Capítulo 32

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Deixa eu tentar raciocinar aqui.

Eu beijei meu melhor amigo, tecnicamente noivo.

Meu Deus eu enlouqueci só pode!

Paramos o beijo por conta da falta de ar e eu o encarei em silêncio.

- Des...-  O interrompi pondo meu indicador em seus lábios.
- Tudo bem! -  Isso pareceu cena de filme.

Se eu dissesse que não queria ou até mesmo que não gostei eu estaria mentindo.

- Ester, sei que te disse que não iria forçar nada, bom, eu não vou, mas também não posso ficar sem tomar uma atitude. - Ele se calou como se procurasse as palavras certas. - Por que não tentamos fazer esse casamento valer de verdade. Por que não damos uma chance a nós dois.

- Arthur... - Eu não sabia o que dizer, então me calei.
- Seus sentimentos por mim pode não ser... - O interrompi novamente.

Vai Ester, fala alguma coisa! - Meu subconsciente gritava.

- Arthur a verdade é que... Eu também te amo, agora tenho certeza. Mas eu tenho medo.
- Mas e se tentarmos? - Ele segurou a minha mão.
- Talvez eu queira arriscar. - Ele deu um sorriso e selou novamente nossos lábios, mas fomos interrompidos com som da campainha.

Saímos da cozinha e eu fui atender.

- O que você está fazendo aqui? - falei ao ver a Mayra do outro lado da porta.
- Eu soube que o Arthur estava aqui então vim atrás dele. Ah aí está você. - Ela entrou sem pedir permissão.
- O que está fazendo aqui Mayra - Arthur pareceu nervoso com a presença dela ali.
- Precisava falar com você não ouviu não? - Revirou os olhos.
- Não temos nada pra conversar.- Ele cruzou os braços.
- Não temos?- Ela levantou um envelope.
- O que é isso?- Perguntei.
- É o exame de DNA do filho do Arthur. Sabia não? - Ela falou em tom de deboche.
- DNA ? Filho? Arthur que história é essa? - Virei minha atenção para ele, que até então ficou calado.
- Ah querida o Arthur não te disse? Acho que você não é tão importante assim, não é?- Eu estava a ponto de voar no pescoço dela. - Ele tem um filho comigo, ele tem sete anos, fiz um exame de DNA pra provar e o resultado está aqui. Talvez depois de ver o resultado nós possamos formar uma família feliz.
- Como é? - Arthur falou alterado.

Ela revirou os olhos e abriu o envelope o entregando ao Arthur, que leu o papel em suas mãos e paralisou.

- Não pode ser.- Suas palavras saíram em um sussurro.
- Quando ia me contar Arthur?-Senti minha voz sair entrecortada pela imensa vontade de chorar,

- Eu... Eu...- Mayra se meteu entre a gente, olhando direto para mim.
- Ah fala sério né, ele lá te deve explicação? - Sinceramente a voz dela já estava me irritando.
- Mayra sai da minha casa agora. - Falei entre os dentes.

Ela bufou, mais saiu fechando a porta atrás de si. Eu encarei o Arthur que estava com aquele papel em mãos .

- Por que não me contou? - Perguntei com os olhos marejados.
- Eu sinto muito... Eu não queria esconder isso de você, mas estava com medo de te perder. - Tal como eu, Arthur estava com os marejados.
- E iria se casar comigo e deixar essa criança sem pai?- Eu não estava acreditando, justo agora que tudo estava ficando bem!
- Ester por favor me perdoa. - Ele tentou se aproximar de mim, mas eu me afastei.
- Arthur... Por favor me deixa sozinha. - Falei e senti uma lágrima descer pelo meu rosto. Ele tentou se aproximar novamente, mas eu o impedi. - Por favor Arthur, sai .- falei novamente .
- Eu sinto muito .- Ele falou com a voz embargada e saiu. 

Arthur narrando.

Pai! Eu era pai.

Em outras ocasiões essa seria a melhor notícia que eu poderia ter tido. Mas agora, era uma das piores coisas que poderia me acontecer. Sei que a criança não tem nada a ver, e eu não a culpo.
Parecia que eu havia quebrado em mil pedaços ao ver os olhos de decepção da Ester, enquanto ela me mandava embora do apartamento. Me doeu o coração a ver chorando, queria poder abraça-la como sempre fiz e dizer que tudo ficaria bem, mas dessa vez foi diferente, dessa vez ela se afastou.

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