A Proposta

CAPITULO 62

ANAHI

Não voltamos muito tarde da boate, mas tanto Dul quanto Chris estão bem alterados pela bebida e eu insisto que durmam aqui em casa, não ficaria tranquila se eles voltassem sozinhos já que moram quase que do outro lado da cidade. Eu, como sempre, fico "responsável" pelos dois já que sou sempre a que não se embebeda.
Preparo o quarto de hóspedes e os dois deitam na cama de roupa e tudo, nao me dando tempo nem de tirar a colcha. Eles são engraçados até dormindo e já que estão acomodados resolvo ir me trocar.

Tirei a maquiagem, tomei um banho e vesti minha camisola favorita que só me faz lembrar da ultima vez que a vesti, ha uns meses atrás. Afasto o pensamento e vou para a cozinha procurar algo para comer, olho no relógio e ja sao  quase 5h da madrugada mas meus estômago ronca e não vai me deixar dormir e depois de vasculhar a geladeira, pego uma maçã para que não coma nada pesado e acabe me fazendo mal. Caminho pela sala enquanto a como e paro perto da enorme janela que da vista para o parque que há aqui no quarteirão. A cidade esta silenciosa, poucos são os carros que transitam na rua nesse horário, parece até solitária e em meio ao silêncio me pego pensando se Poncho ainda esta na boate ou talvez dormindo com aquela linda mulher. Balanço a cabeça como que para afastar meus pensamentos.
ANAHI: Você esta precisando dormir, Anahi! - digo, jogando o que sobrou da maçã no lixo e indo para meu quarto.

Já estou deitada em minha cama quando penso ter ouvido a campainha tocar, abro os olhos e fico atenta e depois de alguns minutos ela toca novamente. Quem será a essa hora? Pode ser algum vizinho passando mal, penso e me levanto as pressas para tentar ajudar. Quando estou quase chegando na porta principal, a campainha toca novamente e eu abro a porta e ele entra.
ANAHI: O que esta fazendo aqui Poncho?
PONCHO: Eu precisava ver se você esta sozinha. Tem alguém aqui?
ANAHI: Ham?! Você esta louco?
PONCHO: Diz Anahi, tem alguém com você?
ANAHI: Tem. - e assim que falo ele olha profundamente nos meus olhos, me reprovando. - Meus amigos vieram dormir aqui, estão no quarto de hóspedes. - sinto a necessidade de me explicar.
Ele olha pelo cômodo como se procurasse algo que afirmasse o que eu disse e depois olha para mim, seu olhar é quente e sinto como se me queimasse e então ele sai pela porta.
ANAHI: Só isso? Você veio aqui só para isso? - fico nervosa ao ve-lo ir e quando vejo as palavras já saíram.
Ele se vira e me olha novamente, como se estivesse se segurando para não fazer algo. Ficamos alguns instantes nos olhando e eu nao me aguento mais, meu corpo sente a eletricidade do seu, pede seu toque e seu gosto, eu preciso disso. Então o agarro, beijando-o desesperadamente.

PONCHO

Quando vejo já estou na porta de seu prédio, conto uma lorota para o porteiro novamente e ele me deixa subir, toco a campainha de seu apartamento e na terceira vez penso que ela já deve estar dormindo e que devo ir embora, mas então a porta se abre e ela aparece. Eu insisto em saber se há alguem com ela e depois que me diz que só os amigos, eu olho pela sala procurando vestígios de outro homem e não há, então me dou por satisfeito. Quando me viro para ela novamente que reparo que só veste uma camisola e é a mesma que vestia quando dormimos juntos, me lembro de sua pele macia e seu corpo no meu e sei que se ficar mais um minuto vou fazer o que ela nao quer que faça, então decido ir embora.
ANAHI: Só isso? Você veio aqui só para isso?
Sua voz inquisitiva me faz olha-la e em poucos segundos ela esta em meus braços, me agarrando e me beijando. Eu a empurro para dentro do apartamento e fecho a porta com um dos pés, encosto ela na porta e pressiono meu corpo no seu.
Nosso beijo tem um encaixe perfeito, é intenso, molhado, desesperado e eu não tenho outra saída a não ser me entregar.