Capítulo 27

56 11 2
                                    

Foi um tiro certeiro em meu peito, de joelhos eu cai, com as mãos no rosto eu chorei, eu gritava querendo que aquela imensa dor saísse de mim, não conseguia pensar, não conseguia dizer uma só palavra, tudo o que eu sabia fazer era chorar. Meu pai chegou uns cinco minutos depois, me abraçou, mas nenhum abraço me consolava naquele momento, uma enfermeira chegou com um calmante para eu tomar, não queria mas meu pai insistiu, tomei, quase não descia pela garganta tossi um pouco mas consegui engolir, deram preferencia a família pois além de ver o corpo tinham que resolver os papéis, meu pai insistiu em me levar para casa, eu fui mas não por que eu queria, mas por que lá eu sabia que seria o único lugar onde eu colocaria metade daquela dor para fora, poderia gritar, e chorar sem ninguém me dizendo que tudo passaria e que eu tinha que ser forte, por que mais que eu tentasse eu não conseguia, eu não era forte, e eu sei que passará, mas cada milésimo de segundo de meu luto eu sei que sofrerei.

Cheguei em casa, estava tudo exatamente como eu havia deixado quando saí. Minha avó me abraçou, pedi a ela que não me dissesse nada, pois não havia palavras que consolassem, só queria ficar um pouco sozinha mesmo. Fui tomar banho, demorei um pouco na banheira, sem importar eu deixei as lagrimas caíssem se misturando com a água da banheira, não fiz tanto barulho por que não queria acordar a vizinhança. Depois de uma meia hora ali eu me sequei, vesti um pijama e me deitei em minha cama, não conseguia dormir, comecei a olhar algumas fotos do meu celular, vi minha ultima conversa virtual que tinha com Max, as fotos bobas, as piadas, os sorrisos, realmente isso vai me fazer muita falta.

Eu sentei na varanda, eram quase 4 da madrugada e eu não conseguia dormir, ficava olhando o vento, você pode achar que eu estou ficando maluca por que ninguém consegue ver o vento, mas o vento que eu via era diferente, um vento de memórias. As boas, as felizes, cada beijo, cada abraço, as músicas, os conselhos, era inevitável não chorar, a dor me consumia, meu peito como fogo ardia, os soluços de desespero eu não conseguia conter, e eu estava sozinha, ali na madrugada fria, chorando de saudades, um tsunami de sentimentos que eu não queria estar sentindo, e não era só o Max, era tudo, lembrava-me de pessoas que agora poderiam estar aqui mas já partiram, meu avô, minha mãe, e vários outros entes queridos, verdadeiramente a morte é uma coisa muito cruel, não para os mortos, e sim para os vivos.

Depois de um tempo ali no meu cantinho sozinha, com meu pijama, pantufas e cobertor eu recebi um ligação.

- Jeason? - eu disse tentando disfarçar a voz de choro.

- Está no quarto?

- Estou sim.

- Ótimo, me espera na varanda que eu estou indo aí. - E desligou. Ele deve ser algum tipo maluco eu acho, vir a essa hora da madrugada aqui.

Escutei uns barulhos, encostei na grade da varanda, e vi ele subindo. Ao subir ele não disse uma palavra, apenas me abraçou, no seu abraço eu senti ele respirar fundo, eu entendi o que ele queria, queria fazer eu me sentir melhor, por 5 minutos ele conseguiu, me soltou do seu abraço, sentamos juntos na cadeira onde eu estava deitada com meu cobertor.

- Eu imagino a sua tristeza. - ele disse olhando fixamente para a rua.

- É, é difícil aceitar mesmo. – eu abraçava meus joelhos e fica olhando a rua também, tentava segurar as minhas lagrimas mais uma vez.

- Eu também já sofri com uma perda parecida, mas eu não quero falar disso. Foi muito doloroso pra mim, mas eu consegui sobreviver a isso.

- Pra mim foi um pouco mais difícil, ele não era simplesmente um namorado, era metade de mim, tantos planos que tínhamos juntos, e agora não passaram de apenas sonhos. - eu já estava chorando.

- Você vai conseguir passar por isso Anne, eu estou aqui com você para o que você precisar.

- Obrigado, eu precisava ouvir isso de alguém sincero.

- Você só precisa ser forte. - ele encostou-se em mim.

- Sabe... Eu já estou cansada das pessoas me dizerem isso. EU NÃO QUERO SER FORTE!! - eu já estava alterada e chorando muito.

- Calma, não fique assim!!

- E como você quer que eu fique??! Minha vida tá destruída, eu não tenho mãe, meus amigos foram todos embora, e agora o amor da minha vida, uma das únicas pessoas que eu tinha certeza que me amava morreu. Eu não consigo não sofrer, eu não consigo ser forte!! – eu estava de pé encostada nas grades da varanda com as mãos na cabeça chorando muito.

- Eu entendo...

- NÃO!! VOCÊ NÃO ENTENDE!! Todos dizem isso, mas é mais uma mentira que todos contam, Alias todo mundo mente pra mim, as pessoas prometem ficar e vão embora, e eu fico aqui, sozinha, ninguém me entende, SÓ EU SEI A DOR QUE SINTO!! - eu caí de joelhos no chão, me senti destruída por dentro, não conseguia mais parar de chorar, um bebê chorando com fome perdia feio para o tanto que eu chorava.

Ele se ajoelhou na minha frente, levantou o meu rosto e me abraçou.

- Todos nós podemos lidar com isso, e você não está sozinha, eu estou aqui com você agora, no que depender de mim sozinha você não vai ficar nunca! Eu te prometo que eu sempre vou estar aqui. – ele disse passando a mão no meu rosto e enxugando as minhas lagrimas.

- Todos me disseram isso.

- Eu serei diferente, por que eu... Eu gosto muito de você, e sinto que devo protegê-la.

- Como eu posso ter tanta certeza disso?

- Dê-me uma chance de te provar que eu posso ser o segundo melhor amigo que você vai ter nesta vida.

- E quem é o primeiro? – eu o olhei confnusa.

- Deus Anne, somente ele. – ele segurava forte minhas mãos.

- Está bem, mas e ai? E o sofrimento que eu estou sentindo agora? A angústia, o medo, a solidão, a dor? O que eu faço com tudo isso? - ele olhou no fundo dos meus olhos e disse:

- Vamos passar por tudo isso, eu vou estar aqui te ajudando em cada passo. O sofrimento e angustia é inevitável, de uma forma ou de outra nós temos que senti-lo. E a dor? Ah, a dor simplesmente precisa ser sentida para ser enfim superada. - e me abraçou.

# Oi oi gente.

Desculpa mesmo por ter matado o Max gente, mas é por que ele desde o inicio foi criado com esse proposito. Eu também amava muito ele mas vai por mim, o que esta por vir é ainda melhor.

Aviso pra vocês que eu estou com um prazo de terminar o livro até o quarto bimestre desse ano, e ao terminar eu quero que o livro tenha pelo menos umas 5 mil visualizações, tenho umas editoras em mente, e se elas gostarem talvez conseguiremos publicar este livro, mas o livro precisa ter um bom numero de seguidores para as outras pessoas verem que vale a pena ler. Então divulgue, compartilhe e continue acompanhando essas historia maravilhosa.

Bjs e mais bjs :*

Noites de PrataOnde histórias criam vida. Descubra agora