Harry I

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~Consequências de uma briga~


Estamos de férias a algumas semanas visitando a mãe de Harry, Anne, minha sogra. Ela se mudou, e tem uma linda praia ensolarada na sua nova cidade.

_ Que merda é... (S.N)?!-me estico na espreguiçadeira ao som da voz surpresa de Harry. Ele está pingando água gelada e salgada, é uma bela cena.

_ O que foi, amor?- esfrego as mãos no rosto e sinto a ardência queimar minha pele, parece que meu rosto está com brasa.

_ Você está tostada. Como conseguiu dormir no sol?-ele parece zangado, não tiro sua razão, já que se preocupa, mas não precisa fazer uma cena para os expectadores a nossa volta, o fato dele ser famoso já acumula atenção o suficiente.

_ Harry, menos. Já chamamos atenção o suficiente ao chegar.- começo a juntar nossas coisas e ele acompanha meus movimentos, irritado.

Queria entender o porquê de tanto estresse só por isso. Nossa relação vem passando por uma crise relativamente irritante, ambos trabalhando muito, pouco tempo juntos, e estresse no trabalho. Acaba que um desconta as frustrações no outro e discutimos o tipo todo por qualquer coisa.

Irritada com seu estado de espírito estragando nosso dia de praia, ando em direção ao carro.

_ Que isso, gata?! Se ele não te trata como a deusa que é, deixa que eu trato...- ouço um grupo de rapazes falando entre si e sorrindo e acenando enquanto eu passo. Reconheço o sotaque, são turistas brasileiros, minha terra natal.

Harry se vira na hora e está prestes a largar nossos pertences e ir até o grupo de amigos, paro rapidamente na sua frente.

_ Não vale a pena... Não vamos fazer mais cena...-paro as mãos em seu peito na esperança de lhe conter. Ele rosna e eu me viro quando eles pedem desculpas tentando não rir.

Mais sinto do que vejo, Harry encostas como furacão ao meu lado e começar a andar, me forçando a andar rápido para não ser empurrada pela seu peito.

_ Mas que merda, Harry! Mais devagar, por favor. Só me falta ir ao chão agora!- rosno tropeçando com minhas sandálias.

Os rapazes dão tchauzinho e eu reviro os olhos virando o rosto.

Harry já está jogando nossas coisas dentro do carro, irritado.

_ Que merda foi aquela?-ele me olha chocado enquanto entra no carro e bate a porta.

Reviro os olhos.

_ Vai me culpar pelo assédio sexual agora também?- rosno lhe encarando.

_ Não. Mas estava tão entretida com o momento de exaltação que não pode me deixar tirar satisfações com eles?-ele aperta o volante.

_ A pelo amor de Deus, Harry. Quem se diverte horrores com atenção do sexo oposto é você. Ainda não engoli aquela história de "eu não tive culpa". Talvez agora você entenda a minha, pelas suas próprias palavras, "reação extremamente exagerada"! -levo a mão a maçaneta para abrir a porta e sair, mas ele é mais rápido e fecha o carro e já saí da vaga.

Rosno me virando.

_ A então quer dizer que o impedimento que você fez foi para descontar aquela noite ridícula?-ele revira os olhos.

A três dias atrás fomos convidados para um jantar na casa de Anne com alguns amigos da família, uma antiga amiga de Gemma foi. Ela, Harry e Anne retiraram a mesa enquanto Gemma e eu estávamos acabando de trazer a sobremesa a mesa. Eu avia me ofereci para buscar mais guardanapos e quando entro na cozinha, a amiguinha de Gemma está estirada sobre Harry agarrando seu rosto e rolando os lábios nós dele. Ele considerou uma reação exagerada eu ter jogado alguma pratos nela e lhe  arranhado inteira.

Harry disse que foi um mal entendido, ela achou que a "gentileza" dele com pessoas alheias foi um sinal para avançar, eu mostrei a gentileza com cinco dedos na cara dele. Sei quando Harry está dando mole, ele não tem coragem de trair, só adora flertar e isso me irrita.

_ A... Não meu querido. Não sou como você, não curto flertar com outra pessoas que não seja meu cônjuge, você devia me agradecer, tirei um escândalo do teu nome.- cruzo os braços e viro o rosto tentando dar o assunto como encerrado.

Ele começa a resmungar, odeio quando ele resmunga, não consigo entender, falo português, minha língua natal, mas também sei falar inglês desde que me interessei por intercâmbio, o problema é que ele resmungando é uma fala rápida e embolada e eu não entendo. Ele sabe disso...

Em casa saiu rápido do carro largando todas as coisas para ele pegar. Me tranco dentro do nosso quarto e me enfio embaixo da água morna, meu corpo inteiro grita de dor.

Ouço ele tentar abrir a porta e rosnar quando falha.

_ Preciso usar o banheiro.- rosna frustrado.

Me enfio dentro do primeiro conjunto de academia que acho e saiu, ele pula para o lado quando abro a porta de repente.

_ (S.N.) não faz isso...-pede frustrado. Ele sabe que vou malhar, mas sempre que estou nervosa e malho eu me levo a exaustão. Não é por birra que faço, é por alívio psicológico, treinar dissipa meu estresse do corpo inteiro.

_ Procure alguém obediente para acatar com suas ordens, Harry. Porque essa não sou eu...-desço as escadas e saiu.

Assim que meu segurança sinaliza que está para me seguir eu o despacho. Quero ficar sozinha.

Duas horas depois caiu sentada no tapete da academia, completamente exaurida. Minhas mãos estão em carne pelo treino de levantamento na barra fixa e Kickboxing.

_ Vamos, (S.N.). Já está tarde e eu cansei de vice esfregando seus dotes brasileiros na minha cara... Ducha e casa. Vice precisa descansar. Quase acaba comigo no treino hoje...-Paola rir me dando mão para levantar. Cambaleia para me erguer.

_ Vou pra casa. Quero sair do chuveiro e já cair na cama...- choramingo pegando minhas chaves.

Antes de entrar em casa respiro fundo, detesto essa casa que alugamos temporariamente, toda vez que a porta da frente se abre uma melodia baixa, curta e doce é tocada por sinos.

Sinto falta da nossa casa, mas estávamos mesmo precisando dessas férias.

Atravesso a casa e subo para os quartos, nenhum sinal de Harry. Ao entrar no quarto meu coração derrete, ele está amolecido e esparramado debruço sobre a cama.

Está descoberto e só de boxer.

Me aproximo com cautela para não lhe acordar e subo na cama, puxo a colcha sobre suas costas e retiro os frios de cabelos espalhados pelo seu rosto. Cansada só deixo um beijo sobre sua testa caminho em direção ao banheiro.

A água quente alivia meus músculos, mas queima minha pele. Me cubro de uma lição pós sol e visto um pijama mais leve, desço para a cozinha e noto que ele deixou comida dentro da estufa de temperatura para mim.

Me acomodo no sofá quando acabo de comer e ligo a TV, estou exausta emocional e psicologicamente.

Acordo sentindo meu corpo ser movido, estou nos seus braços.

_ Ah, Angel...-ele passa o nariz delicadamente sobre minha temporada e me aperta em seus braços.

Tremo ao sentir a pele queimar.

_ Você se queimou feio...- geme.

Ele me deita com cuidado na cama e some por alguns instantes, ouço lavar as mãos e logo está atrás de mim na cama.

_ Sinto tanto por estarmos brigando constantemente...-no último filete de consciência eu posso ouvi-lo sussurrar contra minha nuca.

Direitos autorais: Jamilly Bertolácio

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