Eu sabia que ele não estava no apartamento, quando desci em frente ao prédio luxuoso. Caminhei na chuva por um tempo que pareceu uma eternidade, na minha mente imagens passavam como um filme, três crianças à beira mar, uma menina vai embora emburrada, dizendo palavras que ferem aquela que ficou para trás, palavras que nunca puderam ser desditas, que nunca foram perdoadas. A dor da perda de Milly causou uma ferida na alma da pequena Amber, ela se tornou uma criança frágil, protegida de todo o mal da sociedade, nunca soube o que realmente aconteceu com a amiga, seu corpo foi encontrado dias depois em uma praia longe de Salina. Afogamento foi a versão oficial. Mas o que levou a pequena a entrar no mar num dia de tempestade? Isso nunca seria descoberto.
A culpa me acompanhou e a superproteção dos seus pais, a partir daquele episódio, me fragilizou. Eu cresci em uma redoma de vidro, cada passo era controlado por uma agenda rígida. Até o dia que implorei para ir a uma festa, na casa da amiga adolescente. Foi a primeira vez que me senti livre do controle dos Xavier e foi justamente no meu primeiro momento de liberdade que eu cometi o meu maior erro, me envolver com Bruce Garret. Como eu poderia saber que aquele homem queria apenas o meu dinheiro depois de tantas juras de amor? O primeiro beijo, a primeira vez, o primeiro conflito com meus pais, a teimosia, o rompimento. E Aaron? Onde ele entra nessa história? E se Milly ainda fosse minha melhor amiga? Eu teria me apaixonado por seu irmão mais velho? O Lalo, o garoto chato que não gostava de brincar, que me colocava apelidos pejorativos e me fazia chorar. Lembrei, com um sorriso bobo nos lábios, de ter pedido para mamãe, certa vez, que não me desse um irmão como o de Milly. Nunca poderia imaginar que, hoje, ele ocuparia os meus pensamentos, que era por ele que eu esperava caminhando na chuva.
Vi os faróis se aproximarem, conhecia aquele carro, fiquei atrás de uma coluna e quando as portas da garagem se abriram entrei me esgueirando na penumbra. Ele desceu do carro e caminhou em direção aos elevadores, estava só, por um instante temi que chegasse acompanhado, por isso não me revelei. Caminhei ao seu encontro, as lágrimas começaram a deslizar chegando aos meus lábios, salgadas.
− Amber – corri ao seu encontro, ele me tomou em seus braços. – O que houve?
− Faça-me sua – murmurei tocando sua boca e me apropriando do seu respirar. A urgência foi esquecida, ele me envolveu em seu jogo de sedução, sua língua profana me enlouqueceu com suas lambidas, sugando a minha sanidade. Suas mãos tocaram meus ombros, deslizando a alça do vestido até que o tecido prateado tocasse o chão. As portas do elevador se abriram, ele me suspendeu em seu colo e me levou até o sofá, apenas uma pequena peça de renda cobrindo a minha parte mais íntima. Aaron se despiu, seu membro duro pulsava. Ele se ajoelhou entre as minhas pernas, depois de tirar minha lingerie, seus lábios tocaram o meu joelho, depois arrepiaram minha coxa e finalmente beijaram o meu sexo, contraí meu ventre quando sua língua separou meus lábios e me lambeu, para em seguida me penetrar. Ele me explorou, me umedeceu com sua saliva e me fez gozar. Eu me contraia de prazer, quando ele me penetrou com seu pênis, provocando uma dor deliciosa, enquanto sentia sua espessura pressionar minhas paredes, preenchendo o meu corpo. Gritei, sentindo que uma nova onda de prazer me consumia, provocando espasmos descontrolados em meu corpo inteiro. Ele se saciou, se movimentando dentro de mim, indo fundo e depois abandonando, para voltar mais faminto. Envolvi seu quadril com minhas pernas, senti sua pélvis tocar meus lábios, roçando seus pelos, ele ofegou e meteu fundo, despejando seu sêmen dentro de mim. Senti o peso do seu corpo sobre o meu e o toque macio do seu hálito em meu pescoço.
− Um banho a dois? – perguntou mordendo o meu queixo.
− Sim...
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Histórias de Desamor
RomanceUma serie de encontros e desencontros de pessoas que só queriam viver uma história de amor.