Capítulo 44

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☀️ Cecília Walker ☀️

Uma luz longe, a penumbra de fios e bips. Meu corpo parece estar em colapso nervoso, minha cabeça lateja impossibilitando de focar e entender o que tem a minha volta.

Pensei: SOCORRO ONDE ESTOU?

Aperto um botão ao meu lado que deve ser de alerta a alguma coisa. Ninguém aparece no momento e um medo percorre meu corpo, fecho os olhos tentando me lembrar de alguma coisa.

- Olá! - uma voz me faz abrir os olhos separando com uma enfermeira. - Você teve um desmaio, mas já está bem. Você se lembra?

- Mais ou menos. Aonde meu tio? Ele é Thomas Walker.

- Ele está na espera, sente alguma dor?

- Não está tudo bem.

- Você ficará de observação até amanhecer, mas não se preocupe.

- Obrigada!

Ela saiu do quarto me deixando sozinha novamente, me deu uma vontade de chorar pois eu estava ótima, agora olha minha situação! Nem sei o que eu tenho. Assusto com a porta sendo aberta, olho e vejo minha mãe entrar juntamente com meu pai.

- O que aconteceu? - meu pai não se aproximou, continuou junto da porta.

- Queria fazer essa mesma pergunta.

- Filha você desmaiou depois de colocarem algo muito forte próximo do seu nariz. Seu tio disse que Mathews te trouxe pra cá, não se lembra? - minha mãe diz tentando amenizar a situação, em parte esse era o seu dever.

- Eu sei.

O quarto hospitalar que aparentemente era grande, mas com nós três ali, calados com certeza não estava dando certo. Estava apertado e insuportável.

- No mínimo sabe quem realmente colocou aquilo no seu nariz? - o tom de voz do meu pai era arrogante, isso me irritava.

- É logico que eu sei, mas duvido que ...

- Você brigou com Cathariny? O que você estava fazendo nessa festinhas se você não gosta? - meu pai começa.

- Ela ameaçou Emma, mas antes disso ela já havia colocado todas suas amigas contra mim. Ela fez um inferno. E eu fui na festa porque eu cansei de ser uma menininha anti social, eu cansei de ser desprezada até mesmo dentro de casa. Se é envolvendo com pessoas que se vive bem, então é isso que eu quero.

- Você só faz tudo errado.

- Exatamente por isso que eu não estou nem aí, vocês só sabem apontar meus erros. Eu cansei de tudo isso.

- Que bonita, cansou? Cansou de quê exatamente? - ela começa a gritar.

- Pela milésima vez falando disso? Eu não vou ficar repetindo mil vezes o que vocês já sabem. Eu não sou a Cathariny, eu não faço as coisas como ela e nem vou fazer ou ser. - digo afim de levanta daquela maca e caminhar em círculos até furar o chão. - Achei que tinham vindo me visitar, mas como sempre vocês só fazem brigas.

- Já que você acha que você pode fazer o que quer, então terá um novo lar apartir de hoje. - meu pai diz caminhando até o outro lado e se encostando perto da janela.

- Ah que ótimo, vai me colocar na rua.

- Não, mas você vai ir morar com sua madrinha. Não vou ficar com você na minha casa desrespeitando o nome da família. Sabe o que está saindo nos jornais? Que a filha do grande Walker anda feito mendiga com roupas rasgadas, e essas coisas estilo moleques - ele falou alto, grosseiro e seco.

Eu olhava atentamente pra eles, meu coração errava algumas batidas quando meus olhos piscavam, enquanto lutava de todas as formas eu lutava para que as lágrimas não saírem.

- Se vocês estão falando que eu vou morar com minha madrinha - dou de ombros contra minha vontade. - Faço qualquer coisa mas nunca renunciarei quem sou. Eu sou o que sou e faço o que for pra nunca abandonar isso. Atrás dessa garota que vocês fazem de gato e sapato tem uma longa história pela frente. Aqui - aponto pro meu peito. - Tem algo que vai me fazer ser uma pessoa de classe alta sem ao menos mudar o que sou. Escreva isso, eu sou quem vocês nunca imaginaram que poderia ser.

Falo firme e convicta, eles apenas me olhavam com raiva. Minha mãe parecia que ia me agarrar pelo pescoço e me obrigar a respeita -lá, meu pai? O ódio corria pelas suas veias.

- Desculpa, mas vocês poderiam me dá licença.

- Ok, vou avisar pra Mara juntar as suas coisas e amanhã mesmo você vai pra Inglaterra.

- Não precisa pedir Mara pra juntar, por favo, deixe que eu junto minhas coisas.

- Então amor, amanhã ela ganha alta e na segunda ela pega o vôo - ela fala diretamente com meu pai.

- Isso mesmo querida! - eles se abraçam me fazendo revirar os olhos. - Bom, é isso.

Essa foi a única frase dita antes deles saírem e fechar a porta.

Pensei: Caramba, como pode haver pais assim. Oh meu Deus!



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