Steve

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− Vamos pra casa, cara, não sei onde estava com a cabeça quando concordei com essa sua ideia maluca de sair pra beber. – Estávamos sentados em banquetas escorados no balcão de um bar, eu bebia uma cerveja direto na garrafa long neck, Dustin bebia um whisky.

− Maluquice era ficar chorando por causa da vadia da Erin. − Pensei em protestar sobre o jeito que ele falava da minha namorada, mas ele tinha razão, ela me trocou por um outro cara. Um riquinho metido a besta. Levei um belo par de chifres e um magnífico pé na bunda da garota que eu amava. E o pior, me colocou pra fora do apartamento. Estava sem ter pra onde ir. Teria que pedir arrego para a minha irmã. E isso significava ouvir um sermão que começaria com um estridente: Eu avisei.

− Vamos embora cara, já deu – falei irritado, Dustin parecia não prestar atenção no que eu falava. Estava observando alguém do outro lado do bar.

− Vamos nos divertir – anunciou de repente largando seu copo de whisky sobre o balcão.

− Você não entendeu que eu quero cair fora daqui. – O Pub estava lotando, será que aquelas pessoas não trabalhavam no outro dia? Eu teria poucas horas para dormir se ficasse mais um tempo ali. Tinha uma reunião importante no outro dia e não podia me atrasar. Depois ia ter que pegar uma roupa emprestada com o Dustin, saí de casa com a roupa do corpo.

− Não, cara, você não entendeu que nós saímos para curar a sua fossa, essa é a minha missão essa noite. E acabo de encontrar o seu antídoto. – completou apontando para uma mesa num canto afastado do bar, onde uma garota solitária bebia um martini cor de rosa, o cosmos.

− Não, nem pensar, ela deve estar esperando alguém. – A loira de cabelos curtos, vestido preto curto era linda. Com certeza não estava sozinha.

− Ela levou um cano – Dustin sentenciou cheio de si.

− Como você sabe?

− Está há meia hora olhando para o relógio, recusou todos os caras que se aproximaram com um estou esperando alguém e agora o alguém mandou uma mensagem que a deixou tão chateada que resolveu encher a cara.

− Falou o senhor especialista em relacionamentos.

− Levar fora é comigo mesmo cara. Vamos... – falou levantando-se e caminhando em direção a mesa da loira.

− O que você vai fazer?

− Golpe baixo.

− Não, nem pensar.

− Sempre funciona.

− Nós estávamos na faculdade quando isso funcionava. Você vai ser preso por assédio.

− Você vai salvar a donzela em perigo ou não?

− Não.

− Então serei preso. – Ele se aproximou da mesa. Não conseguia ouvir o que dizia para a garota, mas ela ficou visivelmente incomodada. Levantou-se e pegou a bolsa para sair. Dustin a impediu de passar e lançou um olhar para o meu lado, depois passou a mão no rosto dela que o retirou com um tapa. Mesmo sabendo que não passava de uma brincadeira de muito mal gosto, me incomodei. Caminhei até eles. Dustin se afastou deixando o meu acesso livre até ela. Tudo isso fazia parte do plano, sempre funcionou, as vezes eu era o cara mal, outras vezes ele.

− Desculpa, amor, pelo atraso. – falei envolvendo seu rosto e beijando seus lábios. O pior que podia acontecer era um tapa na cara, o melhor... foi o que aconteceu. Ela deixou-se beijar e eu fui um cafajeste, meti minha língua em sua boca, capturei a dela e me deliciei com seus lábios. Dustin se afastou, tinha cumprido a sua missão.

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