Capítulo 36

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Feeeliz dia do Amigo, pessoas lindas!!

* Sniper : Elimina os inimigos com apenas um tiro com arma de precisão. 

***

- Acha mesmo uma boa ideia?

Peter disse logo após olharmos para uma mulher muçulmana que nos abrigou em um porão subterrâneo na sua casa. Ela tinha nos encontrado perdidos em meio ao território inimigo e eu não fazia a menor ideia do motivo por ter nos ajudado quando nenhuma pessoa no lugar dela o faria. Ainda mais pelo tempo que o tinha feito, porque vários dias haviam se passado e ainda estávamos vivos, graças à ela.

Agora o corpo jazia morto aos nossos pés, fora alvejada por não querer sair da sua casa e por não querer contar o que sabia sobre a gente. Basicamente, tinha sido nossa culpa que o corpo dela estivesse totalmente inerte aos nossos pés.

- Não sei se isso é respeitoso.

Comentei, sabendo que o que faríamos era totalmente desrespeitoso, mas que poderia ser o que nos salvaria e nos manteria fora de evidência, pelo menos até que chegássemos à base. O que exigiria uma sorte violenta, já que o lema dos vigias nos portões era atire antes de perguntar.

Sem nossos uniformes, fugiríamos dos terroristas, mas poderíamos sermos confundidos com eles quando chegássemos perto das tropas americanas. Seria a mesma coisa que fugir das cobras, indo em direção à outras piores.

Que Deus nos ajudasse!

- É pegar ou largar! – Peter disse, mas eu já tinha tomado a minha decisão. Precisávamos voltar para as nossas famílias e eu precisava muito mais, abraçar um homem que não tinha me deixado em paz nenhum momento na minha própria cabeça.

- Vamos logo com isso.

Eu retirei a roupa dela, vestindo o uniforme no seu corpo inerte e Peter atirou logo em seguida com o silenciador, tantas vezes até que nosso objetivo de deixa-la irreconhecível se fizesse presente. Os terroristas ainda procuravam por nós e plantarmos uma prova de que estávamos mortos seria o mais sensato a se fazer no momento. Deixaria as suas defesas um pouco mais baixas e acabariam fazendo com que a gente passasse sem ser notado em pleno conflito, para nos aproximarmos mais e mais do avião que nos levaria até casa.

Eu conseguia até mesmo sentir o sol morno de fim de tarde que batia na janela da minha casa, enquanto eu tomava um café, comendo um bolo e conversando amenidades com meu irmão.

- Agora, já que está vestida como eles, tem como por favor ir lá fora e pegar um dos muitos corpos que vimos? Preciso me trocar também.

Ele disse e confirmei com um aceno de cabeça, indo até a parte de fora da casa em pedaços, parcialmente destruída pela guerra e puxando um dos vários corpos que avistei. Procurei o mais alto deles já que Peter não era nem um pouco baixo e rezava internamente para que sua canela não ficasse de fora, denunciando nosso disfarce improvisado e completamente arriscado.

Arrastei com um pouco de força para a privacidade que a construção nos dava e vi que meu amigo reparou na altura do homem, mas eu não podia fazer nada já que aquele tinha sido o maior que encontrei. Ele devia era dar graças a Deus que pelo menos alguém quase do mesmo porte, tinha morrido bem em frente aonde estávamos.

Caso contrário, a única que conseguiria sair dali era eu, mas levando-se em conta que eu não o abandonaria quando tinha me arrastado perdida atrás dele, então morreríamos os dois sem nem ter aproveitado a vida, apenas pelo nosso país. Sinceramente, não sabia se estava preparada para morrer por isso quando nem tive a chance de ser feliz por completo.

AustinOnde histórias criam vida. Descubra agora