Capítulo 65

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Cecília Walker

A lua brilhava em alto céu naquela noite fresca, as estrelas estavam mais acessas que um milhão de fagulhas. Estava perfeito para estar nos braços do amado, ouvindo uma música calma enquanto ele me ninava. Porém estava longe de mais para conseguir olhar nos olhos dele.

Eu sentia como mim flechas apontadas para mim, a frustração me pegou em cheio com tamanha intensidade que me fez querer cair de joelhos. Mas eu não podia, não ali, no meio da rua. Eu precisava do meu conforto indispensável que se nomea por Bernado.

- Eu te ofereceria vodca, mas você não merece isso. - ele disse ao me acolher em sua casa.

- Desculpas de incomodar, mas é que eu não pensei em mais ninguém além de você. - digo com o choro preso na garganta.

- Não precisa disso, você sabe que sempre pode contar comigo. Somos nós, a dupla de patetas se lembra.

Foi como se ele dissesse: chore tudo que há dentro de você. A saudade do passado misturada com as poucas e melhores lembranças me fez ter um surto, eu não parava de chorar a cada vez que ele dizia: eu estou com você.

- Eu sabia que não deveria ter ficado tanto tempo longe de você. - eu disse após um longo silêncio.

- Agora está tudo bem, você está de volta e nós estamos juntos.

- Mesmo assim Ber, olha só pra você, virou um homem lindo e eu não estava aqui pra presenciar essa transformação.

- Lindo e apaixonado. - a voz veio após o destrancar da porta, entrou uma morena de franja e muito bem arrumada. - Vocês estão lindos nesse sofá, mas será poderiam se sentarem direito, por favor?

Envergonhada agora era meu segundo nome.

- Vai caçar o que fazer Bathanny.

- Estou de olhos em vocês.

Ela gritou e sumiu pela casa.

- Quem é essa?

- Minha prima, lembra que morava na Geórgia. Eu não há via desde criança.

Nessa distração conversas iam e vinham, ele agia como antes, fazendo palhaçadas para me fazer rir. De repente inventamos dw cozinhar, e aí surgiu uma brincadeira e tudo que era ouvido pela casa toda era o som da nossa voz escandalosamente.

- Rola um lance entre vocês? - a Bethanny perguntou em um momento durante o jantar.

- Hã! - nos olhamos e lá estava nos rindo novamente, eu rindo mais que ele, lógico. - Não, somos bem amigos, quase irmãos.

- Por quê desperdiçar tempo sendo amigos enquanto vocês podem ter um lance? Você não concorda Bernado?

O ambiente que outrora era um furacão, agora parecia mais um deserto. Ela jogou a pergunta, levou o prato até a pia e saiu sorrindo. Ber parecia mais preocupado em esconder sua vergonha do que eu, e eu havia me perdido no jogo. Então eu só comecei a gargalhar, tipo, eu estava tendo una crise de riso que acabou pegando nele também.

- O quê aconteceu aqui? - perguntei ao me controlar.

- Ela é doida. Ignora que é melhor. - ele levantou da mesa e começou a escolher a louça.

- Ah não, você ficou com vergonha. Quê isso Bernardo?

- Nada Cecília, esquece.

Ele me deu as costas e começou a lavar os pratos, eu retirei o resto da mesa e o ajudei enxugando as vasilhas. Depois de tudo pronto que sentamos no sofá, eu tomei o controle da tevê de sua mão e o obriguei a me olhar.

- Sou sua loirinha, agora me fala.

- Não vamos nos olhar da mesma forma depois do que eu tenho à dizer.

- Oh não! - ele me olhou rápido, meus olhos estavam bugalados. - Você é gay?

- Cecília! - ele empurrou meus ombros com a cara fechada. - Não, você é muito ruim em descobrir as coisas.

- Foi mal, foi tudo que veio à mente. - ri da cara séria dele.

- Eu... Não foi proposital, eu não queria, nas mas aconteceu. - ele começou tão calmo que quando estourou me deu um baita susto.

- Está me deixando com medo. - confessei.

- Eu gosto de você.

- Oh mais que bonitinho! Não tinha mesmo outra garota mais feia pra você se apaixonar?

- Não estou apaixonado por você, eu só gosto de você. Entende? Eu meio que estou vivendo um triângulo amoroso.

- E você ainda tem coragem de dizer em voz alta?

- Eu estou pirando com isso.

- Imagino. Só que como eu vou te aconselhar? Obviamente vou dizer pra ficar com a outra garota.

- Eu sei disso, também nem sei aonde estava com a cabeça.

- Ei, para. Não é assim e nem é isso que eu disse. A Emma disse uma vez que você gostava de mim, a gente tinha uns doze anos, e você sabe, eu sempre te deixei saber de tudo. Mas na verdade Ber, só queria que você se sentisse amado mesmo que não fosse recíproco.

- Verdade, por isso eu não fui capaz de ser cegamente apaixonado por você. Por mim você nunca saberia disso até que eu estivesse com una garota, mas primas são fofoqueiras.

- Tudo bem. Mas como vai ficar, porquê eu não quero que você se afaste e eu não vou sair daqui.

- Mais vale nossa amizade, eu estou enrolando outra menina. Tudo que eu preciso fazer é parar de pensar em você quando for sair com uma garota.

- Eu posso te ajudar de uma forma bem estúpida. Você topa?

Nós eramos bem estranhos, e eu sabia que era isso que nos uniu ao ponto de sermos bem grudados. E eu não me impressionei em tê-lo penando dessa forma em mim, eu mesma ja pensei varias vezes na possibilidade de estar com ele, mas nunca era real. Eu sempre pensava em nós como um casal de forma forçada, tipo quando não dava certo com nenhum dos meus amores platônicos.

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