Noites de Prata

Capítulo 31

Hoje oficialmente tenho 18 anos, uma correria pra lá e pra cá de pessoas arrumando minha festa, que eu não podia ver nada, tudo era como uma grande surpresa, eu sabia apenas que a festa aconteceria. Aproveitei esse momento em que todos me deixaram em casa e saíram pra arrumar as coisas da festa, me deixando completamente só, não podia perder a oportunidade de abrir aquele guarda roupas. Rapidamente eu subi, entrei no sótão e comecei a vasculhar procurando pela chave e não a encontrei, mas a fechadura estava meio podre e velha então com um pouquinho de esforço eu consegui abrir, não sei explicar como era muito bem aquilo, uma parte inteira cheia de fotos e coisas, principalmente fotos com meu pai, algumas com meus avós, e outras com pessoas que eu nunca vi na minha vida, mas a julgar pela aparência suponho que tenham sido os amigos de minha mãe. No meio de todas aquelas fotos penduradas eu achei vários bilhetes com frases malucas, algumas pulseiras da amizade com o nome de várias pessoas e uma carta diferente, estava se destacando no meio de todas as outras cartas então a tirei para lê-la, mas era perigoso gastar tempo ali lendo a carta então deixei a encima da cama para leva-la ao meu quarto.

Eu ainda estava sem roupa para usar hoje a noite, e ali estavam guardados todos os melhores vestidos e joias de minha mãe, tínhamos o mesmo corpo então as roupas serviam direitinho. No meio de todas aquelas roupas lindas, para usar na ocasião de hoje um vestido me chamou atenção, um azul bem escuro com um laço vermelho, era muito bonito, o tecido era meio brilhante com toquinho de princesa. Procurei nas joias e tinha um colar de brilhantes bem simples mas muito bonito, levei tudo para o meu quarto e escondi em meu closet para que ninguém encontrasse. Fui ler a carta, mas antes de abrir escutei a campainha tocar, deixei a carta em baixo do travesseiro e desci para abrir a porta. No momento em que eu abri não vi ninguém, apenas uma cesta com vários chocolates e um buquê de flores pequeno, mas dentre todos aquelas coisas o que mais gostei foi livro do meu escritor predileto, estava ansiosa para lê-lo, peguei o bilhete para ver de quem eu havia recebido o presente, e nele estava escrito:
" Parabéns Estressadinha!! Queria poder te dar um abraço logo cedo mas eu estou em uma correria ajudando meu pai, espero que tenha gostado do presente, até a noite, beijos, Jeason." Só Jeason mesmo para me fazer sorri logo cedo, e sabe como me surpreender, sempre gostei de surpresas e coisas simples, e ele como me conhece sabe muito bem disso. Minha avó queria me entreter o máximo possível, queria que eu ficasse o dia inteiro me arrumando no salão, mas eu aceitei apenas fazer as unhas, queria que minha maquiagem e penteado fossem feitos por Mag, por que eu já sabia que penteado eu queria usar.

O dia foi passando mais rápido do que eu esperava, era de tarde e eu estava em casa terminando de dobrar algumas roupas que estavam secando lá fora quando a campainha toca novamente. Abri sem me importar por estar apenas de pijama e toda descabelada, no momento em que abri a porta fiquei bastante surpresa quando eu vi.

- Matias!? - eu disse.

Matias Dantas foi o primeiro namorado de toda a minha vida, primeiro namorado, primeiro "ficante", até primeiro beijo o Matias teve parte nisto, um fato engraçado sobre meu primeiro beijo foi que eu nem sonhava que isso aconteceria naquele dia, algumas amigas minhas de classe convidaram-me para ir a um clube que tinha a oeste da cidade, a principio eu nem sabia que o Matias estaria ali. Quando cheguei que o vi fiquei meio sem ação por que não imaginaria encontra-lo, ele veio conversar comigo e com todo esse seu jeito foi me conquistando e ficamos naquele dia. Ele sempre gostou muito de musica, tinha uma banda que ele gostava muito, namoramos alguns meses mas certo dia eu o peguei ficando com uma garota, ela era até bonita mas eu não merecia aquilo, terminamos e desde então eu não o vi mais, bom, pelo menos até hoje. Falei com ele, nos abraçamos e ele entrou.

- Estou feliz por reencontrar você, continua linda como sempre foi. - ele disse sorrindo pra mim.

- É, e você continua o mesmo, ainda anda agarrando menininhas por ai? - com um sorriso bem sínico eu perguntei.

- Eu mudei, sou um menino bem diferente daquele que saiu daqui a tempos atrás.

- Sei... –claro que não mudou. - Falando nisso, por que voltou pra cá mesmo?

- Minha mãe e toda a minha família estão aqui, a banda se separou, e as faculdades daqui são bem melhores.

- E pretende fazer qual curso?

- Letras, fiz minha matricula na faculdade daqui, as aulas começam daqui alguns dias ou semanas se não me engano.

- Semana que vem.

- Como sabe?

- Além de morar nessa cidade, vou fazer o mesmo curso, e na mesma faculdade, está me perseguindo Matias?

- Claro que não, letras era uma paixão escondida que sempre tive, mas gostei de saber que seremos próximos novamente. - ele deu aquele sorrisinho malicioso pra mim segurando a minha mão.

- Pode tirar o seu cavalinho da chuva por que... – eu não sabia o que dizer. -... Eu tenho namorado, ele não vai gostar nada dessa aproximação exagerada, amigos apenas e nada de muito contato físico. - imediatamente soltei a sua mão da minha, não gosto de mentiras mas essa foi necessária.

- Tudo bem, prometo me comportar, não sei você. - ele sorriu se exibindo.

- Pode ir embora agora, tenho muita coisa pra fazer e você está me atrapalhando - abri a porta, tentei não ser grossa mas estava muito constrangida com aquela situação.

- ANNE! Quase ia me esquecendo. – ele volta até a porta para falar comigo e põe a mão em um dos bolsos como se fosse pegar algo.

- O que foi? – eu o olhei confusa e muito curiosa. Ele imediatamente pega suavemente uma das minhas mãos e me entrega algo.

- Parabéns! – ele sussurra, dá-me um leve beijo na bochecha e sai.

Fiquei uns 30 segundos tentando analisar o que tinha acontecido, olhei o que tinha nas minhas mãos, era uma pulseira dourada com pedrinhas verdes e um pingente de chave, era muito bonito, fiquei pasma tudo aquilo, e quando eu penso que não pode piorar, Matias não tinha ido embora, ele ficou no portão do jardim me olhando.

- QUE BOM QUE GOSTOU, EU VOLTAREI! - ele gritou, ligou a moto e saiu, e eu simplesmente entrei, sem reação nenhuma.

Olhei o relógio e corri eu direção ao meu quarto, tinha que tomar banho rápido por que estava quase na hora de Mag vir para me arrumar e eu não posso chegar atrasada na minha própria festa.

 # Oi oi Gente

Mais um capitulo, espero que tenham gostado, continue nos acompanhando, e por favor nos divulgue para cada dia crescermos mais, amanhã já tem capitulo novo e tenho certeza vocês não vão querer perder. 

Beijos e até amanhã.