Capítulo 56

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Cecília Walker

Eu me sentia numa passarela com mil flash em minha direção. Eu caminhava arrastado minhas malas como se estivesse pousando para holofote. Era o que a confiança nos proporcionava e se quer saber, é bom está no controle da situação.

- Ei, Manhatta por favor. - entreguei o endereço ao taxista e me acomodei.

Eu estava literalmente num reality. Tudo conspirando ao meu favor, estava feliz pela primeira vez no solo americano.

- Tenha um bom dia senhorita. - ele disse após me ajudar com as malas até a receção.

- Obrigada, o senhor também.

Com a ajuda do porteiro coloquei as malas no elevador, e ao chegar no andar do meu tio arrastei tudo para fora com um pouco de dificuldade.
Dei dois toques na porta, e esperei escondida longe do campo de visão do olho mágico.

- Quem é? - ouço de trás da porta. A voz era conhecida, embora estar rouca. Esperei para que a porta de madeira polida fosse aberta revelando os mistérios, a voz e eu. Mas ela não abriu. Bati mais uma vez e a surpresa veio em dobro.

Mathews agora me olha sem emoção, sem preocupação.
Seu tronco nu repele a minha sanidade, enquanto gotículas de água desliza por aquele abdômen, aqueles braços. Droga! E esse cabelo bagunçado, essas tatuagens que eu desconhecia...minha nossa senhora.

- O que você quer? - ele pergunta de abaixando para olhar em meus olhos que baba em todo seu corpo.

- Entrar, se não for meio óbvio. Mas eu posso esperar sua educação voltar, mas enquanto isso... Onde está o Thomas? - fui rude, eu precisava me colocar na realidade e parar de queimar meu filme.

- Uau! - ele diz erguendo o senho. - Agora que a ficha caiu, meu Deus Cecília.

De repente todos os meus esforços se tornaram completamente em vãos, porque ele teve à astúcia de me abraçar daquela forma, apenas uma toalha separando seu corpo do meu. Eu senti coisas que não deveria fazer parte daquele estranho abraço.

- Oi Mathews! - foi tudo que eu disse com a garganta queimando.

- Aí meu desculpas - ele pediu constrangido, vi seu rosto enrrubecer e tive vontade de rir, porém não fiz. - Venha, entre por favor.

Assim o fiz evitando olhá-lo, mesmo sendo quase que impossível segurar meus olhinhos.

- Cara, você está de volta. O Thomas vai pirar quando de ver. - ele disse com um sorriso largo.

- Vamos combinar assim, você avisa o Thomas que estou aqui e aproveita para se vestir. - digo sarcástica próxima seu rosto e soltei o riso.

- Meu...- ele apertou os olhos me fazendo querer beijá-lo. - Já volto.

Em que nível chegamos, em?

Escondi minhas malas na cozinha e fiquei em pé olhando a vista pela sacada da sala. Eu sabia que ele me veria assim que pusesse os pés no ambiente.

- Caramba Mathews, você molhou a casa toda. - ouvi ele dizer, estremeci.

- Pega o pano e seca aí pra mim cara, eu estou atrasado para encontrar Bia.

Entremeci de novo.

- Você é um marica mesmo em? Eu estou avisei que iria atrasar, mas você nunca me escuta.

Ouvi os passos no segundo andar, ele resmungando palavrões, os passos se aproximaram e...

- MATHEWS! - ele gritou, e em vez de com em minha direção, eu ouvi ele voltar para trás. - Você trouxe a Bia pra cá? O que a gente conversou seu viado de merda? - ouço o sussura.

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