Capitulo 31- Madame Mayor

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"Perdoa essa minha vontade de voar, enquanto, na verdade, correntes de existências me prendem ao chão. o medo da altura, de cair, não conseguir. perdoa."---Desconhecido

Do lado de fora ventava como nunca antes.  

 A noite caia e o cansaço ia os dominando. A viajem havia demorado mais tempo do que eles planejaram. Eram 15:45 quando o casal atravessou a porta da enorme mansão. Benjamin dormia tranquilamente e o casal o invejava.   

Uma fina garoa começara a cair naquele fim de tarde e os planos de rever a familia e os amigos foram brevemente cancelados. Aquela fina garoa se transformaria em uma forte chuva mais tarde.    

As malas foram deixadas perto da porta de entrada, seus sapatos voaram para algum canto perto da mesa de centro da sala e ela se jogou no sofá sentindo todos seus músculos relaxarem, haviam sido tantas horas de viajem que tudo que ela queria eram aqueles minutinhos de tranquilidade.  

Na cozinha, as coisas pareciam tão fora de ordem quanto na sala. A dispensa estava vazia e os poucos ingredientes estavam jogados pelo balcão central. Aos poucos as coisas iam tomando seu lugar naquela pequena confusão de temperos.   

-O cheiro aqui está maravilhoso. -Os cabelos bagunçados caiam sobre seus olhos. -O que você está fazendo? -Ela perguntou dando passos largos em direção ao loiro o abraçando por trás.   

-Macarrão...  

-Eu não conhecia esses seus dotes culinários. -ele sorriu.   

E assim as horas foram passando. Era muito bom estar em casa de novo, respirar aquele ar já tão conhecido e poder se perder nas cores pasteis daquelas paredes que tanto lhe conheciam.   

-Eu preciso ir. -Seus olhos caíram sobre o relógio em cima da lareira. -Está tarde e amanhã eu acordo cedo. -Seus corpos estavam entrelaçados, e ela não pretendia sair daquele enlace. Suas pernas se fecharam mais ao redor do loiro e ele sorriu. -Morena... 

-Eu não vou deixar você ir embora, está chovendo e... 

-E? -Seus olhos se cruzaram.  

-E a cama fica muito grande sem você. -Ele sorriu selando seus lábios.  

-Eu preciso aprender a resistir a você. -Ela gargalhou -Estou falando sério ou então daqui uns dias não vou mais embora...  

-A intenção é essa. -A resposta veio regada de todas as segundas, terceiras e quartas intenções que ela possuía.  

-É.? -Seus lábios se fecharam sobre o pescoço dela e o sofá se tornou um palco pequeno para a cena que eles pretendiam protagonizar. A gargalhada dela ecoou por todo ambiente quando ambos corpos se chocaram com o chão...  

*** 

A blusa vermelha deslizava por seu corpo e aos poucos se ajeitava as suas curvas. Os cabelos húmidos teimavam em cair sobre seu rosto e algumas opções de calça estavam espalhadas pela cama.  

Já se passavam das 9:00am e ela estava atrasada como sempre.  

Seu corpo ainda sentia os efeitos da longa viajem e da noite um tanto quanto agitada. Mas sem dúvidas era maravilhosa a sensação de estar de volta ao seu refúgio particular, e a se sentir dominada unicamente pelo cansaço sem a sensação de que sua mente irá lhe trair a cada novo segundo que passar.  

O desconhecido avia a deixado mais vulnerável do que ela imaginou e não tinha nada melhor do que voltar para casa.  

Seus olhos caíram sobre a cama de casal. Robin dormia completamente jogado e no meio de seus braços Benjamin fazia o mesmo. Seu corpo todo se aquecia ao ver uma cena como aquela. Eles lhe traziam a mesma sensação de tranquilidade que as velhas paredes daquele quarto... Mas por pior que fosse admitir, ela não estava pronta para tornar alguém o seu refúgio particular, ela ainda precisava da segurança do seu lar. Voar era incrível, mas a certeza de que tudo estaria lá quando voltasse era mais que necessária para esse seu “eu” de agora.  

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