Arthur Narrando
Uma semana se passou, devo dizer que trabalhar com meu primo é um saco! Mas, olhando por outro lado, eu ganho tempo livre para me diverti enquanto aquele idiota fica com o trabalho pesado.
Hoje eu sairia com a Marcela, uma de minhas "amigas". Ela é linda, com um corpo bem escultural, quase perfeita, se não fosse por um único problema; ela se apega demais, mas ela era bonita demais para eu despreza-la, então eu prefiria deixar ela fantasiar uma vida onde eu estou apaixonado por ela.
Tive que levar ela para jantar, quando o que eu realmente queria era pular pra parte boa dos nossos encontros, mas nada que um restaurante caro e uma conversa fiada não resolva.
Depois do restaurante, eu a levei para um hotel perto, onde pudemos ficar a sós. Eu sai de lá por volta das dez da noite, deixando-a dormindo, eu realmente consegui deixá-la bem cansada.
Decidi andar um pouco pela praça para espairecer, as noites em que eu ficava sóbrio estavam se tornando quase que raras, então quando eu sabia exatamente quem eu era, eu andava um pouco.
E hoje a noite estava boa, o vento frio batia em meu corpo enquanto eu olhava o movimento ao meu redor. No meio do caminho eu vi um garoto que parecia meio perdido.
- Oi garoto? - Me aproximei dele, mas ele se assustou e deu alguns passos pra trás. - Ei não fica com medo não.- Ele olhou ao redor. - Cadê seus pais?
- Minha mamãe tá ali. - Ele apontou para uma mulher claramente preocupada. A mesma estava olhando ao redor.
- Vem eu vou te levar até ela. - O conduzi até ela. Conforme eu me aproximava eu notava o quanto ela era linda.
Espera aí... ela é a mulher do prédio onde minha mãe mora. Ela olhou na minha direção e veio correndo até eu e o garoto, que estava gritando por ela.
Ela se abaixou em frente ao filho e o abraçou, era nítido o medo que ela tinha de perde-lo. Bom, foi meio imprudente deixar a criança a solta no parque, principalmente a noite, mas não era eu que iria dizer isso para ela.
Ela se levantou para falar comigo, quando me olhou com os olhos arregalados.
Será que tinha algo de errado com meu rosto?
-Arthur? - Ela me analisou nitidamente espantada, era como se eu fosse um fantasma.
- Como você sabe meu nome?- Indaguei, até me tocar de que, quem estava em minha frente era a ESTER!- Não acredito! Ester?
-Em carne e osso. - Ela sorriu.
Certo, eu realmente era um fantasma, um fantasma do passado dela, tal como para mim ela era um fantasma, que trouxe consigo todas as lembranças que eu achei que tinha esquecido.- Meu Deus, achei que nunca mais te veria.- A abracei, pegando-a desprevenida, percebi pela sua demora em retribuir o abraço.
Esse era o primeiro abraço que eu dava em uma garota sem maldade em anos.
O rubor em seu rosto me fez perceber que eu a deixei constrangida. Foi quase engraçado, não minto, aquela cena foi muito cômica.
Ela me chamou para sentar enquanto seu filho voltava a brincar com as outras crianças, mesmo hesitante, eu aceitei.
- Filho, fica por perto.- Ela falou para o garoto que assentiu e voltou a correr.
- Quando foi que você voltou? - Perguntei, já que eu achei que nem em mil anos ela retornaria a nossa "pacata" cidade.
- Já faz uma semana. Meu Deus, como você mudou!- Ela me analisou, e eu bem que estava gostando disso, meu lado mulherengo era muito mais forte que meu lado sensato, se é que eu tinha um lado sensato.
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Nos Planos De Deus
Spiritual"- Arthur para, me devolve. - Ester corre atrás de Arthur com seus braços esticados, no intuito de alcança-lo, - Não, eu vim aqui para brincar com você e não recebi sua atenção. - O garoto de nove anos, dois anos a mais que Esther, ganhou vantagem...