Capítulo 11

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Quando saí em direção à minha garagem, Hopper olhou de forma estranha para o meu carro. Como se fosse um insulto ele andar nele. Homens...

- Eu não vou de Mini Cooper. Prefiro a Texas!

Que Texas? Que diabos era isso?

- Texas é um Estado até onde eu sei.

- E minha moto.

Claro que ele teria uma moto com esse nome. Ele era do Texas e esses caras eram extremamente fieis ao seu Estado. Verdadeiros lambe botas de areia! Usavam até jaquetas com a bandeira dos Estados Unidos, e camisetas do tipo: Não mexam com texanos! Isso eu sabia apenas pelos filmes que assistia, imagina ao vivo...

- Sua mãe também era bem conservadora! Deu até o nome de uma cidade pra você. Austin e Texas, não poderia ter combinação melhor, de fato!

- A única diferença é que não sou de Austin... Nasci em Houston.

- Que diferença, uh? O patriotismo reina nas duas, então é indiferente.

- Tenho que concordar. A última vez que estive lá, as dançarinas eram as mesmas, os caras ainda andavam com chapéus, torcendo pelo Dallas Cowboys*, e nos bares só se ouvia Born to be wild, alternando é claro com Jimmy Dean!

Hopper riu sozinho e levantou os cantos da boca em apreciação. Queria conhecer o seu Estado, mas eu realmente não tive muito tempo depois que consegui seguir meu sonho e só Deus sabia quando eu teria. O que só me deixava na vontade pela forma e paixão com que ele falava.

- Vamos, Houston? Nós temos um problema**.

- Vamos para a Lua por acaso? Se não, creio que não temos um problema. E pare com essas referências ao meu Estado ou as coisas podem ficar feias pra você!

- Certo, como queira.

- Bem melhor.

Fui entrando no meu carro, quando ele me ignorou completamente e foi para fora da garagem, em direção a grande moto preta parada bem na grama do meu quintal. Filho da mãe! Tinha pisoteado só para me perturbar. Ele sabia mesmo como irritar alguém fácil.

Eu queria muito dirigir meu carro, mas acho que queria muito mais andar com ele de moto. Era horrível admitir isso, mas depois da nossa noite selvagem, ter o vento batendo no meu rosto seria espetacular. Não fingiria uma vergonha que no momento eu não tinha.

- Quer me acompanhar ou prefere ir no carro do Mr. Bean?

Odiava aceitar as suas provocações! E daí que o Mr. Bean tinha um carro que nem o meu? Eu gostava dele e era isso que importava!

- Queria que chovesse só para você precisar ir de carro comigo.

- Prefiro tomar chuva do que andar nele. Desculpe baby, mas odeio carros pequenos. Quer ir comigo?

Eu queria, claro que queria.

- Sim.

- Então sobe que eu vou te levar a loucura, só que de moto agora. A outra forma a gente coloca em prática quando voltar – disse e piscou pra mim. Estava para nascer alguém mais convencido que ele.

- Sabe que meu pai vai te fuzilar né?

- E eu sou o quê? Mesmo tendo mudado de função, ainda sou fuzileiro.

Revirei meus olhos e sorri mesmo sem querer, ele tinha esse efeito sobre mim.

- Meu pai já foi Contra- Almirante... Ele é terrível.

AustinOnde histórias criam vida. Descubra agora