Tray e Dustin

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− Então? – ela perguntou aflita. Olhei para a garota de cabelos negro amarrados em um rabo de cavalo, calça jeans e moletom e sorri. – Ele não visualizou a minha resposta.

Voltei a espiar pela janela do PUB, de onde tinha uma vista privilegiada da mesa onde meu amigo, com olhos de cachorro pidão, observava a garota loira do outro lado do bar.

− Ela levantou-se e foi até ele – respondi, naquele momento desejei dominar a técnica de leitura de lábios.

− Ferrou, eles vão brigar.

− Calma, Tray. Eles estão dando um aperto de mão? – falei franzindo a testa.

− O quê? Deixa eu ver ... – fui empurrado para abrir espaço entre os arbustos para que ela pudesse espiar o irmão.

− Ai que lindo... – disse dando pulinhos e rebolando com as mãos para cima. − Eu sou demais – falou convencida.

− Eles...

− Eles estão num encontro às cegas – disse cheia de si, me deixando para traz e caminhando pela calçada. A noite estava gelada, Tray colocou as mãos nos bolsos, eu corri ao seu encontro e envolvi sua cintura com minhas mãos. Eu a amava, isso era indiscutível, estávamos juntos há um ano e cada dia era melhor que outro, as brigas aconteciam, mas quando fazíamos às pazes era quente.

− Você quer casar comigo? – propus num impulso. Ela parou a minha frente e me olhou nos olhos. Esperei apreensivo pela resposta.

− Tá louco? Você é muito velho pra mim e depois é o melhor amigo do meu irmão, somos quase família. – Dei uma gargalhada e a beijei com paixão – Sim, sim, sim, sim... – murmurou quando recuperou o fôlego.


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