Capítulo 28- Só nos dois

743 36 2
                                    

NOTAS FINAIS 

NOTAS FINAIS 

NOTAS FINAIS.

"Qualquer um pode amar uma rosa, mas é preciso um grande coração para incluir os espinhos."— Clarice Lispector.

-Oi Siis... -Os cabelos ruivos voavam sobre seu rosto e a mulher sorria para tela do celular . -O que houve?

Uma pergunta simples, mas com tantas respostas possíveis. Nem mesmo ela sabia direito o que havia acontecido nas ultimas horas, como de paraíso caiu na realidade e o quão duro era lidar com essa mudança de orbitas. Uma confusão de acontecimentos e emoções que a fazia perder a cabeça.

Com o tempo o domínio sobre a mente e o controle sobre suas próprias emoções vão se perdendo. É um efeito colateral frustrante que vai se agravando e se tornando incontrolável.

-Muitas coisas. -suspirou.

Seus olhos se fixaram no espelho, procurava defeitos, mudanças mas tudo parecia estar em seu devido lugar, a confusão era interna e era pior do que queria acreditar.

-Eu fico agindo como se tivesse 17 anos, não controlo minhas falas, minha mente e minhas ações. Me sinto frustrada com o mundo, com o Robin e comigo mesma. Eu mal sei lidar com coisas e acontecimentos que nos cercam sem surtar... -Os olhos castanhos foram se enchendo de lagrimas enquanto a fala saia desenfreada. -Antes era tão simples, eu e as minhas frustrações lidando com minhas crises sozinha e me afundando sozinha. Eu e só eu sofrendo com os efeitos colaterais de toda essa merda...

-Regina, não é bem assim...

-A irmã dele teve lúpus também .-Os olhos azuis se arregalaram brevemente mas a morena não percebeu. -E ele foi embora pouco tempo antes dela morrer. Você imagina como eu fiquei?

-Não, siis eu não imagino. -seu coração se apertou, Regina era frágil demais e uma situação como essas acabaria com toda a evolução até ali. -Vocês discutiram? -A morena respirou fundo.

-Eu discuti, eu gritei, eu surtei. Agredi, ameacei ir embora. E virei uma adolescente mimada incapaz de lidar com situações complicadas como sempre... -Sua cabeça caiu para trás se chocando com a cabeceira da cama. -Ele, como sempre, só me pediu para ficar e acreditar na gente.

-Isso vai passar, Rê. Essa sua confusão interna, esse medo... O medico disse que era normal essa confusão toda e haverão dias melhores que outros. Você só não pode surtar... Olha pra mim! -Regina pegou o celular caído ao seu lado e fitou a mais velha que não sorria mais. -Promete pra mim que não vai surtar? Que vai esperar o choque passar e tentar agir com calma e como a mulher de 35 anos madura que você sabe que é? -A morena suspirou. -E mais importante, prometa que vai conversar com o Robin e não tomará nenhuma decisão precipitada.

-Eu nã...

-Prometa, Regina! -ela revirou os olhos...

A ligação foi encerrada minutos depois. Sua mente permanecia cansada e confusa mas Zelena tinha um poder sem igual de acalma-la, a trazer de volta a realidade e ao seu eu.

Seus olhos caíram sobre o relógio e suspirou, logo seu príncipe acordaria e bom ele não tinha nada com toda aquela confusão. Os pés descalços se chocaram com o chão e novamente o espelho ganhou sua atenção. Seu rosto permanecia levemente avermelhado e vestígios das lagrimas derramadas anteriormente permaneciam ali. Ela suspirou, ergueu as mãos passando pelo local e sorriu. Era hora de agir como a mulher de mais de 30 anos que era.

O silencio no andar superior era intrigante, já se passavam das 18:30 e com toda certeza Benjamin deveria estar acordado, com fome e querendo seu colo.

EssenceOnde histórias criam vida. Descubra agora