Corremos direto para o hospital, foi uma batida muito feia, não feia o suficiente para que morressem, mas o bastante para trazer sérios danos, principalmente para Alisson e Rick que estavam no banco dianteiro sem sinto e sem nenhuma proteção, a parte da frente do carro ficou toda destruída. Benjamim e Kelly eram os que aparentavam ter se machucado menos, estavam acordados, com dores, mas pareciam estar bem comparados a Rick e Alisson que estavam desacordados e bastante feridos. Não conseguia parar de chorar, mesmo que eu precisasse manter a calma eu não conseguia, principalmente depois que os pais de ambos chegaram, doía bastante ver o sofrimento em suas faces, o desespero em seus olhares tensos, e a tristeza e preocupação que escorriam em suas lágrimas.
Max estava sério, não expressava nenhuma reação, apenas me abraçava, mexia em meus cabelos sem dizer uma só palavra. Eu via o doutor falar com a Mãe de Ben e a de Kelly, que depois veio até nós e disse que Kelly e Ben estavam bem, apesar da forte batida vão se recuperar, só tinham que passar a noite tomando um soro e fazendo curativos em seus leves ferimentos para garantir uma melhor recuperação, mas não tinha notícia alguma de Rick, muito menos de Alisson, sabia-se apenas que os levaram para o andar de cima, o que não é nada bom, aquele era o andar onde cuidavam de casos mais sérios, com mais atenção e cuidado, a famosa UTI. Ficamos ali até meia noite, vovó veio nos buscar mas eu não queria ir, até por que mesmo que eu fosse não pregaria o olho um minuto, sem notícias nem informações de meus amigos, não descansaria, mas os pais de Rick insistiram para que eu e Max fossemos, assim que eles tivessem notícias nos informariam, e pela manhã era o horário de visitam e nós poderíamos vê-los.
Fui para casa com vovó e Max no carro, ao chegar deixei Max na porta de casa e entrei com vovó. Subi para meu quarto e tomei aquele banho, vesti meu pijama, calcei minhas pantufas, peguei meu travesseiro e fui para a varanda. Não conseguia pegar no sono então pelo menos fiquei olhando para aquele lindo céu, tentar pensar em outra coisa, peguei meu celular e comecei ouvir minhas músicas, coloquei minha playlist favorita, e adormeci.
** Sonho de Anne**
- Anne. Anne querida eu estou aqui!
- Quem é?
- Sou eu querida, venha!
- Mamãe? - Imediatamente corri ao seu encontro, ela estava linda, seus cabelos ondulados e compridos, sempre lindos e brilhosos, à abracei, e escutei uma voz que dizia:
- Os dois amores da minha vida. - um homem bonito e conhecido se aproximara de nós. Beijou minha mãe, e eu olhei nos olhos dele...
- Professor Jhon? - e acordei
****
Acordei assustada, como assim o professor estava beijando minha mãe? E ainda nos chamou de "os dois amores de sua vida", devo ter enlouquecido mesmo. O dia amanheceu diferente, não era como nos outros dias que amanhecia ensolarado, as pessoas correndo de um lado pro outro, pegando a correspondência, cumprimentando uns aos outros, não, era um domingo nublado, sem sol, apenas com o abafado e intenso calor, que prometia chuva. Tomei meu banho, me arrumei, desci para tomar café, ouvi uma voz diferente, fui bem devagar até a cozinha, é muito feio ouvir a conversa dos outros, porém também é terrível esconder as coisas dos netos. Era uma voz conhecida, voz de homem, que baixinho eu ouvia falar com minha avó.
- Ainda não é o tempo e nem o momento certo. - minha avó dizia.
- Mas ela tem que saber, ela precisa de mim. - o homem dizia.
-Não! Você vai estragar tudo e piorar as coisas.
- Ela tem que saber, é um direito dela, e meu também, não posso mais esconder isso, ela precisa saber!
- Do que eu preciso saber? - Eu imediatamente apareci na cozinha, era vovó e Jhon que estavam lá, o que me deixava mais confusa ainda, sei que minha relação com o professor Jhon é apenas de uma aluna com seu professor, mas ele mais que um professor era meu amigo, o que ele tinha a esconder de mim? Vovó sempre me escondeu muitas coisas, mas ele? Muito estranho.
- Anne querida, quer tomar café? - Vovó disse tentando mudar de assunto.
- Não, não quero! O que eu quero é a verdade! - eu disse com uma voz firme, sem demonstrar medo do que ela viesse me dizer.
- Mas que verdade minha pequena?
- PARE VÓ!! NÃO ME ENROLE!! Eu já estou cansada de você me esconder as coisas! Por que Jhon está aqui tão cedo? Do que eu preciso saber, e por que é um direito tanto meu quanto dele? O que meu professor de quimica tem haver com minha vida? RESPONDE!! - Vovó começou a chorar.
- Sente-se pequena Anne, você tem todo o direito de saber a verdade, mas primeiro acalme-se, assim eufóricas não resolveremos nada.
- Falou Jhon, eu me sentei e bebi um pouco de leite.- Sua mãe não quis que eu contasse, ela pediu para eu não contar, quis deixar em segredo com medo de que pudessem te fazer algum mal, me perdoe, sei que desde pequena você queria saber disso, eu não deverei ter te escondido, mas eu tinha medo me desculpe! - Vovó disse chorando bastante.
- Está bem, está bem, mas do que você esta falando vó?! - eu disse nervosa.
- Anne acalme-se, por favor, mantenha a calma. - disse Jhon.
- EU TÔ CALMA!!! - (Claro que eu não estava calma) - Continue vó.
- Se... Seu...
- Soluçando ela não conseguia falar, então Jhon disse:- Seu pai esta vivo Anne.
-Como? O que você disse? – eu não conseguia acreditar naquilo que estava ouvindo.
- É isso mesmo que você ouviu, seu pai esta vivo!
- Vivo ou não, do que me importa agora? Ele nunca deu a mínima pra mim, não vai ser agora que ele vai querer dar uma de "bom pai". – era horrível dizer aquilo, porém era verdade, meu pai nunca se importou comigo.
- ESCUTE ANNE! – ele se aproximou de mim, segurou em meus braços e com seus olhos cheios de lagrimas, olhava fixamente os meus. – Toda essa historia que lhe contaram, por favor, não acredite mais, não foi como você acredita que é, seu pai te ama, e sempre quis te conhecer.
- Ah é? E onde ele está neste momento?! Por que eu só estou vendo nós três aqui. – eu estava bastante nervosa, mas procurava ser o mais firme possível.
- Seu pai está aqui Anne! – ele estava chorando e eu não entendia o porquê.
- Como? Onde ele está? – meus olhos começaram a encher-se de lagrimas, eu olhava de um lado para outro na espera de ver o homem que diz ser meu pai entrando por qualquer uma das portas. Então professor Jhon colocou as duas mãos em meu rosto no intuito de que eu olhasse para ele, e disse:
- Eu sou seu pai Anne.
# Oi Oi gente
Esta ai mais um capítulo, espero que tenham gostado, não esqueçam de deixar a ☆ e compartilhar.
Coloquem este livro na biblioteca de vocês ou na lista de leituras para nunca perderem os novos capítulos, um Beijão. :*
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Noites de Prata
RomanceAnne Évans, uma menina de 17 anos cheia de vida. Órfã de mãe, pai que nunca deu o ar de sua graça, ela viveu toda sua vida com sua avó, que sempre zelou e cuidou muito bem dela, mas que depois que cresceu Anne percebeu que sua avó é cheia de mistéri...