Capítulo 21

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Ester narrando

Eu estava voltando do trabalho, quando o meu telefone começou a tocar, era o Arthur. Atendi e coloquei no viva voz.

- Arthur? Aconteceu alguma coisa?- Minha atenção estava na estrada.
- Precisa ter acontecido alguma coisa para um amigo ligar?- Havia um tom divertido em sua voz.

O Arthur convertido era mais alegre, e isso contagiava.

- O que você quer? Eu estou dirigindo. 
- Só liguei para avisar que você e o Miguel vão almoçar em minha casa no domingo, junto com meus pais.
- Isso é um convite?
- Na verdade não, só estou te informando, para você não arrumar nenhum compromisso até lá. Tchau. - Desligou na minha cara.

Só Deus mesmo na vida dele. - Pensei.

Cheguei em casa e a Mayra estava na cozinha.

- Oi. - Coloquei minha bolsa em cima do sofá, percebi que a casa estava muito calma, o que era muito estranho. - Cadê o Miguel?
- Deve está no quarto. - Ela manteve sua atenção no que fazia, enquanto eu ia ver o Miguel.
- Oi filho, você está bem? - Ele estava muito quieto, porém ele fez que sim, sem olhar para mim. Peguei ele no colo e sentei na cama o fazendo olha para mim. - Miguel aconteceu alguma coisa? - Antes dele responder , notei uma manchinha roxa em sua coxa esquerda.- Meu Deus Miguel, o que foi isso .

Ele abriu os olhos e pareceu assustado e começou a chorar copiosamente. O abracei esperando que ele se acalmasse, fiquei com ele em meu colo até que ele acabou dormindo ali,  o ajeitei na cama e desci.

Mayra estava na cozinha lavando algumas louças.

- Mayra o que houve com o Miguel? - Indaguei olhando para ela.
- Como assim?- Falou confusa.
- Ele está com algumas marcas roxa na coxa esquerda, e quando eu perguntei o que houve ele começou a chorar.
- Não sei Senhora, acho que ele deve ter se machucado em alguma coisa e ficou com medo da senhora brigar com ele. Ele realmente me pareceu estranho depois do almoço quando ele foi brincar no quarto. - Apenas assenti, apesar daquela história estar mal contada.
- Ah, você pode tirar essa semana de folga, vou ficar de folga na empresa então não precisarei de seus serviços, você retorna na semana que vem. - Ela assentiu, se despediu e saiu .

Sentei no sofá e fiquei pensando no que havia acontecido com o Miguel, a história que Mayra me contou não me convenceu, eu conheço meu filho, não achava  que ele estava assim por medo, ele nunca teve medo de mim.
Aproveitei que o Miguel ainda dormia e fui na casa da Clara, bati na porta e ela logo atendeu.

- Oi Ester, entre. - Entrei e me sentei no sofá.
- Como você está?
- Estou bem, Clara eu posso lhe fazer uma pergunta?- Fui direta.
- Pode filha.
- A senhora ouviu alguma coisa estranha no meu apartamento. Digo a respeito do Miguel.
- Não sei te responder filha, porque eu sai com o Robert e quando votei você já havia chego, cheguei não faz muito tempo. Mas por que a pergunta. - Ela me olhou confusa.

Fiquei pensando se contava ou não, decidi contar.

- Quando cheguei, notei algo estranho no comportamento do Miguel, e ele está com uns hematomas na coxa, como se alguém tivesse batido nele.
- E você está desconfiando da babá? - Indagou-me.
- Eu acho. Será que estou errada?
- Mas é claro que não, é do seu filho que estamos falando, quando ele acordar tente conversar com ele, qualquer coisa eu vou está aqui para te ajudar. - Assenti e a abracei.

Clara tem me ajudado muito esses meses que eu tenho passado aqui.
Voltei para casa e fui para o quarto do Miguel, ele ainda dormia serenamente, olhei em suas coxas e aquelas marcas fazia meu coração apertar, eu devia cuidar dele, protege-lo. Sai do quarto dele e encostei a porta
Fui em meu quarto e tomei um banho rápido e vesti uma roupa mais confortável.

Mayra narrando

- ERA PRA VOCÊ ENROLAR O MULEQUE E NÃO BATER NELE, VOCÊ ENLOUQUECEU ?- Marcos andava de um lado para o outro irritado.
- EU TENHO CULPA SE VOCÊ DECIDIU IR LÁ, ALÉM DO MAIS AS PERGUNTAS QUE AQUELE PIRRALHO ESTAVA FAZENDO ME TIROU DO SÉRIO. VOCÊ ME METEU NESSA ENTÃO NÃO AMOLA. - Falei no mesmo tom.
- Olha aqui, - se aproximou e segurou em meu pescoço - se você fazer nosso plano ir pelo ralo, você vai se arrepender.
- Seria capaz de me matar? Eu tenho um filho! - Embora eu estivesse com dificuldade para falar, eu não me rebaixaria para ele.
- Desde quando você se importa com ele? Se se importasse tanto quanto diz, não teria o abandonado na casa da avó, se toca . - Ele deu as costas e saiu.

QUE RAIVA!!

Ester narrando.

Quando o Miguel acordou, decidi conversar com ele.

- Filho, senta aqui. - O chamei para se sentar ao meu lado na cama. - Você sabe que não deve ter medo da mamãe, não é? - Ele assentiu.- Então me diz, o que houve com você? Pode me contar, eu vou te proteger sempre.

Ele hesitou um pouco, mas acabou me contando.

- A Mayra me bateu, porque eu fiz perguntas. E ela disse que se eu contasse, ela machucaria a senhora.
- Tudo bem filho, nós vamos ficar bem! - O abracei, lhe passando segurança.

[...]

Algumas coisas tem mudado. Arthur está mais próximo, pode -se dizer que meio que voltamos a ser amigos como antes.
Marcos tem sido o mesmo, o Miguel continua não gostando dele. Meus pais e a Lais vem passar o Natal aqui junto com o Bruno e a Kate. Nesse momento eu estava na empresa arrumando alguns papéis de projetos concluídos. Estava exausta, ultimamente tenho trabalhado muito. Tento fazer tudo que eu posso para poder ficar mais tempo com o Miguel, mas quando eu não consigo sair cedo do trabalho o Arthur fica com ele.

Demiti a Mayra dois dias depois que o Miguel havia me contado, não mencionei que sabia, apenas disse que não precisava mais dela. Ela ficou sem entender, ou melhor, fingiu que não sabia, mas eu não me importei. Ela devia agradecer a Deus por eu não denuncia-la.

Ouvi alguém bater na porta e autorizei a entrada, era o Marcos que se sentou na cadeira a minha frente. Ele parecia nervoso.

- Está tudo bem? - Perguntei preocupada.
- Ester eu não consigo mais guardar isso comigo. - Respirou fundo. - Ester eu estou apaixonado por você! - Eu simplesmente paralisei ante as palavras dele.
- Marcos .... Você está confundindo as coisas. Nós somos amigos, apenas isso. - Ele me olha decepcionado.
- Mas não é amizade que eu sinto por você, e eu vou te conquistar. Custe o que custar. -  Se levantou e saiu.

Suspirei pesado. O que deu nele? Por que apaixonado justo por mim?

Senhor me ajude!

Continua

"Confia no SENHOR de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento." Provérbios 3:5

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