Capítulo 5

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Como explicar a dor do parto?
Acho que só quem já teve um filho pode explicar. Mas não posso negar que o medo em mim era muito grande!

Eu estava na sala de parto, eu sentia as contrações cada vez mais fortes e com intervalos menores. O Rafa estava do meu lado, e tentava me acalmar.

- Você precisa empurrar Ester.- Pediu a Dr ª Snow, a obstetra. E eu até obedeceria, se não estivesse tão cansada demais, para fazer qualquer coisa.

Minhas pálpebras começaram a pesar, eu já não sentia mais dor, não sabia ao certo o que estava havendo, mas parecia que eu havia recebido uma anestesia geral, e já estava ficando difícil manter os olhos abertos.

Ouvi novamente a ordenança da doutora para que eu empurrasse, mas mesmo que eu tentasse, não havia mais forças, meu corpo não obedecia mais meu cérebro.

- Doutora, o que tá acontecendo?- Indagou o Rafa preocupado.- Ester, amor, fica comigo.

- Tirem a ele daqui!- Foi a ultima coisa que eu ouvi antes de apagar de vez.

... 

 - Ela já não devia ter acordado?- Era a voz do Rafael. Tinha certeza disso.

Será que eu morri?

- Calma Rafa, ela vai acordar.- Essa era a Lais. 

Forcei meus olhos a abrirem, e com muita luta eu consegui.

Olhei para o lado e vi o meu marido com o nosso filho em seu colo.

Meu pequeno Miguel

 O Rafa levantou a cabeça e sorriu com os olhos marejados ao me ver. Ele levantou e colocou o Miguel em um berço que estava ao lado da minha cama e depois veio até mim.

- Senti tanto medo de ti perder.- Ele acariciou meu rosto com tanto cuidado. Parecia que eu era uma boneca de porcelana e ele estava com medo de que eu me quebrasse naquele momento.

- O que aconteceu?- Indaguei coma minha voz arrastada.

- Você teve complicações no parto, então os médicos fizeram uma cesariana.- Por um momento eu tinha esquecido que minha melhor amiga estava ali.- Seus pais estão na sala de espera, vou pedir que ele venham aqui.- Ela sorriu para mim e saiu.

Olhei para o berço, o Rafa entendendo meu olhar, pegou meu filho e o colocou em meu colo.

- Ele é lindo!- Não me dei  o trabalho de segurar as lágrimas. Eu tinha meu filho, ali em meus braços. Até havia esquecido da dor dilacerante que havia sentido quando abri meus olhos.

[...]

Já estava no carro voltando pra casa. Graças a Deus! 

Já não aguentava mais estar naquele hospital. Foi quase uma semana inteira naquele quarto.
Por ter sido uma cesariana, precisei ficar por lá essa semana, e ainda vou ficar um bom tempo de resguardo. Andar era um desafio e tanto, eu precisava tomar todo o cuidado do mundo.

Miguel dormia calmamente na cadeirinha, enquanto meu marido dirigia, e perguntava a cada dez segundos se eu estava bem, se eu estava sentindo alguma coisa. E a resposta era sempre a mesma.

- Eu estou bem amor, não tô com dor, só quero chegar em casar tomar banho e aproveitar o dia com os homens da minha vida. - Ele sorriu, novamente, com a minha resposta.

Chegamos e casa eu peguei o Miguel enquanto o Rafa abriu a porta pra mim.

- Surpresa - Gritaram quando eu entrei. Estava todo mundo lá. O pessoal da igreja, meus pais a Lais e o Bruno.

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