Capítulo 25

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Médico: Vou-lhe dar alta Melissa. Já verificámos e está tudo bem! Pode ir embora quando quiser. Descanse. - Diz e sai do quarto onde me encontro.

Fizeram um monte de exames e estive cerca de 3 horas à espera dos resultados de todos eles. O Liam convenceu-me a fazer queixa, para poder por um ponto final nesta história e conseguir viver em paz, depois do Louis ser apanhado.

Liam: Toma a tua roupa. -  Entrega-me um saco branco com as minhas coisas lá dentro. - Espero lá fora.

Quando estou pronta saio do quarto.

Liam: Pronta? -  Assinto.

Caminhamos até ao seu carro silenciosamente, de mãos dadas.

Entro no carro com algum custo, enquanto o Liam segura as minhas mãos para me ajudar a sentar.

Eu: Foda-se! - Fecho os olhos com força, com uma dor que surge de repente. Ele fecha a porta e entra no lado do condutor.

Liam: Ainda te dói muito? -  Pergunta preocupado.

Eu: Não tanto como à bocado, mas sim! - Deixo escapar um pequeno soluço, enquanto lágrimas escorrem pela minha cara. - Dói mais aqui! - Aponto para o meu peito, no sítio do coração.

Liam: Vai ficar tudo bem! - A sua mão pega na minha. - Confia em mim!

1 mês e meio depois

Liam: Vamos ali. - Diz e aponta para uma loja.

Estamos num centro comercial. Viemos passear e comprar umas roupas. Parece que só engordei no tempo em que estive em casa.

Pego numas camisolas que gosto, M, o meu tamanho. E umas calças pretas, 36, o meu também também.

Eu: Vou experimentar. -  Caminhamos até aos provadores e eu começo por vestir as camisolas, mas ficar-me super apertadas. Visto as calças e não sobem mais para além dos joelhos. - Nada me serve! - Digo irritada. - Estou farta. Vamos comer, estou cheia de fome.

Liam: Oh princesa, não faz mal teres engordado uns quilinhos. E Mel comemos à duas horas!

Eu: Pára de me chamar gorda! - Olho para ele - E eu tenho fome, qual é o teu problema? - Caminho para a saída da loja. - Desculpa! - Volto para trás e abraço-o.

Liam: Não tem mal.

Eu: Vamos almoçar a minha casa! Tenho psicóloga à tarde e se comermos aqui, ainda me atraso.

Almoçamos e ficamos à conversa como Harry e com a Ashley. Ela está de 3 meses e meio, está com uma barriga não muito grande mas perfeitinha.

Do nada sinto a minha barriga às voltas e uma vontade súbita de vomitar aparece. Corro até à casa de banho e deito tudo fora na sanita. Sinto alguém a segurar nos meus cabelos. Quando os vómitos acabam, sento-me ao lado da sanita, encostada à banheira

Liam: Estás melhor? -  Levanto-me, enquanto ele puxa o autoclismo.

Eu: Sim. - Lavo os dentes para tirar aquele sabor horrendo da minha boca.

Liam: Devia ficar em casa, desmarcar a consulta!

Eu: Nem pensa! Eu estou bem! - saiu da casa de banho -  E por falar nisso, já estou atrasada.

Liam: Eu vou contigo!

Eu: Não! Não tens de ir comigo para todo o lado!

Liam: Mel, eu não consigo ficar descansado com aquele cabrão à solta.

À cerca de 3 semanas a polícia arquivou o caso. Então ninguém sabe onde o Louis anda. As mensagens não pararam e agora são todas à base de ameaças. O Liam viu uma mensagem e ficou chateado por não lhe ter dito nada e agora está mais protetor e mais atento que nunca.

Eu: Vá, vou indo. -  Dou-lhe um beijo - Até logo.

Entro no carro e conduzo até ao consultório da minha psicóloga.  Com tudo o que se passou, o Harry ficou mais preocupado e decidiu mexer os cordelinhos e um dia apareceu lá em casa com uma amiga. A Diana. Ela estava decidida a ajudar-me. Tinha começado a trabalhar à pouco tempo e eu sou uma das suas primeiras pacientes.

Entro no seu gabinete e cumprimentamo-nos. Pouso a minha mala na cadeira, que se encontra em frente à sua secretária, e sento-me no sofá, pondo-me à vontade.

Diana: Então Melissa, como vamos?

Eu: Bem.

Diana: Conta-me. Como correram os dias desde a nossa consulta?

Eu: Foram normais, como todos os outros. As ameaças continuam, o que me assusta bastante.

Diana: Hm.

Eu: Aos olhos do meu irmão e do meu namorado, eu estou melhor e a conseguir ultrapassar tudo isto.

Diana: Hm.

Eu: Cada vez tenho mais medo de sair à rua, ao pensar que ele anda algures por aí à solta. Quando acordo, só me apetece voltar a dormir e não acordar mais.

Diana: Qual é o teu objectivo? - Olho para ela e encolho os ombros. -  Ser Mãe? Casar? Ser algo no mundo profissional?

Eu: Eu quero imenso constituir uma família, isso não tenho dúvidas. E o homem eu já o encontrei, mas tornasse difícil quando até o seu toque na minha pele me faz lembrar o que aconteceu naquela noite, naquele beco, com o Louis.

Diana: Vamos com calma! Tudo vais ficar bem no seu tempo! Vou-te lançar um pequeno desafio e vais fazê-lo até à próxima consulta. Todos os dias ao acordar, vais pensar no teu objectivo, ou nos teus objetivos. E durante o dia vais-te focar neles. Vai ver que tudo vai melhorar.

Flashlight - Book 1Onde histórias criam vida. Descubra agora