, rapidamente correu para trás do garoto e colocou o pé, o garoto que foi chutado então caiu, um baque alto foi ouvido. O garoto que colocou o pé pra ele cair olhou para o professor, ele parecia estar perguntando ao professor se já bastava, o professor negou com a cabeça, então o garoto começou a esmurrar o rosto do outro. Um, Dois, Três, Quarto murros, o garoto bateu no chão se rendendo. Mas a luta ainda não tinha acabado o garoto que tinha levado o murro estava olhando para o outro, eles se encararam por um tempo então correram um na direção do outro. O garoto que tinha derrubado o outro abaixou a cabeça e segurou o outro pela barriga, o garoto moreno ainda deu alguns murros nas costas do outro, mas não adiantou de nada. Então o garoto levantou o moreno e o derrubou no chão, ele caiu de costas, a sala toda estava em absoluto silêncio. O garoto estava por cima do moreno, já estava pronto para esmurrar o outro na cara igual fez com o anterior, mas então o garoto moreno foi mais rápido e deu um murro na barriga do outro, o garoto fez um som estranho. Foi o momento certo para o moreno investir, o moreno já se preparava para dar um murro no rosto dele, mas o outro foi mais rápido ainda. Ele recuperou o ar rápido. Pensei. Então ele bateu no rosto do moreno, depois bateu em sua barriga, quando o moreno colocou a mão na barriga para tentar amenizar a dor, o outro de algum jeito colocou o moreno de cara no gramado com as mãos para trás, ele começou a torcer o braço do moreno, fazendo assim ele bater no chão com o braço livre. A sala toda deu uma salva de palmas para o vencedor. Parecia que ninguém estava ligando para os feridos. Mas então uma mulher que estava no canto observando se moveu até onde estava o garoto no chão, o levantou e levou até um canto do gramado onde tinha um banco, o outro garoto que tinha sido o primeiro a desistir já estava lá, e ele parecia bem não se via nem uma marca roxa no rosto dele. A mulher era algum tipo de curandeira. O professor continuou dando a aula, e ensinou alguns golpes de defesa e outros de ataque, mais alguns grupos foram chamados para lutar. Eu já estava esperançosa da aula acabar e ele não me chamar. Everly ficou calada a aula toda, e a garota que se multiplicava também, talvez elas não fossem fazer nada comigo. Um grupo tinha acabado de sair do gramado, um grupo com uma garota e dois garotos, a garota tinha ganhado, ela tinha dado uma chave de pescoço em um dos garotos enquanto o outro batia, assim que o garoto pediu clemência, ela soltou o garoto no chão e em menos de um segundo já estava em cima do outro. O garoto não esperou muito e já bateu com a mão no chão. A turma toda bateu palma mais uma vez. Agora. A aula tinha acabado. Mas o professor olhou a prancheta mais uma vez, —Ainda temos vinte minutos de aula dá para mais uma equipe. Falou ele. Por favor, a minha não, Por favor. — O banco do canto. O professor falou. Podia não ser o meu, mas vi que Everly já estava ficando de pé e a garota que se multiplicava também, as duas foram para frente da turma e ficaram me encarando, eu fiquei de pé e meio desajeitada comecei a ir para frente. O professor olhou para nós três, três garotas. Ai meu Deus isso não ia dar certo. Ele deu de ombros e mandou começarmos as duas garotas começaram a ficar de frente para mim, a garota que se multiplicava veio em minha direção, ela ficou de lado e colidiu seu ombro no meu corpo, me fez cair. Ela já estava ficando em cima de mim. Everly também estava vindo, mas o professor olhou para ela e negou com a cabeça. Não podia as duas ao mesmo tempo atacar apenas uma. Everly parou. A garota ainda estava em cima de mim, ela começou a me bater, não tapa, ela estava dando murros, um murro acertou minha cabeça e outro meu rosto, eu estava tentando desviar, mas era difícil então me veio uma revolta, por que eu sempre tinha que apanhar? Por que sempre tinha que ser a humilhada? A garota estava pronta para dar mais um murro em mim, mas eu fui mais rápida, segurei a mão dela no meio do percurso e torci, e com minha outra mão livre a acertei bem no meio do nariz, ela cambaleou um pouco para trás me dando tempo de ficar de pé. E foi um erro, assim que fiquei de pé Everly veio em minha direção, ela acertou um murro no meu rosto, senti o gosto de sangue na minha boca, mas não me importei. Quando ela viu que eu não estava caindo no chão e chorando aos prantos ela ficou surpresa. Abri um sorrisinho, e antes que ela fosse dar mais um golpe eu dei uma tapa na cara dela foi a primeira vez que dei uma tapa na cara de alguém, e por isso eu queria dar outro, e foi isso o que fiz. Depois que dei os tapas ela pulou em cima de mim, ela iria me matar, só pensei nisso, ela iria me matar. Ela esmurrou minha barriga uma vez e quando foi esmurrar a segunda eu segurei a mão dela, com a outra mão ela deu um tapa na minha cara aproveitei que ela estava sem apoio nos braços e empurrei-a para o lado, subi em cima dela e sem pensar duas vezes dei um murro na cara dela. Pelas minhas lembranças que você viu. Outro murro. Por ter batido na minha cara. Outro murro. —Esse foi por querer me afastar do Scott. Sussurrei. O professor se aproximou e tocou no meu ombro. —Lilly acho que você já ganhou. Só então percebi que a mão da Everly estava parada esticada para o lado e ela também estava parada. Ai meu Deus será que eu tinha matado ela? — Não se preocupe ela está bem, mas vai a matar se não sair de cima dela e se não parar de esmurrar o rosto dela. O professor falou com a voz calma. Rapidamente fiquei de pé e olhei para toda a turma. Então vieram as palmas. Todos estavam de pé batendo palmas para mim, por eu ter derrotado a Everly. — A aula acabou. Todos foram ótimos hoje, e os que não tiveram tempo de treinar vão tentar na próxima aula, tenham um bom fim de semana, e com isso o professor se virou, acenou para o amigo dele e o Vohst foi desfeito. Assim ficamos visíveis para todos que olhassem para o gramado. Olhei para trás para ver se Everly já estava acordada, mas ela já não estava mais no chão, olhei para todos os lugares procurando ela, mas ela não estava em lugar nenhum. O que tinha acontecido aqui? De onde veio toda aquela força que eu tive? E o mais importante, de onde veio toda aquela coragem? Eu nunca tinha sido uma garota agressiva, sempre que as outras garotas na escola tiravam sarros de mim eu nunca tinha nem pensado em bater nelas e agora aqui estava eu, com sangue marcando meus dedos, com o canto da boca cortado, e uma dor no estomago. A garota que estava curando os feridos tocou no meu braço e me arrastou para o canto, sentamos no banco e ela colocou as mãos delas sobre minha cabeça. Foi como uma mágica, a dor que eu sentia na barriga foi sumindo e sumindo até que não tinha mais dor, toquei no canto da minha boca que também não estava mais cortado, mas o sangue continuava duro ali. Ela tinha um dom incrível, ela poderia salvar muitas vidas fora do CTJ, será que ela curava o câncer? Mas isso não era nada da minha conta, rapidamente afastei essas ideias malucas da minha mente, agradeci a garota e fui para o meu quarto.

Descoberta - Saga Os Selecionados - Livro #1 ( EM REVISÃO )Onde histórias criam vida. Descubra agora