Capítulo 17

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(Thrigger Warning)

Encontro um lugar com uma cama tal e qual como a deixei, toda desarrumada. A cadeira está afastada da mesa e em cima desta está um caderno aberto, com uma caneta aberta em cima dele. Aproximo-me da mesa e olho para as fotos que estão presas no espelho em cima dela. Uma de com os meus pais e uma com Harry. Éramos pequenos nesta foto e estamos ambos a fazer uma careta. Sorrio ao lembrar-me do dia em que a nossa mãe nos tirou esta fotografia.

Pego no caderno para folhear aquelas folhas e de repente cai de lá um envelope.

Os meus olhos encher-se de lágrimas ao reconhecer aquela carta que escrevi destinada ao Harry à um tempo atrás. Ao tocar nela, para a apanhar do chão, relembro-me exatamente do momento em que a escrevi.

*Flashback On*

Encontro-me sentada no chão do sótão a chorar baba e ranho. Os meus braços e pernas estão com um aspeto horrível, mas nem assim consigo largar o pequeno objeto cortante que tenho na mão. À minha volta existe uma poça de sangue que a cada segundo aumenta mais um pouco devido ao sangue que escorre pelas minhas pernas e pelo que pinga pelos cortes do meu braço.

Os meus pais morreram à uma semana e a dor que tenho dentro de mim é completamente horrível. Não consigo aguentar mais.

As vozes que gritam comigo na minha cabeça estão a dar cabo de mim. Desisto. DE HOJE NÃO PASSA. 

Tento levantar-me para ir ao armário, mas não tenho força. Com muito custo lá me consigo levantar. Caminho até ao armário e de lá tiro um frasco de comprimidos. Vou até à mesa e sinto-me na cadeira. Tomo uns 10 comprimidos.

Abro o caderno e começo a escrever a minha Suicide Letter para o Harry.

" Querido Harry " Tomo mais uns quando comprimidos.

" Se estás a ler isto é porque já não estou contigo... "

Quando acabo de escrever a carta, tomo o resto do frasco...

*Flashback off*

Existe uma voz a chamar por mim no piso de baixo. Quando me estou a dirigir para as escadas, páro em frente ao armário que se localiza ao lado de uma grande janela, que dá para o telhado. Fico a "contemplá-lo" e a olhar para todos os imensos objetos dentro dele. Lâminas, canivetes, faças, isqueiros, uma corda e até mesmo um pistola. Para além do montão de comprimidos!

Abro a única gaveta que o armário tem é arregalados os olhos com a quantidade de cartas que esta contém, dirigidas a várias pessoas. Não tinha a noção que tinha escrito tantas cartas de despedida. Verto mais uma lágrima.

Oiço novamente a chamarem-me é desço rapidamente, à medida que limpo o meu rosto húmido.

Eu: Estou aqui. - Digo ao ver Liam.

Liam: Podemos falar agora? - diz ao mesmo tempo que entramos no meu quarto.

Eu: Não. - vejo a sua cara de surpreendido. - Eu não te quero perder - digo quando o abraço.

Liam : Não vais, prometo.

Eu: Mas... - faço uma pausa à medida que desfaço o abraço.

Liam: Mas? Ouve, eu peço desculpa pelo que se passou. Eu prometo que vou controlar as minhas inseguranças e os meus ciúmes. - Põe as mãos na minha cara.

Eu: Acho que precisamos de um tempo, para pensarmos o que ambos queremos. - Vejo as lágrimas a embaciarem os seus olhos.

Caminho até à janela e deixo as minhas lágrimas caírem.

Liam: Mel! - A sua voz treme.

Agarra-me no braço. Eu viro-me e lavo as minhas mãos ao cabelo, enquanto as lágrimas caiem na cara dos dois.

Eu: Desculpa!

Liam: Por favor! - Diz aproximando-se de mim mas afasto-me.

Eu: Desculpa! - Digo quase a sussurrar.

O Liam começa a andar para a porta e quando a abre olha para trás e um "Amo-te" sai dos seus lábios antes de sair e fechar a porta.

Encosto-me à parede e escorregou com as costas até estar sentada no chão.

QUE ESTOU EU A FAZER À MINHA VIDA!

As vozes na minha cabeça começam a aparecer mais uma vez. Estão completamente a sufocar-me com merdas!

Só faço merda! Tinha a pessoa que me ama realmente e mandei-a embora! "Não serves para nada" "mata-te logo" Estas vozes estão a pôr-me ainda mais louca.

Estou a chorar tão compulsivamente que mal consigo respirar.

Dou por mim a abrir o armário do sótão e a tirar de lá uma das minhas "amigas".

Em fração de segundos o meu braço já quase não tem espaço para um único corte.

Oiço o Harry a chamar por mim, mas não ligo. Ele nem se vai lembrar que este espaço existe e que eu posso está cá. Agradeço por sempre me terem respeitado e nunca terem cá entrado.

Olho para o meu corpo, que está repleto de sangue e a dor ainda se intensifica mais.

Estou a perder tanto sangue que começo a perder os sentidos. Ninguém me vai encontrar! É desta que vou! A minha visão começa a ficar cada vez mais turva até que apago de vez. ADEUS MUNDO!

Harry POV

Assusto-me quando vejo o Liam a sair a correr de casa e bater com a porta. Que se passou?

Eu: Vou ver se a Mel está bem! - Digo a Ashley.

Vou ao quarto dela e após chamar por ela e bater inúmeras vezes na porta sem resposta, decido entrar.

Mas que raio! Ela não está aqui, onde estará!?

Vou de novo ao meu quarto.

Ashley: Estão, está tudo bem?

Eu: Ela não está no quarto! Ajuda-me a procurá-la.

Procurámos por toda a casa e nada! Onde raio se enfiou?

Ashley : Liga-lhe .

Peguei no telemóvel e liguei-lhe. Seguimos o som, que ia dar ao quarto dela.

Ashley: Vamos procurar lá fora.

Eu: Calma, há um sítio que ainda não vimos!

Corro até às escadas do sótão e começo a chamar por ela, mas como nem assim responde, decido subir. Nunca vim a esta divisão da casa.

Eu: Mel! Mel! - Quando a vejo fico estupefacto com o que vejo. - MEL! OH MEU DEUS! ACORDA! - Grito quando chego junto dela - Chama uma ambulância Ash! RÁPIDO!

Vejo que a Ash está em choque com o que está a ver e quase sem reação, mas rapidamente desce as escadas para chamar uma ambulância.

Eu: Vá lá Melissa! - dou-lhe pequenas chapadas na cara. - Não me deixes por favor! - Sussurro.

Pego nela ao colo e levo-a para o andar de baixo para ser mais fácil de os paramédicos tratarem dela quando chegarem.

As lágrimas aparecem nos meus olhos, ao olhar para o estado em que a Melissa se encontra. A Ashley continua chocada.

Eu: Ash! Estás demasiado branca, é melhor saíres daqui antes que desmaies. - Olho para ela.

Ashley : Hm.. Não... Eu estou bem! - Diz com a voz a tremer.

Quando os paramédicos chegam, põem rapidamente a Melissa com oxigénio e soro. Levam-na rapidamente para a ambulância e transportam-na para o hospital.

Flashlight - Book 1Onde histórias criam vida. Descubra agora