Capítulo 22

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☀️ Cecília Walker☀️

Ao som de "weightless" de Chris Burkich eu vou longe, e cada vez mais longe. Cada um tem uma forma de se esquecer dos problemas, uns fumam para isso, eu; danço, canto e às vezes oro. Eu acredito em Deus e em tudo que envolve a existência dele e de seu filho Jesus, porém eu não frequentou nem uma igreja. Eu oro porque tenho necessidade de falar com alguém que consegue ver além das máscaras.

Eu passo horas e horas dançando com o som baixo, até que escudo passos no andar de cima. Desligo o som rápido e fico intacta com os olhos preso na tampa de suma que é a saída. A única saída.

Me vem a mente depois de tremer um monte que, não importa se caia um asteróide lá em baixo, nem som escapa através dali.

— Ela não chegou ainda, estava apreensiva quando falou comigo mais cedo.

Primeiro reconheço a voz da mamãe.

— E pra onde ele saiu? Ela disse?

Essa voz é do meu pai. Agora estou ferrada.

— Disse que precisava urgente do Thomas, mas prometeu que voltaria a tempo de conversamos.

— Vamos esperar na sala, ela não deve demorar mais que isso.

A porta bate e eu mais que depressa saio do meu "esconderijo". Tomo banho frio, precisa chegar sangue o mais rápido possível ao meu cérebro.  Uso minha legging preta rasgada nas pernas, uma regata masculina branca. Faço uma maquiagem básica com batom vermelho, e uso boné sobre os cabelos soltos. Uma mistura louca de rockeira e maloqueira.

Eu cheguei a pensar no porque de estar tão arrumadinha, mas aí eu acreditei em uma das minhas teorias que diz; ande sempre linda e maravilhosa. Isso pode dar mais confiança e convicção, principalmente se for encarar pais como os meus.

— Boa tarde senhor meu pai e mãe! — comprimento e me sento largada no sofá frente a eles.

— Boa noite! — meu pai respondeu depois de olhar seu relógio de ouro no pulso.

— Caramba, eu perdi a noção do tempo — olho pra janela e vejo que esta começando a escurecer.

— O que estava fazendo de tão importante que não viu a hora passar? E nem vi você chegar da casa do Thomas — fala cruzando as pernas elegantemente. Ela é tapada por elegância.

Pensei: entrega a verdade e sai correndo, ou, mente e esconde as mãos.

— Cheguei da casa dele era umas dezessete e pouca, depois fui pra um banho de banheira enquanto lia um livro novo. E eu não me lembro bem, mas acho que dormi por lá mesmo.

Pronto, mentira lançada e mãos escondidas por debaixo da camisa.

— Estava mesmo lá a trinta minutos atrás? — papai me olha como uma máquina de xerox. Ele é tão profissional sempre, tão examinador que faz qualquer um recuar, gaguejar e tremer. Mas não mais eu.

— Estava no andar de cima ouvindo música e terminado de ler. Por quê todo esse interrogatório?

— Só queremos saber já que não vi você chegar da casa do seu tio, fomos atrás de você no quarto e não te achamos e agora você aparece vindo de cima. Estranhamos mas agora entendemos, só estamos mantendo a proteção.

Minha mãe e seu jeito de falar por ela e por meu pai. Oh vontade de revirar os olhos!

— Siga-nos pro meu escritório.

☀️

— Filha, nós já entendemos que você agora mudou de estilo de vida e agora anda como rockeira e tal. Mas queremos saber o motivo de tudo isso, será que pode nos dá uma boa explicação? Eu sei que é boa nisso.

Agora sim, meu pai de transformou em um agente da FBI e eu não fiquei sabendo.

— Os nossos objetivos não são os mesmos, porque mesmos de formos família não seremos iguais. Eu cansei de ser quem todos esperavam que eu fosse e resolvi ser eu, deixei de fazer das coisas que eu ganhei e de algumas que eu comprei pra agradar a mamãe de objetos somente pra enfeite. Eu decidi mudar minha postura de vida e comecei a usar o que me fazia bem.

— Você nunca foi de coisas pesadas como essa maquiagem, cores escuras e apagadas. — mamãe se manifesta primeiro. Papai ficou me analizando com as mãos dobradas debaixo do queixo e a boca aberta.

— Desculpas se respondi mal pela manhã, eu só estava cansada de vocês olhar apenas para mim e esquecer Cathariny completamente pra lá. Isso deveria ser um privilégio, mas não é. Tudo de errado que ela faz, o jeito que ela anda e as pessoas com quem anda,  vocês nunca falaram nada. Agora com a minha mudança repentina vocês me atacam.

Gesticulando com as mãos eu digo, e ainda arregalo os olhos em mesão dramática, impaciente e sem acreditar.

— Cathariny sempre foi determinada e independente. — ele põe autoridade na voz.

— E vocês nunca deixaram eu decidir por mim. Isso não é desculpas, eu apenas pedia permissão pra tudo e não tinha muito pra onde ir. Mas se o caso agora é ser independente, eu serei. Não preciso mais disso  — aponto meu dedo discretamente dele para mamãe e vise-versa.

— Filha não fassa isso. Cathariny sabe de defender, você não tem a mesma estrutura que ela — mamãe põe a mão sobre a minha na mesa, e me olha nos olhos.

— E quem diz que vou fazer o que Cathariny faz? Ela é incontrolável e atrevida — fito seus olhos  grandes e  azuis. — Eu não sou Cathariny, não sou como ela, e não levo a mesma vida fútil que ela.

— Não fale assim da sua irmã, mas já que acha que consegue isso vai em frente. Só que não esqueça que somos seus pais, e que a última palavra sai daqui. Quando eu falar você se cala, porque se me rebater será pior.

— Ok chefinho! — bato cortinença em sua direção, e me aceno com a cabeça pra mamar.

Quando sai e puxei a porta, corri para não gargalhar alto ali mesmo.

☀️

Fire And FuryOnde histórias criam vida. Descubra agora