Capítulo 12

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POV Hopper


- O que você quer com ela, Hopper? Eu conheço as regras e isso entre vocês dois não pode acontecer, não de maneira correta, se é que estão pensando nisso.

Engoli em seco, não por medo, mas temendo dizer algo que o fizesse me odiar e atrapalhar toda a situação entre eu e sua filha.

- Eu apenas estou conhecendo-a. E estou em Operações Especiais, campos diferentes, as regras se tornam diferentes. 

Ele cerrou os punhos e bateu com eles na mesa. Aquilo deveria me assustar, mas eu era tão durão quanto ele e sabia muito bem quando um homem estava apenas enfurecido, mas não era capaz de fazer nada... Não agora... Se eu causasse alguma dor à sua filha, poderia até ser, mas por enquanto, as coisas estavam normais e ele não tinha motivos para bancar o pai zeloso pra cima de mim.

- Ela não é qualquer uma! É minha filha! Minha única filha! Que prefere arriscar a vida em navios da Marinha ao invés de ficar em casa, esperando um marido voltar do trabalho. Você não sabe como é ter uma filha assim Hopper, não sabe! Uma que prefere montar armas à assar pães e bolos, que prefere servir o país à manter a casa sempre arrumada... Ela é minha menina e eu não vou aceitar que ninguém machuque-a, está me ouvindo? Ninguém!

Nesse ponto, estávamos de acordo, porque eu também não deixaria que ninguém chegasse perto dela com uma intenção menor do que boa. Tudo que estava acontecendo não era muito normal pra mim, mas eu não era o tipo de cara que corria sem antes ter uma boa briga.

- Eu não vou fazer isso, senhor.

Respeito acima de tudo e mesmo que ele não fosse mais meu superior, ainda manteria aquele costume... Esses negócios nunca morriam.

- Vou confiar em você para que não. Mas se algo acontecer à ela e eu suspeitar que está ligado à isso, não vai querer ser meu inimigo. Isso eu posso garantir, meu jovem!

Qualquer pessoa com no mínimo um pouco de inteligência saberia que aquela ameaça não era uma ameaça vazia e sinceramente eu me considerava um cara bem inteligente, então, de forma alguma, queria que aquela fúria fosse direcionada à mim.

- Claro que não, senhor.

- Agora, não conte nada disso à ela. Essa conversa foi de homem para homem e minha filha jamais entenderia, ela odeia que cuidem dela.

Fez um sinal com a mão para que eu saísse e eu o fiz rápido, antes que ele decidisse eliminar a ameaça antes dela mostrar ser o contrário disso.

Quando abri a porta, ouvi Em discutindo com seu irmão e uma outra voz de mulher dizendo para os dois ficarem quietos. Com certeza aquela era a cunhada e nem mesmo ela conseguia controlar os dois.

- Cale a boca Greg, e pare de se meter na minha vida!

- Eu sou seu irmão e acho que o garanhão metido à Ben Affleck em Pearl Harbor só vai ferrar com a sua cabeça de mulherzinha!

- Eu que sou a mulherzinha? Eu? Eu que decidi seguir a carreira do papai, enquanto você brincava de fazer pinturas? Tem certeza que eu sou a mulherzinha da família, Greg?

Decidi entrar no campo de visão deles antes que tudo piorasse e muito. Achava que em teimosia os dois seriam ferrenhos, porque aquela mulher já tinha me provado que quando entrava em uma discussão, não saía dela sem ser a parte vitoriosa. 

Aquilo devia ser de família.

- Tudo isso por causa de mim?

Os três estavam discutindo e engoliram em seco quando ouviram minha voz, se voltando para mim e arregalando os olhos. Quem diria que o metido a Ben Affleck iria ouvir toda a discussão. 

AustinOnde histórias criam vida. Descubra agora