Acordei com o quente sol da manhã batendo em meu rosto, Max já tinha levantado, desci até a cozinha onde ele, Mag e Maria me esperavam com o café.
- Bom dia pequena Anne, dormiu bem? - disse Max vindo até mim.
- Maravilhosamente. - eu sorri indo até a mesa.
- Anne querida, já sabe quem vai arrumar seu cabelo? - Mag perguntou.
- Ainda não, quero fazer apenas um penteado que minha mãe gostava muito, que por sinal é muito bonito.
- Posso fazê-lo? - Mag perguntou. - Gosto muito dessas coisas, Maria quase não participa e eu não tenho condições de abrir um salão.
- Claro, pode sim!
- Vou pra sua casa e te arrumo lá está bem?
- Está ótimo, obrigado Mag.
- De nada querida.
Eu terminei de tomar café, fiquei um pouco ali com Max, assistimos um pouco com Maria e depois fui para casa. Ainda tinha muita coisa para arrumar até a grande hora. Entrei em casa e vovó tinha acabado de sair, deixou um recado na geladeira que chegaria à tardinha antes de eu ir para o baile, o telefone tocou, eu não estava esperando ligação de ninguém, e vovó sempre trata seus assuntos pessoalmente, atendi, era aquela mesma mulher que ligou outro dia, que por conta desta ligação tive um seria discussão com minha avó.
- Alô? - eu disse.
- Mamãe você está ai? - a mulher respondeu. Eu poderia dizer que sim e fazer a mulher falar quem era, mas eu não queria confusão justo hoje.
- Com quem deseja falar? - eu disse.
- Com a senhora Rosalinda, por favor.
- Ela não está no momento, saiu e disse que só voltava à tardinha, aqui quem fala é a neta dela, Anne. - a mulher no telefone ficou alguns segundos sem responder, como se estivesse surpresa com algo. - Senhora? Ainda está ai?
- Sim, sim me desculpe, estou sim, eu ligo outra hora.
- Pode me dizer o seu nome para que eu diga a ela que você ligou?
- Na... não! Não precisa, diga apenas que uma antiga conhecida ligou, ela vai saber de quem se trata. - e desligou.
No mesmo instante em que a misteriosa voz desliga o telefone a campainha toca, "parece que não vou ter sossego mesmo" pensei.
Abri a porta, era Jhon.- O que você esta fazendo aqui?! - eu disse e ele foi logo entrando antes que eu fechasse a porta.
- Nós temos que conversar, não pode ficar essa distância entre mim e você, eu sou seu pai!
- Ah é? Você acha que é legal, viver uma vida inteira iludida, sem pai, pelo menos minha mãe já morreu, mas você? Um homem jovem, mesmo sabendo que tinha uma filha me deixou aqui, sem o carinho e o amor de um pai. Você é um hipócrita mesmo.
- Não fale assim comigo Anne!
- Eu falo como eu quiser!! E digo de novo: HI-PÓ-CRI-TA!!
- Silêncio e pelo menos me escuta! Eu posso te explicar tudo, senta ai e me ouve. - obedeci, sentei-me no sofá e parei para escutar o que ele tinha para me dizer.
- Eu não te larguei, nem te abandonei! Eu amava sua mãe de corpo e alma, lembra que eu te disse sobre um amor de adolescência que eu tive? Era ela. Lembro pouco daquela noite, saímos para comer pizza com uns amigos, pedimos umas bebidas, éramos jovens, bebemos até não podermos mais, eu respeitava muito sua mãe, aquela noite eu a levei para um motel sim, mas além de ambos estarmos bêbados foi pra comemorar, comemorar a sua chegada, por que antes daquele dia no motel, uma semana antes Karmem já tinha descoberto a gravidez, nós dois jovens, tão felizes que nem lembramos que talvez a bebida poria ocasionar a um aborto ou complicações na gravidez, só pensamos na felicidade que estávamos sentindo em estar realizando o nosso sonho. - ele parou um pouco e começou a chorar. - Não abusei de sua mãe como lhe contaram, isso foi apenas uma desculpa para me separar de você, o porquê eu também nunca soube, mas todos os dias incansavelmente eu procuro saber, procuro entender por que me separaram dos dois únicos amores da minha vida. Depois que você nasceu, perto do seu aniversário de um ano sua mãe me ligou, eu estava bem longe daqui, procurando um rumo pra minha vida. Lembro que ela contava pra mim como você era linda, e estava dando seus primeiros passinhos, ainda lembro-me do apelido carinhoso que ela te chamava, "Annezinha, meu passarinho". Era muito bom saber que você estava bem e crescendo forte e saudável, uma pena que eu não pude estar perto de você quando começou a caminhar, ou quando caiu seu primeiro dentinho, quando arrumou o primeiro namorado, sofreu, sorriu, e eu não estava aqui para ver tudo isso, para ser o "papai super-herói" que toda menina tem, eu não estava, mas mesmo a milhares de quilômetros longe, eu incessantemente te amava com todas as minhas forças, e nunca desisti do meu sonho de um dia te encontrar. Eu vim pra cá, na esperança de recomeçar, até que te encontrei na sala de aula, na hora em que te vi eu vi um brilho diferente em você, vi em seus olhos os mesmos olhos azuis, brilhantes e intensos, os mesmos olhos de Karmem, sonhadores e misteriosos. Até então não sabia que você era minha filha, até que vim aqui e vi a Tia Rosy, ela me reconheceu de cara, por isso ela desmaiou, sabia quem era eu. Ela me explicou que você era minha filha, mas não permitiu que eu te contasse, mas também não me disse o motivo, até que eu não suportei mais mentir que eu era apenas seu "amigo professor" e não seu pai, e hoje estou aqui te contando tudo isso. Não quero que me odeie, por favor, eu mesmo sem saber que era seu pai já te amava como minha filha, eu te amo Anne, por favor me perdoa por tudo. - ele me abraçou soluçando de tanto chorar, e eu desde que ele tocou no nome da minha mãe também não parei de chorar, agora eu sei para quem eu puxei tão chorona assim.
- Ei, ei, chega ta bom? Eu já entendi tudo, você não tem culpa de nada, eu não te odeio, e também não te acho mais um hipócrita, sei que tem o coração puro e suas intenções são boas, eu não sei o que dizer, eu te amo, pai! - ele sorriu me pegou no colo e me abraçou, ele é mais do que tudo que desejei, agora eu tinha um pai, era mais feliz ainda, e era muito amada, e nada nem ninguém poderia mudar isso.
- Anne, pode me responder uma dúvida minha? É que eu a algumas semanas eu fui no cemitério procurar o túmulo de Karmem, mas eu não o encontrei, perguntei para o coveiro mas nem ele soube me dizer, disse que não lembra de nenhuma Karmem Marrie que tenha sido enterrada por ele.
- Eu tinha esta mesma dúvida, mas a verdade é que ela não foi enterrada, nem houve velório.
- Como assim?
- Mamãe não morreu, foi dada como morta. No dia do acidente apenas eu fui encontrada no carro. Os policiais procuraram mamãe por vários dias, mas não a encontraram, deram ela como morta por que como havia um barranco e um rio, disseram que talvez quando o carro bateu ela tenha saído para procurar ajuda devido até o celular dela ter sumido, e de fraca pela batida possa ter caído do barranco e sido levada pelo rio.
- Muito suspeita essa história, ninguém nunca soube de mais nada?
- Pelo visto não, suspeito que minha avó saiba de algo, mas não quer contar. Certa vez eu a vi conversando lá na praia com um alguém muito suspeito, e algumas ligações de uma mulher misteriosa pra ela, e ela sempre sai e passa o dia inteiro fora, quando tem trabalho só volta meia noite ou às vezes nem dorme em casa.
- Sua avó tem cara mesmo de quem sabe de algo, e nós vamos descobrir, juntos! - ele me abraçou. - Agora vai logo se arrumar mocinha, o tempo está passando e você tem que ficar deslumbrante, senhorita oradora. - ele sorriu. Dei um beijo em sua testa, o acompanhei até a porta, me despedi e subi rapidamente para tomar aquele banho, nem cheguei à festa ainda e já estava nervosa de ter que falar em público. Estava muito feliz de ter encontrado meu pai, de saber que ele era o meu pai e não o monstro que me contaram. Era bom saber que tinha mais alguém pra me proteger e amar sempre.
# Oi oi
Tai mais um capítulo, espero que vocês gostem. Se gostaram deixe um like, me segue aqui no wattpaad, deixe nos comentários o que vocês estão achando do livro, deixem sugestões, e muito obrigado por lerem.
Quero dizer que Silver Nights está chegando as mil visualizações e eu estou muito feliz, peço a vocês que sabem, ou que conhecem alguém que sabe fazer capas para wattpaad, preciso de uma capa nova para o livro, se souberem entrem em contato comigo, ou se já estiver feita mande a capa por mensagem para mim, vou agradecer muito mesmo.
Bjs e até o proximo capítulo :*
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Noites de Prata
RomanceAnne Évans, uma menina de 17 anos cheia de vida. Órfã de mãe, pai que nunca deu o ar de sua graça, ela viveu toda sua vida com sua avó, que sempre zelou e cuidou muito bem dela, mas que depois que cresceu Anne percebeu que sua avó é cheia de mistéri...