Epílogo

11.2K 1K 349
                                    

Epílogo

Austin estava na churrasqueira, enquanto meu irmão não parava de perturbar ele com perguntas idiotas sobre a fascinação pelo time Cowboys. Se eu estivesse no lugar dele, sairia de fininho enquanto meu marido não havia se irritado e partido para a agressão... Ainda...

Acabou que nos casamos apenas alguns meses depois do nosso retorno, e para a infelicidade de todos os familiares, não fizemos nenhuma festa, apenas oficializamos a união que estava acontecendo já há algum tempo. Acho que não era necessário nada festivo quando o que eu mais sonhava estava bem na minha frente com um avental escrito "Homens do Texas fazem assam os melhores bifes".

Ainda sofríamos com as consequências dos traumas, tanto físicos quanto mentais. Ele inclusive fazia fisioterapia para que pudesse voltar a caminhar normalmente novamente, mas ambos sabíamos que voltar vivos e sem nenhum membro amputado já era o suficiente para se cantar vitória.

Nossa rotina tinha se estabelecido entre hobbies, alguns consertos de carros, por parte dele é óbvio, e várias remodelações para a casa. Principalmente com o bebê que estava vindo e que nos pegou completamente de surpresa. Fazia tempos que eu usava o adesivo anticoncepcional para me prevenir, mas pelo visto, ele falhou em algum ponto, porque agora estávamos grávidos e completamente perdidos, morrendo de medo em como dois ex SEALs lidariam com um bebê frágil e choroso.

Se eu não tivesse ele como apoio, provavelmente estaria chorando nesse exato momento... Mas logo que descobrimos, ele se provou ser homem o suficiente para fazer e assumir, e me deu uma enorme felicidade saber que era meu. Exemplares assim eram raros e me sentia vitoriosa por ter encontrado um que se dizia louco pelos meus olhos, mais do que pelo meu corpo. Raramente quando estávamos conversando Hopper desviava o olhar dos meus, e quando o fazia era apenas para me provocar e mostrar o quanto amava o que via.

E aquilo me fazia sentir a mulher mais linda do mundo!

Mesmo que eu não tivesse metade da feminilidade que a sociedade julgava necessário para chamar a atenção, eu chamava a dele e era isso que realmente importava.

Na hora que ele pegou na mão o teste e olhou o resultado, eu não conseguia parar de tremer com medo da sua reação, mas me encarou e sorriu, dizendo: "estamos grávidos!" e qualquer insegurança que eu pudesse ter, evaporou mais rápido que água no deserto. Ele era perfeito demais e qualquer defeito apenas me fazia amá-lo mais.

- No que está pensando?

Senti uma de suas mãos contornarem minha cintura, enquanto beijava meu pescoço, segurando o garfo de churrasco na outra e até poderia parecer uma cena idiota, mas naquele momento era a mais romântica que eu poderia imaginar.

- Nada. – Em você, é sempre em você que eu penso.

- Quando vamos contar para eles? – Sussurrou no meu ouvindo, enquanto eu sorria com as cócegas que sua barba mal aparada provocava na pele delicada perto da minha orelha.

- Quando quiser!

- Por mim eu já teria gritado da nossa casa amarela horrível até aqui! Tem certeza que não quer mesmo pintar de uma cor mais sóbria, do tipo: "sou uma mulher casada" e não "sou uma mulher solteira e disponível!"?

- Não!

- Churrasqueiro, a carne está queimando!

Meu pai o chamou e ele sorriu com a provocação. Hoje era o dia dele de comandar a churrasqueira e os dois homens, vulgos meu irmão e meu pai, estavam descontando toda a raiva que Austin os fazia passar quando eram os dias deles.

AustinOnde histórias criam vida. Descubra agora