Capítulo 35

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Arthur narrando

Passei a noite em claro, de manhã bem cedo o delegado Pierre chegou com sua equipe no meu apartamento.
Passamos no apartamento da Lais para chamar o Bruno, que iria conosco.

- Eu vou junto.- Lais falou assim que nos viu.
- Amor por favor não, vai ser perigoso.- Bruno tentou convence-la a ficar.
- Bruno eu sou médica, vocês podem precisar de mim. Por favor. - Ele suspirou e concordou.

A Lais iria na ambulância junto com outros paramédicos, enquanto eu e o Bruno iríamos em um dos carros da polícia.

[...]

Nervosismo, era essa a palavra que m definia por inteiro, tinha medo de ser tarde demais. Se alguma coisa acontecesse a um dos dois, eu nunca me perdoaria.
Chegamos ao local e vimos uma cabana abandonada. O carro da Ester estava lá.

Alguns policiais rodearam a cabana. Minutos depois um deles volta com a Mayra algemada.

De repente a porta da cabana se abre revelando o Marcos, que iria sair mas se deteve quando nos viu.

O delegado mandou que ele se rendesse, mas ele não o obedeceu e começou a espalhar alguma coisa na cabana.

- Eu vou entrar! - Falei indo em direção a cabana.
- Arthur não. Está tudo sobre...- O delegado Pierre me segurou e começou a falar, mas parou quando ouviu um disparo e junto com o disparo vimos a casa ser tomada pelas chamas.

- ESTER!!!- Corri para dentro da cabana e a vi em um canto com o Miguel em seu colo, estava ficando difícil de manter os olhos totalmente abertos por conta da fumaça.
- Tira o Miguel daqui . - Ela pediu e assim eu fiz, peguei o Miguel em meu colo e passei por meio das chamas o mais rápido que eu pude.

Notei que o Marcos estava caído no chão. O tiro havia pegado nele.
Ester foi tentar passar pelas chamas mas foi bloqueada por um pedaço de madeira que caiu em sua frente.
Corri até o lado de fora e entreguei o Miguel a Lais que já estava pronta juntamente com os paramédicos.

Voltei a entrada da cabana e vi a Ester desmaiada, no mesmo instante meu coração acelerou.
As Chamas estavam muito forte, e o teto ameaçava cai a qualquer momento, eu ia entrar mas fui parado por um dos policiais que disse ser muito perigoso.

- Eu tenho que entrar.- Puxei meu braço e entrei na casa.

Com muito esforço eu cheguei até a Ester, mas não havia como voltar, as chamas estavam muito altas . Peguei a Ester em meu colo e comecei a dar chutes na parede de madeira que quebrou com facilidade.
Passei pela buraco na parede e pude sair da cabana.
Levaram- na para dentro da ambulância e saíram depressa.

[...]

Já estava no hospital junto com o Bruno.
A Lais se juntou aos médicos que estavam cuidando da Ester e do Miguel.
Cada segundo que se passava era mais agoniante. Minutos depois a Lais vem até nós com um médico.

- Como eles estão doutor? - Falei já impaciente.
- Calma, o menino está bem, ele estava um pouco fraco pela falta de alimento, mas graças a Deus ele foi tirado do local a tempo, e não inalou muito a fumaça do ambiente.
- E a Ester? - Perguntei aflito.
- Ela já está estabilizada, mas o caso dela foi mais grave pelo fato de ter ficado mais tempo na casa. Ela sofreu queimaduras de primeiro e segundo grau pelo corpo, e ao desmaiar acabou batendo a cabeça com força, o que ocasionou um inchaço no lado esquerdo do cérebro dela, a levando a um coma. Ela tem chances de acordar, mas só teremos cem por cento de certeza quando o inchaço diminuir.

Olhei pra Lais que estava segurando as lagrimas e eu? Não me aguentei em pé. Me sentei na cadeira pedindo que tudo isso fosse apenas um pesadelo e que em qualquer momento eu vou acordar e ver que ela está bem.
A essa altura do campeonato eu estava chorando que bem um bebê.

Senhor não me deixa perde a Ester.

Mesmo que não seja pra eu ficar com ela, mas que pelo menos eu a veja bem.
Olhei pra entrada do hospital e vi a mãe e o pai dela vindo em nossa direção. Eles começaram a fazer perguntas para Lais, perguntas essas que eu não conseguia entender.
Era como se eu não estivesse mais ali.
Eu estava em um mundo paralelo onde eu não conseguia ouvir nada a minha volta, a não ser meus próprios pensamentos .
Precisava ter fé, eu precisava confiar nos planos de Deus.

Por que nesse momento é tão difícil confiar?
Por que o medo de perdê-la parecia tão grande?

Não! Meu medo não pode ser maior que minha fé. Eu não posso deixar isso acontecer.
Me livrei dos meus pensamentos ao notar uma mão em meu ombro, olhei para o dono da mão. Era o Bruno.

- Fica calmo Arthur, Deus está no controle de tudo. Só confia. - Balancei a cabeça em afirmação.

Realmente precisava confiar, na verdade eu devia confiar. Sei que Deus sabe o que faz.
E como a Ester sempre disse, os planos d'Ele foi, são, e sempre serão perfeitos.

Continua

"Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no meio do paraíso de Deus." Apocalipse 2.7

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