Capítulo 35

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POV Hopper

A primeira coisa que fiz assim que acordei foi perguntar por ela e a primeira coisa que fizeram em resposta foi desviarem o olhar. E cada maldita pessoa que chegava perto de mim e eu pedia notícias, fazia exatamente o mesmo, me deixando cada vez mais desesperado e torcendo para que nada de ruim tivesse acontecido por ela tentar me salvar, quando eu daria a minha vida pela dela de bom grado.

Segurei no braço do oficial médico e dessa vez ele me falaria tudo o que eu precisava ouvir, ou mesmo machucado eu não deixaria que saísse da tenda respirando. E não estava brincando.

Ele percebeu a minha seriedade e engoliu em seco antes de botar pra fora aquela merda toda de uma vez.

- A suboficial está desaparecida.

Meu mundo caiu completamente, por que diabos tinham me salvado quando ela estava perdida nessa porcaria de mundo impiedoso e eu ali; em uma maca, seguro, passando bem e Deus sabe se lá como ela estava sobrevivendo, se estivesse viva, ainda por cima.

- Desde quando? – Eu precisava saber, já que a quantidade de dias que ela não aparecia poderia muito bem acalmar o desespero que eu sentia invadir o meu peito.

Nunca tinha sido um cara muito ligado a mulher nenhuma, mas naquele momento eu só queria poder trocar de lugar com ela e garantir que estivesse viva mesmo que eu não. Porque Em, era a única que me importava e não ter ela era a mesma coisa que não ter o ar que eu precisava tanto respirar.

Como viveria sem ela?

Essa não era uma hipótese pra mim. Nem que pra tê-la de volta eu precisasse ir atrás e caminhar todo o deserto buscando seus cabelos negros que várias noites eu senti o cheiro no meu travesseiro.

- Sabemos que salvou sua vida, mas precisa se recuperar e arriscar a sua não ajudará em nada. – Ele disse e nem mesmo sabia o motivo para o meu desespero, para eu estar com o coração completamente apertado e pouco me fodendo para a recuperação.

- Fala logo, porra! – Pela primeira vez, eu estava gritando com alguém que apenas havia me ajudado, mas naquele momento nada em mim respondia como deveria, eu estava totalmente fora de mim com a possibilidade de não vê-la nunca mais.

- Uma semana.

Comecei a arrancar os vários fios que estavam ligados a mim, tentando sair daquele lugar o quanto antes, querendo ir atrás da mulher que tinha toda a minha vida nas suas mãos e mal sabia disso.

- Não pode sair! Não está cem por cento, ainda!

O que esse filho da mãe precisava entender é que eu nunca estaria cem por cento novamente. Quando alguém voltava para casa de um lugar desses, a sua melhor parte ficava pra trás e era praticamente impossível recuperá-la.

Já tinha me conformado e nem sequer queria ser o mesmo homem, porque foi servindo que eu descobri que havia coisas melhores na vida, como viver com a mulher que se amava pelo resto do tempo que ainda podia garantir.

- Nem ferrando que vou ficar aqui enquanto minha mulher se fode nessa porcaria de lugar! – Falei alto algo que eu não podia admitir, mas o que menos me importava no momento era quebrar as regras.

A vida dela estava em jogo, pelo menos era nisso que eu ainda acreditava e no que dependesse de mim, eu a buscaria até mesmo no inferno se fosse preciso. Sem nem ao menos reclamar.

- A equipe de apoio ainda está procurando por eles em todos os possíveis lugares e garanto que vamos encontra-los.

Encontrá-los? Tinha mais gente desaparecida?

AustinOnde histórias criam vida. Descubra agora