Capítulo 27

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Já havia se passado três meses desde que o ano começara, e as novidades eram: O Marcos está estranho comigo, não sei porquê, quer dizer, eu tinha um palpite, mas não me atrevi a perguntar, preferi dar espaço para ele. O Miguel continuava o mesmo, sempre um amor. Meus pais tinham voltado para Londres assim como o Bruno e a Lais que já estava com três meses de gestação.

E a novidade das novidades é... Minha mãe simplesmente decidiu que eu devo me casar de novo.
Segundo ela eu preciso de um homem para proteger eu e o Miguel.
Sim, isso é meio louco, mas minha mãe não me deu ouvidos quando eu disse que aquilo era uma ideia descabida.

Estava a caminho do trabalho, as investigações sobre o tal desvio parou por um tempo, não sei o motivo e nem me disseram nada a respeito, só pediram para manter o protocolo, e era o que eu estava fazendo desde então.
Caminhei direto para minha sala e comecei a olhar os novos projetos da empresa, os negócios haviam crescido significantemente desde o ano passado.

[...]

Depois de um dia todo de trabalho eu voltei pra casa, fui até a garagem da empresa e peguei meu carro, e dirigi pra casa, coloquei uma música no rádio e fui batucando no volante.

Quando entrei em casa me deparei com a cena cômica do Arthur cozinhando, ou tentando cozinhar.

- Tá querendo explodir tudo aqui? - Coloquei minha bolsa na sofá e fui até ele.
- Oi pra você também. - Eu ri do sarcasmo dele.
- Cadê o Miguel? E você não devia está no trabalho?
- O Miguel está no quarto, eu ia ajudar ele a tomar banho mas ele disse que já é bem grandinho e pode tomar banho sozinho,- Eu ri. - e respondendo sua outra pergunta, meu trabalho não exige tanto de mim, essa é a vantagem de ser dono da própria empresa.
- Mas você deveria está lá pra poder supervisionar tudo, não acha?
- Acho, por isso vou pra lá toda manhã, e alguns dias eu fico o dia todo Senhorita Ester.- Revirei os olhos.- Além do mais, tem meu primo que também cuida muito bem da empresa.

[...]

Estava indo para uma reunião na empresa, em pleno o dia de sábado, o que era exaustivo. Entrei na sala de reuniões e encontrei apenas o Michael .

- Cadê a Carla e o Tiago? - Perguntei já que eles sempre vinham juntos.
- Não foi possível eles virem. - Assenti - Ester eu serei breve, foi decidido no conselho de diretores que você não pode continuar como diretora da empresa.
- Por que?- Perguntei surpresa.
- Algumas pessoas estão falando que é inadmissível que uma mãe solteira continue em um cargo tão importante de uma empresa familiar. Mas você tem uma opção.
- Qual?- Perguntei curiosa.
- Se casar.- Falou como se aquela "opção" fosse aceitável.
- Como é? - Falei demonstrando minha indignação.
- Ester esse foi o único método que encontramos para parar com boatos que estão espalhando sobre você, você é nossa melhor funcionaria e não queremos perde-la. Você tem um tempo para pensar, sua decisão tem que ser tomada até o final desse ano. Era só isso. - Se levantou e me deixou sozinha na sala.

Casar!

Esse povo pensa que se casar é simples assim, vou numa praça, vejo um carinha  bonitinho e digo: - E ai tudo bem? Ah claro comigo está ótimo, só preciso me casar o quanto antes se não perco meu emprego. Então, quer se candidatar?

Senhor me dá uma luz!

Voltei pra casa dispersa em meus pensamentos. Hoje o Miguel foi passar o dia na casa do pastor Raul, ele o o João, o neto do pastor, estavam bem amigos.

Tomei um banho, vesti uma roupa mais confortável e fui pra sala ver o que estava passando na TV, quando fui interrompida com o som da campainha.

Me levantei e fui abrir a porta.

- Mãe?- Falei surpresa.
- Oi filha. - Me abraçou.- Dei espaço pra que ela entrasse e nos sentamos no sofá.
- Quando você chegou? E o papai?
- Chegamos hoje, seu pai teve que resolver algumas coisas do trabalho aqui, mas não foi possível vim te visitar mas cedo, e já vamos embora hoje de noite, no voo que sai as oito.
- Mas já? E por que não ligaram?- Perguntei.
- Nós ligamos, mas só dava caixa postal. Mas me conta, como você tá?- Ela segurou a minha mão.
- Não tô legal não!- Fui sincera. Ninguém melhor do que a minha mãe para ouvir meu drama proficional.
- Por que filha? Aconteceu alguma coisa? -Contei pra ela sobre a empresa. -  E por que você não se casa?
- Porque não é tão simples assim mãe, até onde eu sei pra casar tem que vim duas etapas antes: O namoro e o noivado - Falei mostrando nos dedos, para enfatizar.- E eu não tenho namorado e não pretendo ter.
- Então você vai perder o emprego? - Arqueou a sobrancelha.
- Eu não quero perder meu emprego, eu gosto dele, mas eu não sei o que fazer.
- É só se casar. - E eu que esperava que minha mãe ficasse tão indignada quanto eu com esse historia toda.
- Mãe eu não vou me casar, mal fez um ano que o Rafael morreu.
- Mas você precisa e não somente pelo seu emprego, mas você terá alguém para cuidar de você e do Miguel, o Miguel precisa crescer com o amor de um pai, um homem na família poderá proteger vocês. - Ela começou a listar os motivos pela qual eu deveria casar. Po
- Não seria melhor contratar um guarda costas nesse caso?- Ela revirou os olhos. - Além do mais como eu já disse, eu não tenho namorado, e eu repito não pretendo arrumar um tão cedo, e eu não vou me casar com qualquer um.
- Não estou dizendo pra se casar com qualquer um, mas você pode se casar com alguém, não precisa ama-lo, isso pode acontecer com o tempo.
- Você está me dizendo pra fazer um casamento por contrato?- Falei assustada.
- Eu não disso isso.- Se defendeu.
- Mas foi o que pareceu, eu não quero me casar sem amor mãe, e mesmo que eu aceitasse essa ideia maluca, como eu faria isso? colocaria um anúncio na Internet?- Meu nível de sarcasmo estava alto.
- Filha, tem alguém que aceitaria se casar com você, não importando o motivo, e você sabe quem.- Ela me encarou em silencio, esperando que eu ligasse os pontos de sua linha de raciocínio, ebpor incrível que parecesse, eu consegui entender o que minha mãe quis dizer. Mas escolhi me fazer de desentendida.
- De quem a senhora está falando mãe?
- Arthur.- Falou numa calma descomunal.
- O que?
- Filha eu sei que você sente alguma coisa por ele.- Ela tinha razão, mas meus sentimentos não tinham uma definição correta naquele momento.
- Sim, mas eu não me casaria com o Arthur só para salvar meu emprego ou por proteção, ele é meu amigo mãe, eu praticamente estaria usando ele.
- Mas e se eu quisesse?- Olhei para a porta e lá estava ele.

Continua

"Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;" Mateus 5.9

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