Fiquei por um minuto sem acreditar, como assim Leucemia? Ele que aparentava estar tão bem, tão feliz, tão saudável, e agora está com uma doença assim?
- Mas você vai ficar bom não é? – eu disse com a voz embargada pelo choro,
- Isso eu já não posso te garantir, meu corpo parou de reagir aos tratamentos, os remédios e as outras coisas tornam-se inúteis, o doutor interrompeu a terapia. - Ou seja, Max está morrendo aos poucos, muito mais rápido do que se pode imaginar. - Mas não se preocupe com isso, vamos fingir que nada está acontecendo, vamos tentar ser felizes enquanto durar está bem? Eu te amo. - ele beijou minha testa.
- Não vou conseguir viver sem você. - eu o abracei. Passamos a noite ali conversando, perto das uma da manhã ele me levou para o meu quarto, só lembro-me dele me dando um beijo de boa noite, e eu apaguei.
Quando eu acordei já era meio dia, dormi demais, lembrei-me que hoje eu tinha combinado de passar à tarde com meu pai. Levantei-me, tomei banho e arrumei uma mochila de roupas, poucas peças, mas o suficiente para tomar banho umas três vezes. Vesti uma calça jeans, uma camiseta vermelha com uma jaqueta preta que ganhei de presente de papai, ouvi a buzina do carro, era ele, desci correndo as escadas, vovó tinha saído (de novo), entrei no carro.
- E aí? Preparada para um dia incrível com seu pai? - Ele perguntou.
- Preparadíssima. - Então saímos.
Ele me levou primeiro para sua casa, ele não era rico, mas também não era tão pobre assim, a casa ficava no leste da cidade, perto dos jardins gigantes, era muito lindo lá, campos enormes de diferentes flores, o vento vinha com um perfume suave e agradável, ele teve muita sorte por morar perto desses encantos. A casa era enorme, os quartos em cima, com uma varanda que ficava com vista pros campos de jardins, uma sala, uma cozinha linda, e a piscina ficava no terraço, era incrível. Ele me disse que não gastou quase nada com a casa, por que a planta foi uma prima dele que fez, e ajudou a construir, mas hoje ela mora lá pro sul do país com seu esposo. Ele me mostrou a casa, e me levou a uma porta, entrei e ele me mostrou um quarto lindo, todo decorado, e com vista para o jardim.
- É seu. - ele disse.
Era o quarto dos meus sonhos, decorado com minhas cores favoritas, um banheiro só meu, tinha algumas roupas que ele comprou pra mim, a casa por ser alta tinha uma vista incrível, mas o mais incrível que tinha era um lindo piano, quando eu era criança eu fazia aulas e aprendi tocar um pouco, sempre fui apaixonada por esse instrumento, mas devido eu e minha avó não termos condições de comprar um pra mim, eu tinha pouco acesso a ele.
- Eu posso? - perguntei apontando para o piano.
- Ele é seu minha querida, tia Rosy me contou que você sempre quis ter um, e eu também sempre gostei desse instrumento.
Sentei no banco e comecei a tocar uma música que eu sempre gostei muito, "Fur Elise" de Beethoven, estava meio enferrujada mas consegui tocar ser tenho, meu pai se sentou do meu lado e começou a tocar comigo, era lindo ver como ele se importava comigo. Ele me levou pra um banho, uma cachoeira não muito longe, mas muito bonito, as pessoas iam bastante para aquele lugar, pois além de lindo transmitia uma calmaria. Passando um bom tempo lá, tiramos várias fotos, ele me levou para conhecer de perto os campos floridos, e depois em um lugar do qual ele disse que deu origem a minha existência. A praça da cidade era o lugar, mas não era qualquer praça, era exatamente a praça com vista pra cidade no banco perto dos jardins de rosas brancas, onde ele pediu minha mãe em namoro. Ele se emocionou ao reencontrar o local, chorou, me disse que era como se passasse um filme de tudo que viveu em sua cabeça, como se sentisse a alma dela passeando por ali, e sentisse sua essência nas flores. Já umas seis e meia ele me trouxe de volta para casa, pensei em dormir lá na casa dele mas queria ficar um pouco mais do tempo que me resta com Max, por mais que ele me diga que está bem, eu sei que não está, quer que eu acredite que está saudável pra eu não me preocupar, mas eu me preocupo, afinal ele é o amor da minha, a pessoa que me entende, que cuida de mim, que ficou comigo nos momentos mais difíceis que já passei, que chorou comigo, guardou a sua dor pra cuidar da minha, meu companheiro, a pessoa que me fez e faz feliz mesmo quando tudo parece desmoronar, o meu ajudador, o meu amor.
# Oi Oi Kkkk
Mais um capítulo, espero que tenham gostado. Ficou um pouco pequeno mas é a vida, vou postar um capítulo por semana, no decorrer da semana se der tudo certo postarei 2, continue acompanhando a história, deixe sua estrelinha, comente e compartilhe. (No caso de algum erro ortográfico nos perdoe é que não estou com pc e alguns erros passam despercebidos)
Bjs e até o próximo capítulo 😚😚
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Noites de Prata
RomanceAnne Évans, uma menina de 17 anos cheia de vida. Órfã de mãe, pai que nunca deu o ar de sua graça, ela viveu toda sua vida com sua avó, que sempre zelou e cuidou muito bem dela, mas que depois que cresceu Anne percebeu que sua avó é cheia de mistéri...