Por que eu estava fazendo isso? Por que ela se fez de ofendida quando era casada, como pode exigir de mim algo que ela não podia me dar? Fidelidade. Inferno, Amber!
− O Senhor Garret está aqui, Senhor Thompson.
− Mande-o entrar – Olhava pela janela quando ele entrou, eu não conseguia mais disfarçar a minha impaciência quando estava em sua presença, a sua arrogância e a sua autoconfiança me irritavam. Eu o chamei até a minha sala com um único objetivo: Amber, queria informações sobre a esposa do diretor Jurídico da minha empresa. Nos últimos dias vinha me perguntando o que ela fazia na sede da Thompson aquela noite e porque estava sozinha àquela hora em plena tempestade. Onde, diabos, estava esse homem que não com sua esposa?
− Aqui está, Senhor Thompson, os relatórios do último bimestre que me pediu – Olhei para a pasta preta, colocada sobre a mesa, sem interesse. Fiz perguntas aleatórias sobre o seu conteúdo, a presença de Bruce Garret era incomoda mas necessária naquele momento.
− Sobre a Cerimônia de quinta-feira, espero contar com a presença de sua família – disse de forma cordial quando nossa reunião se encaminhava para o final.
− Claro, Senhor, estarei presente, mas minha esposa anda meio indisposta ultimamente e talvez não possa ir – respondeu displicente. Enquanto se retirava da sala.
− Uma pena – comentei cerrando as mãos. Pensei em contestar e dizer que a presença dela era imprescindível, mas não o fiz. Bruce era um homem esperto e perceberia que havia algo mais em minhas intenções.
− Estou com os relatórios que me pediu J.J – falei ao telefone. O velho não quis me dizer porque queria aqueles relatórios, explicou que só solicitou, porque em um momento de descanso, uma ideia se tornou fixa e ele precisava tirá-la de seus pensamentos antes que enlouquecesse. Fiz o que ele me pediu e pedi os relatórios ao novo diretor e enviei um outro, feito pelo próprio J.J. e que se encontrava em um arquivo confidencial em seu computador por e-mail. – Quando vai me contar porque me pediu esses documentos?
− Em breve, Aaron. Espero estar enganado sobre as minhas suspeitas.
− Suspeitas? – perguntei curioso e preocupado.
− Não quero ser injusto, analisarei esses relatórios e até o final de semana terei uma resposta.
− Lembre-se das recomendações médicas, J. Você precisa cuidar da sua saúde, não quer que eu mande alguém para ajudá-lo?
− Não, eu sei o que estou procurando e se estiver certo, não quero que ninguém mais saiba antes de você.
− Agora, você me preocupou – falei caminhando pela sala, estava inquieto, aquela teimosia de J.J. me angustiava, mas a ausência de Amber na Cerimônia da Thompson era o verdadeiro motivo daquela inquietude.
− Não quero preocupá-lo, pode ser só cisma de um homem senil – falou tentando demonstrar bom humor. Sua voz era um sussurro. Sua saúde era frágil. Quando me ligou, na noite anterior, pedindo que Bruce Garret entregasse os relatórios assinados por ele, referentes ao recente contrato firmado com a JoyCom, responsável pelo marketing da Faces nas principais capitais do mundo, insisti que me contasse o que estava acontecendo, mas o velho era teimoso e não tirei nenhuma informação. O jeito era esperar.
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Histórias de Desamor
RomanceUma serie de encontros e desencontros de pessoas que só queriam viver uma história de amor.